KTM interrompe programa de desenvolvimento da MotoGP por falência e dívida bilionária

Rombo de R$19 bi levou a fabricante austríaca a congelar o desenvolvimento de seus protótipos da categoria rainha, conforme apurado pelo Motorsport.com

Pit Beirer, KTM Motorsport Director

Em meio à grave crise que obrigou a KTM a declarar falência, depois de divulgar uma dívida de cerca de 3 bilhões de euros (equivalente à mais de R$ 19.12 bilhões), os chefes da divisão da MotoGP da fabricante austríaca decidiram frear o desenvolvimento de seus protótipos, pelo menos durante o inverno (verão no Brasil) até os testes de pré-temporada no início de fevereiro, em Sepang, Malásia. 

Essa medida é mais uma das medidas incluídas no plano de choque que busca manter seguro o projeto esportivo austríaco.

O Motorsport.com apurou que os dirigentes da MotoGP realizaram uma reunião na oficina oficial da KTM durante a última corrida da temporada, em Barcelona, na qual informaram a todos os presentes sobre a delicada situação financeira da empresa.

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No entanto, na mesma reunião, a equipe foi tranquilizada e a continuidade do projeto no campeonato foi dada como certa.

Além de enfatizar a política de contenção de custos que vem sendo adotada há algum tempo, também foi discutida a desaceleração no desenvolvimento das motos que serão pilotadas no próximo ano por Pedro Acosta e Brad Binder na garagem de fábrica e por Maverick Viñales e Enea Bastianini na Tech 3.

Pedro Acosta, Red Bull KTM Factory Racing

Pedro Acosta, Red Bull KTM Factory Racing

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

Na verdade, nos testes de pós-temporada após a última corrida, também em Montmeló, os novos componentes da RC16 se limitaram a uma nova carenagem e algumas novas telas de proteção. Nem Dani Pedrosa, que renovou seu status de piloto de testes para 2025, nem Pol Espargaró participaram desse dia de testes.

Embora as mensagens não oficiais da KTM dêem a certeza de que o fabricante estará no grid de 2025 com suas quatro motos, as da equipe de fábrica e as da Tech3, o Motorsport.com apurou que há dúvidas sobre isso nos escritórios da Dorna, empresa proprietária da MotoGP. É uma incerteza razoável, considerando o buraco em que o grupo liderado por Stefan Pierer se encontra.

Nos últimos meses, a KTM passou por uma grande reestruturação, com várias filiais da empresa controladora - KTM AG, KTM Components GmbH e KTM F&E - sendo divididas. O lado de corrida do negócio foi colocado sob o guarda-chuva da KTM Racing GmbH.

Enea Bastianini, Red Bull KTM Tech3, escucha atentamente al piloto de pruebas y desarrollo de la marca, Dani Pedrosa

Enea Bastianini, da Red Bull KTM Tech3, ouve atentamente o piloto de testes e desenvolvimento da KTM, Dani Pedrosa.

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

Inicialmente, isso parecia assegurar a divisão de corridas, mas a escala do rombo financeiro que foi exposto é muito maior do que o estimado inicialmente.

Além do já mencionado congelamento do desenvolvimento de máquinas para a MotoGP, espera-se que a KTM apresente nos próximos dias um plano estratégico que visa isolar a divisão esportiva.

Dentro da própria empresa, é considerado essencial que o braço de corrida permaneça ativo, caso contrário, o golpe na imagem da empresa seria ainda maior do que é atualmente, pois provavelmente prejudicaria ainda mais as vendas.

Uma enorme crise financeira

Foi no segundo semestre de 2024 que os primeiros rumores sobre a saúde financeira da KTM começaram a ser compartilhados, principalmente devido à superprodução e a uma queda significativa nas vendas, como o fracasso no projeto de bicicletas elétricas.

Já na segunda metade do ano, relatórios nesse sentido começaram a se espalhar pelo paddock da MotoGP. " Estive na fábrica e eles me garantiram que o programa esportivo terá todo o apoio, que podemos ficar tranquilos", disse Acosta em setembro, após o teste de Misano.

A partir de então, e nos dois meses seguintes, as más notícias se acumularam e a magnitude do buraco foi "crescendo". O golpe mais duro até agora veio no início da semana passada, quando foi divulgado o início do processo de insolvência, com a dívida já mencionada de quase 3 bilhões de euros.

Maverick Viñales, Red Bull KTM Tech3

Maverick Viñales, Red Bull KTM Tech3

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

 

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