OPINIÃO: NASCAR mostra coerência ao punir Sauter em uma corrida

Piloto que foi suspenso por uma prova após provocar batida proposital de oponente tem pena condizente com casos semelhantes do passado na própria Truck Series

 Johnny Sauter, ThorSport Racing, Ford F-150 Tenda Heal

A NASCAR anunciou nesta terça-feira que o campeão da Truck Series de 2016, Johnny Sauter, está suspenso para a próxima etapa em Gateway no próximo fim de semana. A punição veio após o polêmico entrevero que o piloto de 41 anos teve com Austin Hill no domingo em Iowa.

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Na volta 138, após os dois se estranharem, Hill tirou Sauter de seu caminho e o jogou no muro, trazendo a bandeira amarela. Durante o período de precaução, piloto da picape #13 retaliou o #16 de maneira mais incisiva.

Mesmo perdendo a próxima corrida, Sauter continua elegível para os playoffs da categoria, tendo que se manter apenas entre os 20 primeiros na pontuação. Atualmente ele é o oitavo colocado.

Muito se fala sobre a permissividade da NASCAR em relação aos toques entre pilotos durante as provas, mas, para o público que não costuma acompanhar a categoria com afinco, há de se esclarecer que até mesmo dentro da maior categoria do automobilismo norte-americano há limites.

Um caso semelhante aconteceu em 2011, durante a etapa do Texas da própria Truck Series. Kyle Busch (que não pontuava pela categoria) e Ron Hornaday duelavam ferozmente, sendo que Hornaday brigava pelo título. Após Busch ir para o muro, ele mesmo não se conformou com o ocorrido e foi para cima com sua picape, o levando para a parede. A direção de prova “estacionou” o piloto causador da confusão e o suspendeu pelo restante do fim de semana. Detalhe: ele também não competiu na prova da Cup que aconteceria no mesmo fim de semana. Sua reputação chegou a cair de tal maneira que se cogitou o encerramento de seu contrato com a Mars (detentora da marca M&Ms).

Ao repetir o tamanho da punição a Sauter, a NASCAR relembra aos pilotos da categoria que durante o período de bandeira amarela não se pode fazer, propositalmente até, aquilo que se faz durante uma prova valendo por posições. Esta é uma das maneiras de se impor limites sem entrar no campo da subjetividade e tirar um dos DNAs do campeonato, que é a briga por posição de maneira mais forte. Todos estão cientes de que se alguém quiser retaliar um adversário, que seja durante bandeira verde e valendo posições.

Vale lembrar também um outro caso recente, envolvendo Joey Logano e Matt Kenseth. Durante a temporada 2015, Logano tirou Kenseth de seu caminho para ocupar a liderança da prova do Kansas, o que irritou o piloto veterano, que na época competia pela Joe Gibbs, ainda mais porque o seu rival da Penske jamais havia se desculpado pelo ato, quebrando assim uma regra não-escrita entre pilotos. Soma-se ao fato de que na época o CEO da NASCAR, Brian France, disse que a manobra de Logano era a “quintessência” da NASCAR. Duas semanas depois, em Martinsville, Kenseth se envolveu em um acidente com Brad Keselowski (companheiro de Logano) e com o carro já bastante danificado e sem estar na volta do líder, o tirou da corrida de maneira proposital. Resultado: suspensão de Kenseth por duas provas. Naquele episódio a NASCAR também mostrou que vale tudo, desde que se brigue efetivamente por posições.

Por mais que alguns fãs acreditem do contrário, com esse tipo de punição, uma das caraterísticas “raízes” da NASCAR se mantém e todos os pilotos saberão o que poderão fazer na pista e continuar podendo ter retaliações também na pista, sem qualquer julgamento subjetivo em jogo, o que poderia ser prejudicial na manutenção das características do campeonato. A Sauter, resta focar naquilo que ele sabe fazer de melhor, correr e vencer.

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