Entrevista

Preço menor que Netflix e cobertura especializada são apostas do DAZN para Indy em 2020, diz narrador

André Duek falou sobre o que os fãs da Indy podem esperar das transmissões da categoria no próximo ano

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Nesta terça-feira foi anunciado que a Indy deixará de ser transmitida pelo Grupo Bandeirantes em 2020, após décadas de cobertura da emissora paulista. A única maneira do fã da maior categoria de monopostos dos Estados Unidos acompanhar as provas no Brasil será por meio da plataforma de streaming DAZN, presente no país há quase um ano.

O DAZN já transmitiu a Indy em 2019, junto com as principais categorias de acesso à F1, como F2, F3 e também o Mundial de Superbike.

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Atrativos para prender a atenção dos fãs da Indy não faltam, é o que promete o piloto, comentarista e agora narrador do DAZN, André Duek, que falou com exclusividade ao Motorsport.com.

“As transmissões serão sempre ao vivo, aconteça o que acontecer”, disse Duek. “Sempre fica gravado na plataforma, o que é um diferencial para os assinantes, o que não acontece na TV, se você perde a corrida e não gravou, acaba não assistindo. Além de ter os melhores momentos depois, tanto na plataforma e alguns no YouTube, como um teaser.”

O preço do serviço também promete ser um dos fatores para fazer com que o fã veja as corridas com bons olhos. O DAZN reduzirá o valor da mensalidade em 2020, de R$ 37,90 para R$ 19,90.

“É um negócio que é baseado em escala. Quanto mais assinantes, menor é o preço. O Netflix é assim, era mais caro e depois abaixou, é um modelo de negócio da indústria do streaming.”

André Duek e Roberto Moreno durante transmissão da Indy em 2019

André Duek e Roberto Moreno durante transmissão da Indy em 2019

Photo by: Acervo pessoal

Transmissão ao vivo em português, além do preço semelhante aos serviços de streaming voltados ao entretenimento, estes não serão os únicos atrativos, segundo Duek.

“A política do DAZN, que eu gosto muito, é que eles sempre vão querer ter o cara que entende muito do esporte na transmissão. Tanto que eu fui promovido a narrador por esse motivo. Eu poderia continuar como comentarista, tive que me reinventar, estudar, e eles me justificaram que seria melhor eu, um cara especialista em automobilismo, treinar para ser narrador, do que ensinarem o esporte para um narrador que não conhece. É uma linha de raciocínio muito legal.”

“Percebi também que quem assiste é um cara muito fanático pelo automobilismo. O cara que estiver transmitindo precisa ser muito bom, se ele não agregar muito, o pessoal critica mesmo, e o DAZN imagina isso para todos os esportes. A transmissão é bem aberta, solta, não há aquela trava editorial, como tem em alguns canais de TV, o que é muito bacana.”

“É um jeito novo de assistir os esportes e tivemos um ótimo feedback, o que me surpreendeu, pois nunca trabalhei com streaming e eu vi que a dinâmica é muito diferente, mas muito legal.”

Baseada em Miami, as transmissões da Indy no DAZN contarão com pilotos e ex-pilotos no papel de comentaristas, junto com Duek na narração. A temporada começa em St. Petersburg, no dia 15 de março. O ponto alto do campeonato, as 500 Milhas de Indianápolis está programada para acontecer no dia 24 de maio.

Relembre bordões e frases 'imortais' de Luciano do Valle, Galvão Bueno e cia

Galvão Bueno:
Clássico bordão do icônico narrador em referência ao tricampeão da Fórmula 1
Galvão Bueno:
No GP do Japão de 1991, em que conquistou seu terceiro título, o brasileiro entregou a vitória para seu companheiro austríaco Gerhard Berger, para loucura de Galvão
Galvão Bueno:
No GP da Hungria de 1986, a memorável ultrapassagem de Piquet sobre Senna, por fora, foi narrada de forma eufórica por Galvão
Galvão Bueno:
Verbalizada no GP da Europa de 1993, a cornetada foi para Michael Andretti, então companheiro de Senna. Enquanto o brasileiro brilhou, o norte-americano abandonou outra vez, dando sequência à má fase na F1. Andretti nem terminou a temporada
Galvão Bueno:
Narração épica da primeira vitória de Rubens Barrichello na F1, a primeira do Brasil em sete anos. Foi no GP da Alemanha de 2000. "Isso, Rubinho! Solta o cinto e levanta do carro! Ergue o seu punho, viva seu momento! Faça rolar suas lágrimas, porque elas são de alegria, mas são também de uma carreira muito sofrida, de muita gente que não acredita, de gente que tem o mau hábito de não respeitar o talento dos outros. Chega o momento de Rubens Barrichello. A vitória é sua, Rubinho!"
Cléber Machado:
"É inacreditável. Olha, é inacreditável. Não há nenhuma necessidade de a Ferrari fazer isso". Foi assim que Cléber Machado definiu o fim do GP da Áustria de 2002. Um ano depois de a escuderia pedir para Barrichello entregar uma vitória ao alemão Michael Schumacher, que brigava pelo título em 2001, nova ordem obrigou o brasileiro a abdicar do triunfo de forma lamentável em 2002, quando Schumacher liderava com folga. Triste e inesquecível
Galvão Bueno:
O ocorrido na Áustria não apagou a marca registrada em homenagem a Rubinho, responsável pela última vitória brasileira na F1, na Itália, em 2009
Galvão Bueno:
No GP da Hungria de 2010, Schumacher tentou evitar ultrapassagem do brasileiro espremendo-o no muro. Mas Rubinho levou a melhor na batalha entre ex-companheiros de Ferrari. "O muro acabou na hora certa, gente, ele ia bater no muro. E olha que o Schumacher jogou ele na parede, amigo", definiu Galvão
Galvão Bueno:
Schumacher quebrou no GP do Japão de 1991. Galvão narrou: "Schumacher ficou para trás. Olha lá o Schumacher, a corrida acabando para ele. Fizeram [Benetton] a opção deles. Não quiseram mais o Piquet e o Moreno. Olha, com Schumacher e com Brundle, eles vão gastar dinheiro, viu? Eles vão gastar dinheiro na próxima temporada, porque o que eles [pilotos] batem não é fácil, e o que eles estouram de motor..."
Galvão Bueno:
Mais um clássico de Galvão, desta vez para Massa, último piloto brasileiro na F1
Galvão Bueno:
"Hamilton é campeão mundial. Na última curva". Triste e memorável narração no GP do Brasil de 2008, no qual Massa foi campeão por alguns segundos, até que o britânico ultrapassou Timo Glock para conquistar seu 1º título, ainda com a McLaren
Galvão Bueno:
Mesmo quem não gosta de F1 já deve ter ouvido este clássico
Galvão Bueno:
Bordão do narrador para situações de chuva forte
Galvão Bueno:
Mais um bordão de Galvão para situações de chuva na F1
Luis Roberto:
Max Verstappen venceu o GP da Áustria de forma impressionante neste ano. Depois ultrapassar a Ferrari do alemão Sebastian Vettel, o holandês fez um "gol da Holanda", como definiu Luis Roberto
Sérgio Maurício:
Bordão elogioso de Sérgio Maurício (à direita), mais um narrador de automobilismo do Grupo Globo
Téo José:
Marca registrada do narrador da Fox Sports, que sempre emprega o bordão para decretar o vencedor das corridas
Téo José:
"Passa Tony, passa Tony, passa Tony, passa Tony, passa Tony. Não perde mais, Tony Kanaan!" Na versão feliz do 'hoje não, hoje sim', Téo José viu Max Papis ter pane seca para delegar ao brasileiro Tony Kanaan sua primeira vitória na Indy, na US 500 de 1999
Luciano do Valle:
"Sabe por quê? Vai dar bandeira amarela, e o Emerson está na frente. Ganhou o Brasil! Ganhou o Brasil! Espetacular! Uma vitória que vai ficar para a história de todos nós!". Foi assim que o saudoso narrador definiu a primeira vitória de Emerson Fittipaldi nas 500 Milhas de Indianápolis, em 1989
Sergio Lago:
O ex-narrador de Speed e Fox Sports tem um jeito característico após o comando de ligar os motores nas provas da NASCAR. Além dele, ficou famoso também o "Bandeira verde!", anunciando o início de cada prova da maior categoria do automobilismo norte-americano.
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