Neurocirurgião explica lesão de Bianchi: é grave, mas dá para recuperar
"Na maioria esmagadora dos casos, o paciente fica sequelado, mas existem pacientes que têm sequelas pequenas"
O profissional destacou que, sem saber o grau da lesão e se há outros tipos de comprometimento do cérebro de Bianchi, é impossível fazer previsões sobre as chances do piloto se recuperar ou mesmo sair do estado vegetativo, ainda que exista essa possibilidade.
“É uma lesão típica de casos de desaceleração, sempre está ligada à grande energia cinética do trauma. Ela é muito encontrada em pacientes que não têm lesões externas, mas sofreram uma desaceleração muito grande”, explica o médico, que viu imagens do acidente. “O que me chama a atenção é a velocidade com que o carro do Bianchi se choca com o trator. Do lado positivo, observei em fotos que não há sinais de que o capacete tenha sofrido algum impacto. Isso é um bom sinal.”
[publicidade] O neurocirurgião explica como acontece a lesão. “Imaginemos que várias células nervosas sejam atacadas por forças antagônicas na hora de um choque. A própria inércia ou traumatismos laterais fazem com que existam forças opostas atuando no tecido cerebral. Isso faz com que a célula nervosa (neurônio), que é extremamente delicada, sofra um corte. Isso acontece em diversos pontos do cérebro e normalmente em uma parte da célula chamada axônio.”
O profissional frisa que há diferentes graus de lesão axonal difusa dependendo da quantidade de neurônios atingida e sua localização. “Podem existir comprometimentos limitados a um grupo de células, o que é raro. Na maioria das vezes, esse tipo de lesão acomete várias regiões do cérebro. Então, geralmente costuma ser um quadro bastante delicado”, afirma.
“Na maioria esmagadora dos casos, o paciente fica sequelado. Mas existem pacientes que podem sair dessa situação com sequelas pequenas. É difícil valorar, pois depende de cada caso.”
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