Valdeno e filho Nathan exaltam GT Sprint Race e falam de ansiedade para corrida juntos

Astro de Stock Car e Copa Truck dividirá carro com herdeiro em uma das principais categorias do automobilismo brasileiro

Nathan Brito

Foto de: Luciano Santos

Após a grande estreia de seu 10º campeonato no Velocitta, em Mogi Guaçu (SP), a GT Sprint Race desembarca em Goiânia (GO) para seu segundo evento de 2021 e realiza a primeira 'Special Edition' do ano, com destaque para uma dupla de pilotos "em família". No Autódromo Internacional Ayrton Senna, o veterano Valdeno Brito, vencedor da primeira Corrida do Milhão da Stock Car, correrá ao lado do filho Nathan, que disputa toda a temporada da GTSR.

 

Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, o clã 'abriu o jogo' sobre a experiência e falou sobre o privilégio de competir na Sprint, pela qual o patriarca quase correu em 2020, em que disputou apenas a Copa Truck, no segundo semestre do ano passado.

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Embora tenha se destacado nos caminhões, a ideia de Valdeno era seguir nas competições de carros após deixar a Stock Car Brasil em 2019. Por isso, o paraibano esteve bem perto de se juntar ao forte grid da GT Sprint Race, que reúne os pilotos de mais alto nível do País. Um deles, aliás, é um ex-companheiro de Brito: Julio Campos, destaque da segunda corrida da GTSR no Velocitta — a primeira prova foi vencida por Gabriel Casagrande, outro 'ex-rival'.

Entretanto, Valdeno, que mora nos Estados Unidos, teve os planos atrapalhados pela Covid-19, de forma que não pôde correr na Sprint em 2020. De todo modo, para 2021, Brito conseguiu confirmar participações nas corridas especiais da categoria e ainda terá a oportunidade de estar ao lado do filho. Nathan, de apenas 18 anos, ganhou notoriedade no kartismo e no automobilismo de base e agorá terá se provar em um dos eventos mais acirrados do Brasil.

O desafio é grande, conforme atesta o experiente pai da jovem promessa: "É um menino novo, então, até onde der, vou incentivar. Meu pai me incentivou muito e isso é importante. Mas, é claro: o futuro vai depender do aprendizado dele e da sua determinação, porque o automobilismo é um esporte e um negócio difícil para você virar profissional. E a Sprint realmente é para poucos...".

"Mas aconteceu comigo, então por que não pode acontecer com ele ou com qualquer outro?", refletiu Valdeno sobre viver das corridas. O veterano também exaltou a estrutura proporcionada pela GTSR: "A Sprint tem um custo-benefício bom, já que você tem a possibilidade de dividir o carro com outro piloto para ir se desenvolvendo, então acho interessante e a escolha é bem feita."

"Em 2020, eu inclusive já estava com a ideia de ver também o Nathan na Sprint, mas veio a pandemia e nós dois ficamos impossibilitados de estar viajando para cá, principalmente até o meio do ano, por conta das restrições", seguiu.

"Então, tudo foi adiado para 2021. Enquanto isso, o Nathan fez alguns treinos (nos EUA), no final de 2019 e em 2020, de Fórmula 4, Copa Mazda... para não ficar parado. Mas a gente estava querendo correr."

Em família

Valdeno Brito e Nathan Brito

Valdeno Brito e Nathan Brito

Photo by: Divulgacao

"[No esporte a motor] é preciso ser uma pessoa talentosa e determinada. Tem que aguentar frustração, porque são muitas. São 10 tristezas para uma alegria... Na verdade, a vida de piloto é assim. Mas ele tem o ano todo e eu vou dividir o carro com ele nas corridas especiais, o que será uma experiência marcante para a nossa vida", afirmou o patriarca, que comentou sobre correr ao lado do filho.

"Vai ser um momento de até ensiná-lo um pouco mais, sabendo realmente do carro em que estaremos andando. Por enquanto, só posso compará-lo com quem divide o carro com ele... Quando eu estiver no carro, vai ser uma experiência interessante", completou Valdeno.

A visão do filho

"Meu pai me passa muita experiência. Ele corre na Stock desde 2004 e com carros de corrida acho que desde os 18 anos... Eu tenho 18 agora. Tudo que ele passa é algo a ser escutado e vejo isso como um privilégio, tendo um professor desse ao lado. Às vezes eu acabo escutando um pouco mais do que eu gostaria (risos)... Se tem algo em que erro feio, fico ouvindo pelo resto do dia, mas sempre fica tudo bem e tranquilo", relatou o bem-humorado piloto.

"Além disso, também é bom estar aqui dividindo pista com caras como Thiago Camilo e Julio Campos... É um aprendizado enorme e com um investimento que não é tão grande se comparado ao de outras categorias, então eu diria que é uma boa escolha. E, claro, temos sempre que lutar por alguma coisinha. Até na Stock os carros não são exatamente iguais, inclusive na mesma equipe. Aqui [na GTSR], é uma equipe com 20 carros", seguiu.

"Se eu não sou o menos experiente [na categoria], sou um dos, mas não é por isso que eu vou deixar de me esforçar para aprender e posso dizer que já deu para aprender bastante. Até dá para comparar com outros carros, mas você nunca sabe se tudo está exatamente igual, porque, às vezes, algum está um pouquinho melhor de reta ou de curva", ponderou Nathan, fazendo menção ao ajuste fino das máquinas da GT Sprint Race.

"Nem sempre é exatamente a mesma coisa, então, comparando com o Luciano (Zangirolami, que divide o carro com Nathan nas seis etapas Brasil), deu para ver onde perdi tempo. Ele me deu dicas, o que foi bom para que eu não fizesse nenhum movimento imprudente."

"De todo modo, estou feliz e otimista para o ano inteiro. A categoria é a melhor do Brasil [para dar o próximo passo em competições de carros, após o kartismo e monopostos de base], na minha opinião, pois são carros mais fortes, próximos aos de uma Stock Light ou de uma Stock Car... O carro 'vira' só 4 ou 5 segundos mais lento que um Stock Car, então é um 'negócio' parecido e talvez faça tanta curva quanto um Stock Car, por ser mais leve", comparou.

"Então, sempre tem alguma coisinha (diferente). Tem sempre que estar 'pegando' nisso, mas, no geral, é realmente uma boa escolha vir para cá. Nos Estados Unidos, um campeonato como F4, que não é pra ser tão caro, custa de 200 a 300 mil dólares. Então, para a gente, que 'vê' tudo em reais, daria de 1 milhão a 1,5 milhão, o que é inviável para correr de F4. Além disso, qualquer coisa melhor que um F4 vai ser mais caro do que isso."

"Então, aqui, mesmo com as despesas de viagem, fica mais em conta do que correr nos Estados Unidos. Além do mais, meu pai é muito conhecido aqui no Brasil, então, onde quer que a gente vá, ele tem alguma influência. Não é como se a gente estivesse lá 'perdido' nos EUA, sem conhecer ninguém... Aqui, metade do pessoal a gente já conhece, então ele sempre conhece algum especialista em algo. É um fator a ser considerado também."

Nathan Brito
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Valdeno Brito
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