Mesmo gastando menos, equipes da F-1 seguem em dificuldade
Times não conseguem chegar a acordo sobre fatia dos lucros da categoria e têm futuro ameaçado
O pior da crise que começou a assolar o mercado mundial em 2008 e tirou a maioria das montadoras da Fórmula 1 – Toyota, Honda, BMW e Renault como construtoras – já passou, mas agora a categoria tem de aprender na marra a fazer mais com menos.
Os orçamentos diminuíram consideravelmente neste período. Em 2008, seis equipes gastavam mais do que 350 milhões de dólares por ano, enquanto, hoje em dia, as grandes equipes trabalham com orçamentos entre 200 e 250 milhões. Ainda assim, constantemente há boatos de que times médios e pequenos passam por dificuldades financeiras.
“É claro que as equipes menores estão no limite”, afirmou Mark Webber ao TotalRace. “Os times médios também não estão de férias, sua situação financeira não está fácil, mas o mundo todo está passando por um momento parecido. O esporte se modificará para se fortalecer no futuro. Também é muito importante olhar para as categorias menores, que precisam ser fortes. Não podemos nos focar apenas na F-1.”
A opinião do piloto da Red Bull é compartida por quem está no poder. “É duro”, admitiu o chefe da McLaren, Martin Whitmarsh. “Estamos no mundo da publicidade e vemos ao redor do mundo como está difícil. Tomamos algumas medidas, mas acho que será duro para alguns.”
Segundo o dirigente, ainda que o chefão da F-1, Bernie Ecclestone, consiga manter um bom nível de lucro para a FOM, empresa que cuida dos direitos comerciais da categoria, as equipes “só podem culpar a si mesmas por não serem suficientemente coesas para trabalhar juntas e conseguir uma fatia maior do negócio”.
O novo Pacto da Concórdia, que regula, entre outros fatores, a fatia do lucro da FOM destinada às equipes, ainda não foi assinado. A proposta é que as equipes fiquem com 63% dos lucros, 20% a mais que a margem atual.
Enquanto o dinheiro extra não vem, as equipes buscam alternativas de sobrevivência. No início desta temporada, a Caterham reconheceu que conversou com a Marussia sobre a possibilidade de juntar forças e unir as equipes, o que deixaria o grid com apenas dez times.
Porém, as negociações não foram adiante. “A equipe fez a proposta levando em consideração fatores técnicos e operacionais, no então logo ficou claro que uma solução mutuamente benéfica não seria possível.”
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