Farfus aposta em futuro “espetacular” do DTM
Em entrevista exclusiva, brasileiro também fala da nova temporada do campeonato que começa neste fim de semana em Hockenheim
Neste fim de semana Augusto Farfus começará a sétima temporada completa no DTM e novamente na BMW, no segundo ano com a equipe RMG. O piloto do Paraná tentará apagar os resultados ruins, principalmente quanto às duas últimas temporadas, quando terminou na 16ª posição na classificação final.
Mas 2018 será muito agitado para Farfus, já que também estará com a BMW no mundial de endurance (WEC). Nas últimas semanas ele se viu em uma situação difícil com seu time. Após as mudanças no calendário, DTM e WEC terão seus devidos inícios no próximo fim de semana. O campeonato de turismo terá rodada dupla em Hockenheim e o de longa duração terá as 6 Horas de Spa, no sábado. Até o último momento, Farfus tentou uma maneira de não perder as duas etapas.
Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com Brasil, Farfus explicou a situação.
“No início, no rascunho oficial dos dois campeonatos não havia esse conflito de datas”, disse Farfus. “Trabalhamos com isso, achando que seria viável fazer as duas provas. Daí o calendário do DTM acabou sofrendo algumas modificações e acabamos tendo o início de temporada junto com o WEC.”
“Inicialmente, o objetivo era fazer as duas provas, em função da grade de TV do DTM que acontece mais cedo, e no WEC a prova larga no fim do dia, então a gente tinha essa possibilidade de fazer as duas provas mesmo sendo na mesma data.”
“Faríamos a prova do DTM em Hockenheim, pegaríamos um helicóptero, iríamos a Spa para fazer os 40 minutos, que é o tempo mínimo para pontuar com o carro, e voltaríamos para a prova do domingo.”
“Mas quando fomos ver o lado prático com a BMW, tivemos vários pequenos detalhes contra. Você pode ter uma modificação no tempo, tanto indo para Spa, quanto na volta de lá, aquela região é sempre uma loteria e acabaríamos comprometendo a performance no WEC ou no DTM. Por mais que como piloto eu queria ter feito as duas provas, eu tive que ser sensato e não prejudicar o programa.”
Expectativa para 2018
A melhor temporada de Farfus no DTM foi a de 2013, quando o brasileiro foi o vice-campeão da categoria. Desde então, a expectativa dele e dos fãs é a repetição dos resultados e a oportunidade de uma nova briga pelo título.
Farfus explicou o que houve em 2017 e o que espera para este ano, que aparentemente será diferente.
“O objetivo de voltar ao topo é constante. Se eu fizer uma análise, o resultado final [de 2017] não condiz com a performance que a gente teve na segunda metade do ano. O DTM é um campeonato muito duro. Se nos dois ou três primeiros fins de semana da temporada você não conseguir ter resultados expressivos, por uma questão de jogo de equipe, a sua temporada acaba sendo comprometida.”
“Isso acabou acontecendo comigo no ano passado. Tínhamos uma nova equipe e com todas as mudanças entre 2016 e 2017, eu não tive um início de temporada feliz, e depois tive um ano em progressão, só que eu não estava mais na briga pelo campeonato.”
“O carro deste ano sofreu grandes mudanças. Os treinos de Hockenheim foram muito bons, eu fiquei extremamente feliz. Estou na mesma equipe, com o mesmo engenheiro, então acho que estamos com as cartas certas agora para ter um ano como foi em 2013. Nesse início, nosso objetivo é voltar de Hockenheim como o melhor BMW”, explicou.
Futuro do DTM pós-Mercedes
A partir de 2019 a Mercedes não fará mais parte do DTM, voltando suas atenções para a Fórmula E. Desde o anúncio bombástico da montadora alemã, o futuro da categoria foi colocado em xeque. Uma parceria com a Super GT do Japão deve ser a saída do campeonato liderado pelo ex-piloto de F1, Gerhard Berger.
Farfus vê essa transformação com bons olhos e aposta suas fichas no êxito desta operação, apesar de não descartar no apequenamento da categoria, se der tudo errado.
“Essa mensagem que a Mercedes mandou foi fundamental para todos do campeonato darem uma acordada e ver que as coisas precisariam ser revistas e foi isso que aconteceu. O regulamento será 100% igual ao do Japão e os carros já estão nas mesmas configurações.”
“Se você me perguntar o que vai acontecer com o DTM, eu te digo que só há duas estradas: ou o campeonato se torna espetacular, eu acho que há uma grande chance de isso acontecer, ou o campeonato efetivamente vai sumir.”
“Eu não vejo o DTM continuando ‘mais ou menos’, ou o DTM se torna um campeonato de extrema importância, ou ele se fecha e se torna um campeonato mais focado para a Alemanha.”
“Acho que a partir do ano que vem teremos um campeonato fantástico, com uma interação muito grande com o Japão e com muitas novidades”, completou.
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