Para Massa, Ferrari pode lutar por pódios logo de cara
Brasileiro é mais otimista que Pat Fry e Fernando Alonso, mas reconhece que achou o novo carro "feio de doer"
Adotando um discurso um pouco mais otimista que seus companheiros de Ferrari, especialmente o diretor técnico da equipe, Pat Fry, Felipe Massa afirmou que prefere julgar a real situação da equipe em relação às rivais quando todos estiverem andando em condições semelhantes, em Melbourne, na próxima semana, antes de tirar conclusões.
“Dizer que a gente tem um carro impossível de brigar pelo pódio não é a realidade. A cada ano se testa menos na F-1, assim é muito difícil ter uma noção clara de como está o carro, comparando com as outras equipes. Não faz parte da minha cabeça não brigar pelo pódio.”
Fry afirmou ao final dos testes de pré-temporada que a equipe italiana estaria fora da disputa pelo pódio na primeira etapa do ano, após o rendimento do novo carro não ser o esperado. Fernando Alonso seguiu na mesma linha, afirmando esperar “sofrer” nas primeiras etapas. Massa, no entanto, compara a situação com a vivida em 2011.
"O quanto por cento para brigar por corridas não dá para dizer. Em 2011 achávamos que tínhamos 90% de chance de brigar pelo campeonato. Prefiro nem dizer para não chegar lá e ser diferente."
Massa coloca a Ferrari junto da Lotus como terceira força, e se esquece da Mercedes na hora de prever quem está na frente.
"Você olhando os tempos colocaria a Red Bull, a McLaren, a Lotus e aí a gente, muito perto, e umas quatro equipes entre Force India, Williams, Sauber e Toro Rosso disputando com a gente também. Mas calcular hoje é muito difícil, não tem como dizer isso de fora. O que parece é que tem várias equipes competitivas."
O brasileiro reconhece que a Ferrari não está onde queria com o F2012, mas acredita no potencial de reação da equipe.
“Não fiquei 100% contente com o resultado dos testes, gostaria de estar mais um pouco competitivo. O carro é muito novo, tem muito o que evoluir, e estamos trabalhando para que isso aconteça logo. O desenvolvimento de uma equipe mais estruturada é sempre grande, e confio que possamos trabalhar as melhorias no carro mais rápido do que as outras equipes.”
Falando sobre a estética do novo carro, que possui um dos degraus mais acentuados no bico, o piloto reconheceu que achou o F2012 “feio de doer”, mas destacou a importância da novidade para a segurança dos pilotos.
“Não só a Ferrari, mas 99% dos carros são feios em função desse bico. Isso é um problema gerado pela parte de segurança. Quase todas as equipes têm um chassi muito alto e tiveram que fazer isso. É uma medida que visa a segurança, diante de estudos. O regulamento mudou e os engenheiros não tiveram muita escolha, exceto a McLaren, que tem um chassi mais baixo. Mas quando vi o carro pela primeira vez achei horrível, feio de doer.”
Além de lidar com um carro que não nasceu da maneira que a equipe esperava, Massa ainda viverá um ano decisivo, com o final de seu contrato ao final da temporada.
“Não é a primeira vez que acontece em minha carreira, pois no meu caso sempre tive contratos de dois em dois anos. Vou trabalhar 100% para renovar, é meu sétimo ano correndo na Ferrari, e isso não me preocupa. Esse tipo de coisa não entra na cabeça do piloto, a gente sempre entra no carro preocupado apenas em fazer o melhor na pista.”
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