VÍDEO: Christian Fittipaldi relembra rivalidade com Barrichello e os bastidores da carreira na F1
Membro do clã Fittipaldi teve rivalidade com Rubinho desde os tempos de kart até a Fórmula 1
Tricampeão das 24 Horas de Daytona, vencedor de duas temporadas do IMSA e um dos pilotos brasileiros de mais sucesso em sua geração, Christian Fittipaldi concedeu entrevista exclusiva ao Motorsport.com via live de Instagram e falou sobre sua grande rivalidade com outro competidor do Brasil. Trata-se de Rubens Barrichello, com quem 'bateu roda' desde os tempos de kart até o início da carreira de ambos na Fórmula 1, no começo dos anos 1990.
"A rivalidade era realmente muito intensa. Inclusive, até acabamos discutindo algumas vezes, mas enfim...", relembrou Christian. O filho de Wilsinho e sobrinho de Emerson Fittipaldi também revelou algumas 'tretas' com Rubinho e ainda falou sobre os bastidores da F1, incluindo o GP de San Marino de 1994, que marcou a morte de Ayrton Senna. É o que você confere na imperdível entrevista em vídeo abaixo:
A rivalidade com Barrichello
"Começou em Interlagos. A primeira corrida em que eu corri contra ele acho que foi no começo de 1982. E daí virou aquela rivalidade gigante até a hora em que a gente começou a correr de carros (após o kartismo)".
"Como eu sou um ano mais velho do que ele, eu comecei um ano antes, então eu sempre estava um passo à frente dele. Mas eu tenho certeza que, se não fosse por causa da nossa rivalidade no kart, eu não seria o que eu consegui ser. Sem dúvida nenhuma, ele me ensinou e me ajudou demais. E eu espero poder falar o mesmo de mim em relação a ele. A rivalidade era realmente muito intensa".
"Inclusive, até acabamos discutindo algumas vezes, mas enfim... Era tudo coisa de criança e eu acho que a gente conseguiu elevar o esporte a um nível um pouco acima, porque era tão difícil aquela rivalidade, tão dura, que eu parava no box e a primeira coisa que eu perguntava era: 'E o Rubinho?'. E eu acho que ele fazia a mesma coisa comigo, então isso acabou sendo muito positivo para a gente".
"Poderia ser negativo na hora, porque a gente era dois moleques, duas crianças, enfim, e você não pode ter uma rivalidade assim tão grande. Você tem que tentar aproveitar a vida, mas eu acho que, de uma certa maneira, acabou sendo muito positivo para a gente. E a gente foi colher esses frutos mais tarde, quando a gente estava correndo de carro".
Alguma 'treta' com Rubinho?
"Teve três. Teve uma em que o Rubinho correu em Jaú, acho que em 1982, com motor de válvula rotativa, que não podia correr. Completamente fora do regulamento. Daí ele ganhou a corrida, o motor andava muito. Foram abrir o motor na terça-feira lá na federação, mas o pai dele passou terça-feira de tarde, antes de todo mundo se encontrar à noite, pegou os dois motores e levou embora para casa".
"E teve uma vez em que o meu pai descobriu um líquido nos Estados Unidos, o turbo boost. Você colocava aquilo no kart e diziam que fazia andar mais. Daí a gente experimentou em um teste durante a semana e, pelo menos no cronômetro da minha mãe, andou um pouco mais rápido. Agora, se fui eu que guiei mais rápido ou se foi aquele negócio que fez alguma diferença, eu sinceramente não sei."
"Chegou na corrida no final de semana e os karts estavam parados lá no parque fechado. Coincidentemente, o meu era o último, meio que encostado na cerca. E daí o meu pai foi lá, quietinho, ficou do lado do kart, agachadinho, abriu o tanque, e colocou aquele líquido."
"E o pai do Rubinho evidentemente viu. Daí ele foi na hora contar e o meu pai viu ele correndo. Aí meu pai começou a coçar a cabeça: 'Nossa, o que que eu vou fazer agora? Quer saber? Eu vou blefar'. Antes que alguém viesse falar com ele, o meu pai foi e falou: 'Olha, sabe o que está acontecendo? Estou ouvindo que estão achando que estou colocando coisa no combustível do kart do Christian. Eu gostaria que todo mundo tirasse o combustível, levassem com uma amostra para ter certeza que não tem nada dentro e trocasse o combustível do kart dele'."
"A última história? Teve uma vez em Interlagos, eu e o Rubinho nos batemos umas quatro vezes durante a corrida. Na terceira vez, os nossos pais começaram a brigar no box. Aí é óbvio que ficou aquele clima esquisito, só que foi alguns dias antes do campeonato do mundo.
E logo depois a gente viajou para a Europa para participar do mundial. Estava aquele clima azedo, mas a gente chegou na Europa duas semanas depois e já estava tudo em ordem: um olhando para a cara do outro e morrendo de rir. A vida continua, né?...", completou Fittipaldi.
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