Multicampeão da NASCAR afirma acompanhar F1 "religiosamente"
Na primeira parte da entrevista exclusiva ao Motorsport.com Brasil, Jeff Gordon fala de seu interesse em outros esportes a motor e como vê a possibilidade dos filhos seguirem a mesma carreira
Campeão em 1995, 1997, 1998 e 2001; 93 vitórias; 325 Top 5; 472 Top 10; 794 participações ininterruptas. Se a carreira de Jeff Gordon na NASCAR fosse resumida apenas em números, o piloto da Hendrick Motorsports já teria marcado seu nome na história, tamanho o sucesso. Mas Gordon vai além disso. Em menos de 30 dias, ele vai encerrar a carreira dentro da maior categoria do automobilismo americano e mais do que números, representa o elo de ligação entre a NASCAR do passado e do presente. O californiano até agora é o único piloto garantido na grande final em Homestead-Miami, no dia 22 de novembro, podendo engordar ainda mais suas marcas e deixar órfãos o grande número de fãs que cultiva desde 1992.
Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com Brasil, o piloto de 44 anos fala sobre sua relação com outros esportes a motor, sua única experiência no Brasil e se pelo menos um dos filhos poderá seguir a carreira do pai.
Confira a primeira parte da entrevista.
MOTORSPORT (MS): Você costuma acompanhar automobilismo ao redor do mundo?
JEFF GORDON (JG): Acompanho religiosamente a Fórmula 1. Sempre gravo treinos, classificação e corridas. Assisto quando chego em casa, depois do meu fim de semana de prova. Vejo um pouco de Supercross e vou assistir as 24 Horas de Le Mans. O Scott Pruett e eu conversamos muito via mensagens e pessoalmente sobre a corrida. Converso também com Lewis Hamilton às vezes. Eu o conheci no Superbowl no ano passado. Tirando isso, costumo assistir em casa as corridas de sprint cars em ovais de terra.
MS: O que você gosta ou acha interessante sobre outros tipos de corridas?
JG: Bem, você olha a F1 e observa que é o carro mais moderno para se guiar. Gostava da F1, mas quando pilotei um em Indianápolis 2003 (trocando de lugares com Juan Pablo Montoya), meu interesse atingiu um outro nível. Agora eu entendo melhor o que os pilotos passam fisicamente. Gosto de ver motocross e acho fascinante a velocidade que chegam em duas rodas e saltam, algo que acho que jamais poderia fazer. A mesma coisa com skates. Adoro X-Games, andei um pouco de skate quando era mais jovem e conheci Tony Hawk também. Sou um grande fã dele.
MS: Quantas vezes você foi ao Brasil? Voltaria?
JG: Apenas uma. Participei de um evento beneficente de kart há alguns anos (2008). Fui convidado pelo Felipe Massa e não fui muito bem, posso te dizer. Nunca fui um grande piloto de kart. Fiz algumas corridas há muito anos, mas aqueles caras estavam com tudo e eu não. Quando comecei a melhorar, tive problemas mecânicos. Foi muito legal visitar outro país e conhecer outros pilotos fora da NASCAR. Eu gostaria de voltar ao Brasil é um ótimo lugar.
MS: A primeira prova da Stock Car Brasil é em duplas e aberta a convidados dos pilotos. Você aceitaria um convite de um outro piloto para correr aqui?
JG: Não estou familiarizado com o evento, mas sei que a Stock é bastante popular. Sou um piloto acostumado a correr em ovais, se isso acontecesse em um circuito deste tipo, teria mais interesse. Eu adoraria o desafio, mas não tenho nenhum plano. Após deixar a NASCAR estarei muito ocupado, então esse tipo de coisa teria que vir até a mim.
MS: Como você e sua mulher lidam com o desejo (ou não) de seus dois filhos de serem pilotos no futuro?
JG: Temos um pequeno carro estilo midget e a Ella (filha) já dirigiu um pouco. Ela está indo muito bem. É muito legal, como pai, vê-la envolvida com aquilo, mas ao mesmo tempo é assustador assisti-la. Tem muita coisa acontecendo com eles agora. A Ingrid (mulher) e eu estamos mostrando a eles muitas coisas diferentes. Leo (filho) não está muito interessado neste momento. Ele gosta de répteis, dinossauros, Legos e coisas desse tipo. Ele gosta de carros, mas não posso dizer que é tudo o que ele pensa. O levamos para a pista de midget quando Ella está guiando e ele tem seu próprio carro. Ele não mostrou muito interesse, mas ela tem e já correu algumas vezes.
Entrevistado por Jim Utter
Comemoração de Jeff Goordon, após a 93° vitória da carreira que, de quebra, lhe garantiu presença na final da NASCAR Sprint Cup de 2015, em Homestead-Miami, dia 22 de novembro.
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