MotoGP GP da França

Pilotos da MotoGP levantam preocupações sobre contratos precários e de baixo valor

Um exemplo é do campeão Joan Mir: a Suzuki lhe havia oferecido uma renovação com um salário que seria um terço do atual, o que lhe levaria a ganhar menos que quando era um novato

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Os pilotos da MotoGP expressaram preocupações ao CEO da Dorna Sports, Carmelo Ezpeleta, detentor dos direitos comerciais da categoria, sobre os contratos de baixo custo que estão sendo implementados pelas equipes agora.

Durante a tradicional reunião de sexta-feira da comissão de segurança com os pilotos, os presentes aproveitaram a rara presença de Ezpeleta para expressarem suas preocupações sobre o estado atual dos contratos na categoria.

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Motorsport.com apurou que a comissão também falou sobre a falta de apoio quando uma equipe demite pilotos antes do fim dos contratos, como foi o caso de Romano Fenati, que teve seu acordo encerrado com a equipe SpeedUp na Moto2 na semana passada.

"A maioria dos pilotos, especialmente na Moto3 e na Moto2, não têm defesa alguma quando as equipes decidem encerrar os contratos unilateralmente", disse um participante da reunião ao Motorsport.com.

"Falamos com Carmelo o caso específico de Fenati. Quando uma equipe quer demitir um piloto, eles fazem isso. Mas quando um piloto quer sair, ele não pode".

O principal foco da discussão girou em torno dos contratos de baixo valor que foram implementados pela maioria das montadoras desde o início da pandemia. Em termos de negociações para 2023, vários pilotos receberam ofertas bem abaixo do esperado e do valor tradicional.

Aleix Espargaró falou abertamente sobre isso no mês passado em Austin, revelando que suas primeiras discussões com a Aprilia sobre uma renovação o deixaram "triste", já que as visões de cada parte eram muito diferentes.

E o empresário de Joan Mir, Paco Sanchez, revelou durante o fim de semana na França que, antes do chocante anúncio de saída da Suzuki da MotoGP no fim de 2022, a primeira oferta da montadora japonesa ao campeão de 2020 era "inaceitável".

Foi apurado que Mir, que além de campeão de 2020 foi terceiro em 2021 com seis pódios no ano, foi oferecido um salário que seria um terço do valor atual, que seria menos do que recebeu em seu primeiro ano na categoria, em 2019.

"Quando Fabio Quartararo chegou na MotoGP, ele teve que assinar por 80 mil euros, e esse é o valor que eles estão pagando para alguns pilotos agora", disse outro presente na reunião ao Motorsport.com.

Jakarta MotoGP riders parade

Jakarta MotoGP riders parade

Photo by: Dorna

Segundo apurado, Ezpeleta disse aos pilotos que a situação econômica causada pela pandemia e a guerra na Ucrânia dificulta a situação das montadoras, destacando a saída da Suzuki como exemplo de instabilidade que a MotoGP vive hoje.

Em resposta, um piloto, que preferiu manter o anonimato, disse: "A MotoGP é um grande show e um grande negócio, que movimenta muito dinheiro, e nós pilotos somos os palhaços no circo. Nós entendemos a situação, mas não podemos correr de graça".

Na Fórmula 1, os pilotos têm uma grande associação na forma da Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA), com representantes apontados como um sindicato, algo que a MotoGP atualmente não possui. Apesar disso ter sido discutido inúmeras vezes, a ideia nunca foi levada adiante.

"Nunca tivemos um líder que se preocupasse o suficiente para criar uma associação de pilotos", disse Pol Espargaró quando questionado pelo Motorsport.com em Le Mans se já havia sido considerado algo do tipo.

"Certamente o cara certo seria Valentino Rossi, e apesar disso ter sido discutido várias vezes, ele nunca deu esse passo adiante".

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