Depois de anos de parceria, a IndyCar deixará de ser transmitida pelo Grupo Bandeirantes e será veiculada apenas no DAZN na próxima temporada. A informação foi confirmada pela Band, que não passará as provas da categoria em 2020. O mesmo vale para o BandSports, em TV fechada.
Com a decisão do Grupo Bandeirantes, o principal campeonato de monopostos dos Estados Unidos será transmitido apenas pela plataforma DAZN no Brasil, por meio do serviço de streaming lançado recentemente no País.
A notícia é ainda mais significativa pelo fato de a Band ter uma relação histórica com a Indy. A emissora foi a primeira a passar a categoria na TV aberta brasileira, ainda na década de 1980, quando Emerson Fittipaldi se aventurou no automobilismo norte-americano.
Na época, as transmissões do campeonato ficaram notabilizadas pelas icônicas narrações do saudoso Luciano do Valle. Entre 1993 e 1994, a Indy foi para a TV Manchete. Na sequência, SBT. Em 1996, com a cisão entre IRL e CART, a rede de Silvio Santos e a Band se dividiram.
A IRL ficou com as 500 Milhas de Indianápolis, principal evento do calendário, que passava na Bandeirantes. Já o SBT manteve os direitos de transmissão da CART, que tinha mais destaque nas etapas restantes.
Daí em diante, a CART perdeu força e as duas categorias acabaram reunidas. Neste meio tempo, a Band continuou se destacando na transmissão da Indy. A relação durou até os dias de hoje, apesar do falecimento de Luciano do Valle em 2014.
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Após a morte do comunicador, o locutor Teo José assumiu posto de destaque nas coberturas, ao lado do comentarista Felipe Giaffone. Este acabou sendo contratado pelo Grupo Globo no começo deste ano, época em que José acabou dispensado. O narrador foi para a Fox Sports.
De acordo com o Observatório da TV, nenhuma corrida da Indy transmitida pela Band em 2019 passou da marca de 1,5 ponto de Ibope na Grande São Paulo, incluindo as 500 Milhas de Indianápolis, a mais importante do ano.
Em meio à perda de prestígio das transmissões de automobilismo no Grupo Bandeirantes, o DAZN entrou no mercado brasileiro e tem a IndyCar como uma de suas principais atrações no âmbito do esporte a motor. Agora, o serviço de streaming monopolizará o campeonato.
O cenário da categoria para o fã brasileiro, porém, não é dos melhores. Ídolos históricos, Hélio Castroneves (Penske) e Tony Kanaan (Foyt) estão garantidos apenas nas principais provas ovais, como a Indy 500.
Companheiro de Kanaan em 2019, Matheus Leist ainda não tem equipe para 2020 e foi confirmado em quatro provas do IMSA na próxima temporada, com destaque para as 24 Horas de Daytona. E Sérgio Sette Câmara deve seguir na Fórmula 2, apesar do interesse da Dale Coyne na Indy.
GALERIA: Relembre bordões e frases 'imortais' de Luciano do Valle, Galvão Bueno e cia
Clássico bordão do icônico narrador em referência ao tricampeão da Fórmula 1
No GP do Japão de 1991, em que conquistou seu terceiro título, o brasileiro entregou a vitória para seu companheiro austríaco Gerhard Berger, para loucura de Galvão
No GP da Hungria de 1986, a memorável ultrapassagem de Piquet sobre Senna, por fora, foi narrada de forma eufórica por Galvão
Verbalizada no GP da Europa de 1993, a cornetada foi para Michael Andretti, então companheiro de Senna. Enquanto o brasileiro brilhou, o norte-americano abandonou outra vez, dando sequência à má fase na F1. Andretti nem terminou a temporada
Narração épica da primeira vitória de Rubens Barrichello na F1, a primeira do Brasil em sete anos. Foi no GP da Alemanha de 2000. "Isso, Rubinho! Solta o cinto e levanta do carro! Ergue o seu punho, viva seu momento! Faça rolar suas lágrimas, porque elas são de alegria, mas são também de uma carreira muito sofrida, de muita gente que não acredita, de gente que tem o mau hábito de não respeitar o talento dos outros. Chega o momento de Rubens Barrichello. A vitória é sua, Rubinho!"
"É inacreditável. Olha, é inacreditável. Não há nenhuma necessidade de a Ferrari fazer isso". Foi assim que Cléber Machado definiu o fim do GP da Áustria de 2002. Um ano depois de a escuderia pedir para Barrichello entregar uma vitória ao alemão Michael Schumacher, que brigava pelo título em 2001, nova ordem obrigou o brasileiro a abdicar do triunfo de forma lamentável em 2002, quando Schumacher liderava com folga. Triste e inesquecível
O ocorrido na Áustria não apagou a marca registrada em homenagem a Rubinho, responsável pela última vitória brasileira na F1, na Itália, em 2009
No GP da Hungria de 2010, Schumacher tentou evitar ultrapassagem do brasileiro espremendo-o no muro. Mas Rubinho levou a melhor na batalha entre ex-companheiros de Ferrari. "O muro acabou na hora certa, gente, ele ia bater no muro. E olha que o Schumacher jogou ele na parede, amigo", definiu Galvão
Schumacher quebrou no GP do Japão de 1991. Galvão narrou: "Schumacher ficou para trás. Olha lá o Schumacher, a corrida acabando para ele. Fizeram [Benetton] a opção deles. Não quiseram mais o Piquet e o Moreno. Olha, com Schumacher e com Brundle, eles vão gastar dinheiro, viu? Eles vão gastar dinheiro na próxima temporada, porque o que eles [pilotos] batem não é fácil, e o que eles estouram de motor..."
Mais um clássico de Galvão, desta vez para Massa, último piloto brasileiro na F1
"Hamilton é campeão mundial. Na última curva". Triste e memorável narração no GP do Brasil de 2008, no qual Massa foi campeão por alguns segundos, até que o britânico ultrapassou Timo Glock para conquistar seu 1º título, ainda com a McLaren
Mesmo quem não gosta de F1 já deve ter ouvido este clássico
Bordão do narrador para situações de chuva forte
Mais um bordão de Galvão para situações de chuva na F1
Max Verstappen venceu o GP da Áustria de forma impressionante neste ano. Depois ultrapassar a Ferrari do alemão Sebastian Vettel, o holandês fez um "gol da Holanda", como definiu Luis Roberto
Bordão elogioso de Sérgio Maurício (à direita), mais um narrador de automobilismo do Grupo Globo
Marca registrada do narrador da Fox Sports, que sempre emprega o bordão para decretar o vencedor das corridas
"Passa Tony, passa Tony, passa Tony, passa Tony, passa Tony. Não perde mais, Tony Kanaan!" Na versão feliz do 'hoje não, hoje sim', Téo José viu Max Papis ter pane seca para delegar ao brasileiro Tony Kanaan sua primeira vitória na Indy, na US 500 de 1999
"Sabe por quê? Vai dar bandeira amarela, e o Emerson está na frente. Ganhou o Brasil! Ganhou o Brasil! Espetacular! Uma vitória que vai ficar para a história de todos nós!". Foi assim que o saudoso narrador definiu a primeira vitória de Emerson Fittipaldi nas 500 Milhas de Indianápolis, em 1989
O ex-narrador de Speed e Fox Sports tem um jeito característico após o comando de ligar os motores nas provas da NASCAR. Além dele, ficou famoso também o "Bandeira verde!", anunciando o início de cada prova da maior categoria do automobilismo norte-americano.
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