Crônica
Indy 500 Milhas de Indianápolis

ANÁLISE - Marcus Ericsson: de piloto pagante da F1 a 'escolhido' de Indianápolis

Contestado nos tempos de Fórmula 1, o sueco se encontrou na Indy, abriu os olhos de Chip Ganassi e, enfim, conseguiu ter carro competitivo para vencer

Marcus Ericsson, Chip Ganassi Racing Honda Borg Warner Winner

O ditado diz que Indianápolis escolhe seus vencedores. Tenho a certeza de que essa máxima é real a cada ano. Do dia para a noite, fez o status de Marcus Ericsson mudar de “piloto pagante na F1” para vencedor da prova mais tradicional do automobilismo.

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Não, o sueco não virou uma lenda, mas se você deixou de acompanhá-lo com a Fórmula 1, não viu o quanto ele progrediu. Como disse Magnus Nyström, jornalista sueco que acompanhou Ericsson em seu primeiro ano na Fórmula Indy, disse que “o que mais me impressiona nele é sua determinação e perseverança, como, teimosamente, ele continua trabalhando para melhorar”. Essa frase impacta ainda mais se lembrarmos os carros ruins que andou na F1.

Marcus Ericsson, em tempos de Sauber, na F1

Marcus Ericsson, em tempos de Sauber, na F1

Photo by: Sutton Images

Mas e por que escolher Ericsson e não Scott Dixon, que com seis títulos na Indy, tem só uma vitória? O neozelandês levou um drive thru na última parada, quando era um dos favoritos à corrida, justamente na ocasião em que se tornou o piloto a liderar mais edições das 500 Milhas e o competidor a liderar mais voltas na competição. Enquanto o experiente errou, o ex-piloto da Sauber e Caterham passou incólume.

A cada dia, eu acredito que Indianápolis não gosta de roteiros óbvios. Fora o favorito Dixon, uma vitória de Pato O’Ward e Tony Kanaan, por exemplo, não surpreenderia ninguém. O primeiro é badalado pelo mundo do automobilismo, apontado como futuro substituto de Daniel Ricciardo na Fórmula 1. O segundo é uma lenda da categoria, mas não foi assim que o Templo do Automobilismo quis.

Ok, a Ganassi era a melhor equipe e a até se falava em Quinteto Fantástico, mas isso fez muita gente pensar que era uma forçada de barra por conta de um piloto: o próprio Marcus Ericsson. Diante da história de Dixon, Palou, JJ e TK, certamente, o currículo mais tímido. Pelo menos até domingo.

Indianápolis escolheu um piloto contestado por muitos, mas que, por muito tempo, não teve nem equipamento para mostrar seu desempenho. Restava a ele brigar com seu companheiro de equipe pelas últimas posições. Migrou aos EUA, chegou à Indy e mostrou valor de cara em uma categoria onde os carros são iguais e os motores equiparados.

Marcus Ericsson, Chip Ganassi Racing Honda takes the yellow and checkered flags

Marcus Ericsson, Chip Ganassi Racing Honda takes the yellow and checkered flags

Photo by: Jake Galstad / Motorsport Images

Chamou a atenção de um cara que tem o olhar clínico: Chip Ganassi. Esse cara não aposta em qualquer um. Assim, ele viu Zanardi, Montoya, Franchitti, Dixon e Palou – só para resumir. Na Ganassi, Ericsson venceu duas corridas em 2021 e progrediu muito em ovais – ou vai me falar que o terceiro lugar no Texas caiu do céu? Não, o sueco melhorou!

Domingo, guiou o fino! Andou absurdos, como se fosse um Helio, Tony ou Dixon. Andou sempre à frente, mas na reta final não errou – como Dixon errou, por exemplo. No stint final, ultrapassou Pato e Felix Rosenqvist, seu compatriota, que chegou ao mundo da Indy muito prestigiado, como um “injustiçado da Fórmula 1”, sem qualquer titubeio.

E mais: quando tinha retardatários à sua frente, passou de passagem, diferente dos rivais e ali abriu uma vantagem enorme. Se a corrida fosse em verde, ele ganharia com folgas. Mas roteiros óbvios não faz o tipo de Indianápolis, né?

Jimmie Johnson bateu e trouxe uma bandeira vermelha. Ele relargaria faltando duas voltas com Pato e TK atrás dele. Um é reconhecido como um dos melhores da atualidade. O outro é só um dos melhores da história. Mas o sueco segurou como ninguém!

Foi para a história!

Marcus Ericsson, Chip Ganassi Racing Honda kissing the bricks

Marcus Ericsson, Chip Ganassi Racing Honda kissing the bricks

Photo by: Phillip Abbott / Motorsport Images

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Daniel Balsa
Indy
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