Guia: Com 6 marcas e nova rivalidade, MotoGP promete em 2017
Sem mudanças técnicas, mas com várias trocas de lugares, temporada deste ano pode marcar nova era no mundial
Ao lado da Fórmula 1, que inicia sua temporada na Austrália, a MotoGP também começa neste final de semana. O palco para a primeira corrida é o circuito de Losail, no Catar. A pista, que recebe provas desde 2004 e que abre a temporada desde 2007, sempre foi palco de corridas vibrantes, algo que deve se repetir neste ano.
A prova será a primeira de 18 etapas neste ano, que conta com as mesmas localidades do ano passado. Com o regulamento técnico também praticamente estático, as principais mudanças para esta temporada ficaram mais restritas à chamada ‘dança das cadeiras’. A principal delas é a ida do tricampeão Jorge Lorenzo para a Ducati após nove anos na Yamaha. A fábrica nipônica agiu rápido, e chamou o promissor Maverick Viñales de 22 anos para ser parceiro do heptacampeão Valentino Rossi. Quem ocupa o lugar de Viñales na Suzuki é Andrea Iannone, demitido da Ducati.
A nova cara do grid não para por aí. A fábrica austríaca KTM se junta à categoria oficialmente em 2017, e Aleix Espargaró deixa a Suzuki para defender a Aprilia. Além disso, temos quatro estreantes: Johann Zarco (Yamaha Tech3), Jonas Folger (Yamaha Tech3), Sam Lowes (Aprilia) e Álex Rins (Suzuki). Já a Honda remou contra a maré: fica tudo como está. O atual campeão Marc Márquez continua ter a seu lado, assim como nos últimos quatro anos, Dani Pedrosa.
Mas o que esperar da nova temporada? Confira um resumo nos tópicos abaixo:
Inicio de uma nova rivalidade?
O nome da pré-temporada foi Maverick Viñales. O espanhol liderou todos os quatro testes coletivos que fez com a Yamaha. Sendo o mais veloz e com o melhor ritmo de corrida, o #25 é considerado o favorito pela concorrência – e o atual campeão Marc Márquez já o vê como ameaça. Marc e Viñales já se envolveram em um princípio de confusão no teste da Austrália, quando o piloto da Honda propositalmente seguiu Maverick enquanto este tentava fazer uma simulação de GP. Avisado pelos boxes, o piloto da Yamaha cancelou o treino para não entregar a Márquez os segredos da M1. Após, ambos trocaram farpas pela imprensa. A ver o que acontecerá durante a temporada.
Valentino Rossi
Aos 38 anos, o Doutor continua atrás do sonhado décimo título mundial e oitavo na MotoGP. No entanto, Rossi não fez uma pré-temporada tão boa quanto seu companheiro Viñales. O piloto reclamou bastante do equilíbrio de sua moto e sequer realizou simulação de GP no último treino após não ter boas sensações com o acerto da M1 no Catar. Porém, apesar dos problemas, os últimos anos nos ensinaram a jamais duvidar de Valentino. A adrenalina dos domingos parece sempre dar alguns décimos extras ao experiente piloto italiano, que dificilmente comete erros. Jamais duvide do Doutor!
Poderá Lorenzo levar a Ducati a um título dez anos depois?
Talvez a maior mudança para 2017. Não estranhe: agora Jorge Lorenzo veste vermelho. Depois de três títulos em nove anos pela Yamaha, o piloto se desligou da escuderia japonesa para tentar domar a dificílima Desmosedici. O objetivo é claro: tentar levar a Ducati ao topo novamente dez anos depois do título de Casey Stoner. No entanto, para um piloto que sempre teve a velocidade nas curvas e a fluidez como pontos fortes do estilo, se adaptar à brutalidade da Desmosedici (frear mais tarde e mais dentro) pode não ser tão simples. Lorenzo teve problemas nos treinos da Malásia e da Austrália, mas no Catar (pista que gosta e na qual a Ducati sempre andou bem) o espanhol melhorou, apesar de sempre ter andado atrás de Andrea Dovizioso.
Questão aerodinâmica
Em 2017, as fábricas tiveram que levar a guerra aerodinâmica que deu o tom das temporadas de 2015 e 2016 a outro nível. Depois de proibidas pela FIM, as aletas aerodinâmicas reapareceram camufladas nos testes de pré-temporada. Os times acabaram alongando as laterais de suas carenagens para abrigar as asinhas. Quem mais revolucionou foi a Ducati, que levou uma bolha revolucionária para o último teste no Catar (foto), embora ainda não esteja claro se o time irá usar a solução em todas as pistas.
Recém-chegados ambiciosos
Depois de uma incursão oficiosa à MotoGP pela antiga equipe de Kenny Roberts Sr em 2005, a KTM chega de fato à categoria máxima da motovelocidade em 2017. O projeto ainda está no início, mas o CEO da montadora, Stefan Pierer, é ambicioso. Ele já declarou guerra à Honda pela imprensa e crê que possa alcançar as primeiras posições em poucos anos. A montadora austríaca ficou com os últimos lugares no último teste realizado, mas, pelo longo e amplo (a KTM terá times oficiais na Moto2 e na Moto3) comprometimento, é melhor não duvidar de nada.
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