Chefe da Alfa sobre Covid-19: "Podemos ter abandono de equipes"
Para Vasseur, a F1 deve estar ciente da crise global que está ocorrendo para tomar decisões importantes ou "não haverá futuro para muitas equipes"
Com a pandemia do Covid-19 ainda em alta pelo mundo, a Fórmula 1 está atualmente parada, esperando uma melhora do panorama para começar a repensar o calendário de 2020. Enquanto isso, as equipes estão paradas, devido ao isolamento instituído pelos governos europeus. Entre elas, a preocupação maior é a manutenção financeira neste período e a garantia de que conseguirão continuar na categoria, independente dos rumos da economia.
Entre elas está a Alfa Romeo, cujo chefe, Frédéric Vasseur, comentou sobre as preocupações das equipes sobre o impacto que o Covid-19 terá nas estruturas da F1. Em entrevista ao canal de televisão francês Canal +, ele traçou um panorama da situação atual e o que pode acontecer no futuro.
Vasseur acredita que a categoria está vivendo um momento sem precedentes, que deve levar todos a ir mais longe na busca de soluções para garantir a sustentabilidade do esporte. Em um momento em que os oito primeiros GPs da temporada foram adiados ou cancelados, algo inédito na história da F1, o diretor da Alfa Romeo alerta para uma crise que pode ter consequências ainda mais desastrosas que a de 2008.
"Esta é a maior crise que a F1 passou nos últimos anos, pelo menos desde que me integrei ao campeonato", disse Vasseur. "É uma crise que já adiou meia temporada, e nunca tivemos isso. Financeiramente, isso afetará as equipes de maneira muito pesada. É hora de reagir".
"Tivemos algumas crises no passado: a financeira de 2008, quando três ou quatro fabricantes deixaram a F1 ao mesmo tempo. Pode acontecer a mesma coisa neste ano, podemos ter abandono de equipes porque, quando cancelamos corridas, não recebemos a parte dos direitos de TV que possuímos, por isso precisamos encontrar soluções. Se não conseguirmos reagir e propor uma solução, teremos dificuldades para seguir".
Antes de enfrentar a pandemia do Covid, a F1 já estava sendo questionada pelas equipes menores sobre como ficaria a categoria com as mudanças de 2021 e a chance das equipes maiores conseguirem vantagem no desenvolvimento do carro do próximo ano. Isso, em particular, foi um dos motivos que levou à revisão do regulamento técnico, adiado para 2022, mas com a manutenção do teto orçamentário e a melhor redistribuição de verbas para o próximo ano.
"Todos devem perceber que estamos no mesmo barco", insistiu. "Há alguns no leme, outros no remo, mas, se um dos dois estiver ausente, ele não vai funcionar. As coisas estão saindo porque tivemos um acordo quase unânime na semana passada sobre as mudanças, e, no final, todos concordaram".
"As decisões que não fomos capazes de tomar há três meses nos parecem óbvias hoje, e precisamos fazer o mesmo agora, porque, caso contrário, não haverá futuro para muitas equipes. Essa é a realidade".
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