Análise

ANÁLISE: Como Verstappen e Red Bull podem viver 'juntos para sempre' na F1

Holandês assinou o contrato mais longo da história da categoria, que o garante até 2028 na equipe austríaca - como isso deverá funcionar?

Race winner and 2021 F1 World Drivers Champion Max Verstappen, Red Bull Racing celebrates with his team

Foto de: Getty Images / Red Bull Content Pool

O novo acordo de Max Verstappen com a Red Bull o manterá na equipe até os 31 anos, mas poderia abrir caminho para uma parceria permanente? As notícias da renovação do holandês com a equipe, com valores em cerca de € 50 milhões por ano, podem não ter sido uma surpresa - mas sua duração é o grande ponto de discussão na Fórmula 1.

No que é entendido como um dos contratos mais longos da história da categoria, o campeão de 2021 se comprometeu com a escuderia até o final de 2028. Seu acordo anterior ia até o fim de 2023, mas cinco anos foram adicionados, tornando-o um de sete. Para colocar em comparação, o segundo mais duradouro do grid, que pertence a Lando Norris, vai apenas até o final de 2025.

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Quando este acordo terminar, Verstappen terá 31 anos, 14 temporadas em seu currículo, cerca de 300 corridas e certamente terá adicionado uma quantidade decente de vitórias em sua atual contagem de 20. A perspectiva não conseguir aumentar os títulos também parece improvável. É impactante pensar no que ele pode alcançar nesse período, desde que a Red Bull continue sendo um dos times de ponta da F1.

"A decisão foi direta", disse ele após o anúncio. "De ambos os lados, queríamos continuar. Desde o início, me senti muito bem na equipe e, especialmente depois do ano passado, só vi um caminho a seguir e foi com eles."

Quando este contrato terminar, Verstappen pode estar se aproximando dos últimos acordos de sua carreira na F1 - e se o sucesso com a Red Bull segue, por que ele procuraria outro lugar?

Nesse ritmo, Max poderia passar a vida toda lá. Afinal, é a escuderia que arriscou em um jovem de 16 anos em sua primeira temporada na Fórmula 3 e lhe deu sua estreia na F1 com a Toro Rosso, para ser convocado ao time sênior apenas alguns meses em seu segundo ano, quando venceu seu primeiro GP; além disso, também é onde conquistou seu primeiro título mundial.

Max Verstappen, Red Bull Racing RB18

Max Verstappen, Red Bull Racing RB18

Photo by: Erik Junius

Nunca houve dúvidas sobre a habilidade de Verstappen. Durante seus primeiros anos na Red Bull, ele conseguiu vencer corridas e levar a luta para a Mercedes de vez em quando, mas simplesmente não estava em condições de fazer isso regularmente. Uma vez que foi, em 2021, agarrou a oportunidade com as duas mãos.

As bases estão prontas para que se fortaleça, mesmo durante a era do teto orçamentário. O projeto Red Bull Powertrains está chegando junto à expansão do campus em Milton Keynes, enquanto uma possível parceria com a Porsche também está no horizonte.

A equipe também assinou acordos de grandes quantias com o novo patrocinador Oracle e a empresa de criptomoedas Bybit nas últimas semanas, garantindo que os cofres estejam bem abastecidos. Tudo isso está dando força a uma operação da Red Bull, que acabou de ganhar um título.

Verstappen, como tem sido desde a saída de Daniel Ricciardo no final de 2018 - ou até antes disso - estará no centro de todos os seus esforços. O chefe da equipe, Christian Horner, chamou o novo contrato de uma "declaração de intenção", e compreensivelmente: a Red Bull não está planejando deixar seu talento de uma geração escapar, principalmente quando as coisas estão se desenvolvendo em uma direção tão positiva.

'Lifers' são raros em qualquer esporte: especialmente na F1, onde o desempenho do carro é decisivo para o sucesso, e o prestígio - e, naturalmente, o dinheiro - fornecido por equipes rivais pode ser atraente demais para recusar. Michael Schumacher e Lewis Hamilton são dois exemplos de pilotos que deixaram as equipes que lhes deram sua grande chance para seguir em frente e desfrutar de um sucesso muito maior em outros lugares, justificando suas mudanças de maneira enfática.

Os laços entre Verstappen e Red Bull são incrivelmente enraizados. Quando ele disse depois de conquistar o título em Abu Dhabi que esperava "fazer isso por 10 a 15 anos juntos" e que não havia “nenhuma razão para mudar", você sente que realmente era verdade.

Max Verstappen wins on his Red Bull F1 debut at the 2016 Spanish GP

Max Verstappen wins on his Red Bull F1 debut at the 2016 Spanish GP

Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images

Verstappen também nunca mostrou muita curiosidade em pilotar para uma equipe com o tipo de legado que a Red Bull não pode desfrutar, como a Ferrari. Para ele, o importante é ter sucesso na pista e se divertir fora dela. A equipe está lhe satisfazendo nisso agora.

"Mesmo depois de vencer o campeonato, minha ambição ainda é vencer corridas e tentar lutar pelo título novamente", disse ele. "Agora não precisamos mais pensar nisso. Sabemos a duração do contrato e podemos trabalhar juntos. Além disso, tentando lutar por vitórias e campeonatos, o importante também é se divertir, e aproveitar seu tempo na F1."

O acordo também remove um dos grandes players do mercado de pilotos no futuro próximo. Verstappen raramente foi associado a uma mudança para outro lugar, mas sempre houve cláusulas de escape em seus acordos. Horner disse em fevereiro de 2021 que havia "um elemento de desempenho relacionado ao contrato de Max", referindo-se à equipe, que seria "medido no tempo". Uma diretriz semelhante abriu o caminho para Vettel deixar a Red Bull no final de 2014 e se juntar à Ferrari.

Christian disse na época que imaginava que Verstappen estaria "no topo da lista" da Mercedes se Hamilton, que na época só estava comprometido até o final de 2021, saísse - mas desde então assinou um contrato até o final de 2023.

Muito mais mudou desde então, dada a natureza tensa da luta pelo título do ano passado e a contratação de George Russell pela rival alemã, que certamente será sua aposta de longo prazo sempre que o heptacampeão considerar pendurar o capacete.

O novo contrato de Verstappen também promove a ideia de que o mercado gira em torno de equipes que obtêm estabilidade com um acordo de longo prazo para pelo menos um de seus pilotos, enquanto o segundo assento pode ser mais fluido. A McLaren fez isso com Norris, assim como a Ferrari com Charles Leclerc, que está há duas temporadas em um acordo que o leva até o final de 2024 – e imagina-se que estará em discussão em um futuro próximo. Ambos também podem entrar no debate do 'lifer' mais adiante.

Enquanto eles aproveitam a fase de 'lua de mel' pós-campeonato, a parceria Verstappen/Red Bull é aquela que só ameaça ficar mais forte e bem-sucedida. Seu acordo de longo prazo é a prova dos grandes planos que eles têm juntos - e pode ser que nem precisem procurar em outro lugar.

Race winner and 2021 F1 World Drivers Champion Max Verstappen, Red Bull Racing celebrates with Red Bull Racing Team Principal Christian Horner

Race winner and 2021 F1 World Drivers Champion Max Verstappen, Red Bull Racing celebrates with Red Bull Racing Team Principal Christian Horner

Photo by: Getty Images / Red Bull Content Pool

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