Entrevista

Granado: Fiquei sabendo de demissão da Moto2 via rede social

Ao Motorsport.com, piloto brasileiro fala sobre ano turbulento na Forward e se mantém focado para retorno ao mundial, mas não descarta outras possibilidades

Eric Granado, Forward Racing Moto2

Demitido da equipe Forward após o GP da República Tcheca no início deste mês de agosto, Eric Granado agora procura vaga para retornar ao mundial depois de um início de 2018 decepcionante com o time comandado pelo italiano Giovanni Cuzari.

A equipe, que já esteve na MotoGP e chegou a conquistar pole position e pódio com Aleix Espargaró, nem de longe lembrou esta forma em 2018. Após uma troca de chassis polêmica de Kalex para Suter (que ainda em 2017 havia anunciado saída do mundial) durante a pré-temporada, o time passou a ser completamente coadjuvante. E Granado, retornando ao mundial, acabou tendo problemas.

Falando com exclusividade ao Motorsport.com, o brasileiro destacou que o time não primou pelo profissionalismo ao dispensá-lo.

“Recebi (o comunicado) através das redes sociais logo após o GP de Brno, e então no dia seguinte a equipe me informou por telefone”, falou.

“Me surpreendeu muito, pois eu não esperava que fosse ser desta maneira.”

“A nossa desilusão foi grande. Obviamente eu não estava feliz com o desempenho da moto e como a equipe se comportava em relação a isso. Mas eu sempre dei o meu melhor – eu e meu técnico tentamos de tudo para evoluir, mas infelizmente não recebíamos evoluções da Suter como foi prometido no começo do ano.”

Forward foi obrigada a usar chassi Suter

Eric afirma que a Forward teve que mudar dos chassis Kalex para o Suter no início deste ano por problemas envolvendo a fábrica e o time, a ponto dos alemães não quererem mais vender seu chassi para a escuderia.

Granado alega que havia assinado o contrato com a Forward para usar especificadamente o chassi Kalex.

“Eles não cumpriram com o que foi conversado desde o início, começando pelo fato que eu assinei um contrato pra correr de Kalex e por problemas burocráticos o dono da equipe teve que mudar de última hora.”

“O dono da equipe teve problemas com a Kalex, que não venderia material nenhum para eles, então, ele foi obrigado a escolher outra marca de chassis. Escolheu a Suter, e seríamos a única equipe do grid a usar, mas em teoria teríamos ‘apoio de fábrica’, mas isso realmente não aconteceu, minha moto foi basicamente a mesma desde a 1ª corrida.”

Sem peças de reposição

Nas últimas etapas era normal ver tanto Eric quanto seu companheiro, Stefano Manzi, sofrendo acidentes e não retornando mais às sessões de treinos. Segundo o brasileiro, o time tinha poucas peças para utilizar.

“Muitas vezes a moto ficava muito danificada e não dava tempo de voltar. Mas nas últimas provas a equipe já estava sem peças de reposição, por conta das nossas quedas.”

Mesmo sendo em tese time de fábrica da Suter, a Forward não recebeu o apoio que deveria. “As melhoras que tivemos foram por acerto de suspensões e geometria, junto com meu técnico, que por sinal era muito bom e esforçado.”

“Mas evoluções de peças novas em si, não chegaram em nenhum momento para mim. Meu companheiro teve mais peças de evoluções do que eu, mas, ainda assim, ambos tínhamos muitas dificuldades e caíamos sempre que tentávamos buscar o limite. Mesmo eu tendo terminado mais provas que ele e caído menos.”

Granado confirmou também que seus advogados estão cuidando dos procedimentos legais após seu desligamento.

Participação no Superbike Brasil estava no contrato

Eric se confessou surpreso com a alegação da Forward de que um dos motivos para sua dispensa teria sido de que ele estaria fazendo paralelamente o campeonato brasileiro de Superbike. O paulista diz que o time sabia de tudo e jamais se opôs a seus planos.

“Minha participação no campeonato brasileiro estava prevista no contrato”, acrescentou.

“Isso é muito frustrante, pois desta vez eu cheguei muito preparado e pronto para ser competitivo, diferente de 2012. Mas infelizmente por muitos motivos, não consegui demonstrar ainda no mundial que tenho potencial para brigar com os grandes.”

Por fim, Granado diz que quer retornar à Moto2, mas que também trabalha com opções diferentes e pode vir a correr em outros campeonatos.

“O foco principal é retornar ao mundial, mas também tenho outras possibilidades, assim que eu tiver algo mais claro, publicarei para todos saberem”, finalizou.

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Gabriel Lima
Moto2
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