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Cancelamento do GP de Mônaco é o 15º em 90 anos; conheça a história por trás dos anteriores

Edição de 2020 da prova foi cancelada pela pandemia causada pelo Covid-19, sendo o primeiro caso desde 1954

Maurice Trintignant, Ferrari F2 Dino 156

A pandemia causada pelo Covid-19 está afetando profundamente o calendário 2020 da Fórmula 1. No total, sete etapas já foram adiadas ou canceladas. Hoje, o Automóvel Clube de Mônaco confirmou que o tradicional GP de Mônaco está cancelado, devido a uma série de fatores como a falta de disponibilidade dos mais de 1500 trabalhadores envolvidos com a etapa em outro momento do ano.

A resposta do ACM veio poucas horas após a F1 anunciar o adiamento da etapa, com a categoria confirmando que estaria trabalhando junto com as organizações dos GPs da Holanda, da Espanha e de Mônaco para encontrar novas datas.

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O GP de Mônaco completou 90 anos em 2019, com a primeira edição sendo realizada em 1929, com a vitória de William Grover-Williams, a bordo de uma Bugatti. Desde então, foram realizadas 77 edições, com a prova do ano passado sendo vencida por Lewis Hamilton.

Com o cancelamento da prova em 2020, o GP de Mônaco atinge a marca de 15 edições canceladas ao longo de seus 90 anos de existência. Essa é a primeira vez que uma edição não foi realizada por uma questão sanitária.

A primeira sequência de cancelamento do GP de Mônaco aconteceu entre 1938 e 1947. Por mais que sejam os anos próximos à Segunda Guerra Mundial, o conflito não foi a única razão por trás da não realização dessas dez edições. Em 1938, a prova acabou sendo cancelada por dificuldades financeiras, não apenas por parte da organização, mas também pelo alto valor cobrado pela inscrição, que acabou afastando os pilotos.

Entre 1939 e 1945, a Segunda Guerra Mundial impediu a realização de corridas na Europa, mas, enquanto os países voltaram a realizar seus Grandes Prêmios já no final de 1945, levou mais dois anos para que Mônaco retomasse suas atividades, novamente por motivos financeiros.

Foi apenas em 16 de maio de 1948 que os carros voltaram a correr pelas ruas do principado, mas, logo em seguida a prova foi interrompida novamente. A edição de 1949 acabou sendo cancelada dias antes de sua realização, devido à morte do Príncipe Louis II em 09 de maio daquele ano.

Devido à sua importância no cenário europeu, o GP de Mônaco foi incluído na temporada inaugural do campeonato de Fórmula 1, em 1950. Sua 11ª edição foi vencida pelo argentino Juan Manuel Fangio. Desde então, a prova ficou de fora do calendário da F1 apenas mais quatro vezes, sendo três delas ainda na década de 1950.

Em 1951, 53 e 54, a prova não foi realizada como uma forma de protesto do Automóvel Clube de Mônaco, porque o regulamento técnico que introduziria carros novos e mais rápidos no mundial de F1 ainda não havia sido escrito, aprovado e implementado. A exceção de 1952 se deu após um pedido do Príncipe Rainier III.

Desde 1955, o GP de Mônaco esteve ininterruptamente no calendário da F1, voltando a ficar de fora em 2020 pela primeira vez em 65 anos, sendo mais uma das vítimas dos impactos do Covid-19 no calendário do esporte a motor mundial.

GALERIA: Os impactos do Covid-19 no esporte a motor mundial

Uma das primeiras aparições do coronavírus no esporte a motor veio com o adiamento da etapa de Sanya, da Fórmula E.
A Fórmula 1 adiou o GP da China pelo mesmo motivo.
Com o crescente aumento de casos do Covid-19, o GP do Bahrein chegou a ser confirmado, mas sem presença de público.
A MotoGP, a maior categoria das duas rodas do mundo, chegou a realizar a primeira etapa no Catar, mas apenas com a Moto2 e Moto3.
Mais tarde, as etapas da Tailândia, Estados Unidos e Argentina também foram suspensas, com adiamento.
A Fórmula E anunciou a suspensão da temporada por dois meses: os ePrix de Paris e Seul foram suspensos.
O GP da Austrália de F1 estava previsto para acontecer, com presença de público e tudo.
Um funcionário da McLaren testou positivo para o Covid-19 e a equipe decidiu não participar do evento.
Lewis Hamilton criticou a decisão da categoria, dizendo que era chocante todos estarem ali para fazer uma corrida em meio à crise do coronavírus.
Após braço de ferro político entre equipes e categoria, a decisão de cancelar o GP da Austrália veio faltando cerca de três horas para a entrada do primeiro carro na pista para o primeiro treino livre.
Pouco tempo depois, os GPs do Bahrein e Vietnã também foram adiados.
A previsão é de que o campeonato comece com o GP do Azerbaijão, no dia 7 de junho. Os GPs da Holanda e Espanha também foram postergados.
Uma das jóias da Tríplice Coroa, o GP de Mônaco, foi cancelado.
Para atenuar os efeitos de tantas mudanças no calendário, a F1 decidiu antecipar as férias de verão.
Além disso, FIA e F1 concordaram em introduzir o novo pacote de regulamentos que entrariam no próximo ano, a partir de 2022
Acompanhando a F1, a F2 e F3 também anunciaram suas primeiras provas como adiadas. A F2 pode iniciar seu campeonato em Baku, enquanto que a F3 na Áustria, já em julho.
Outras categorias e provas nobres do calendário do automobilismo mundial também foram prejudicadas pelo coronavírus.
As 24 Horas de Le Mans foi adiada para 19 de setembro.
A etapa conjunta entre WEC e IMSA em Sebring foi cancelada.
O tradicional TT da Ilha de Man foi cancelado.
A Indy suspendeu as primeiras corridas em St Pete, Alabama, Long Beach e Austin.
Na teoria, o campeonato de 2020 começa com o GP de Indianápolis, no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway.
Ainda não há nada definido sobre as 500 Milhas de Indianápolis.
Na NASCAR, a maior categoria do automobilismo dos EUA, foram realizadas as primeiras quatro provas, mas as atividades só voltarão a partir de 3 de maio, com a etapa de Martinsville no dia 9.
No Brasil, a CBA suspendeu as atividades no país por tempo indeterminado.
A Stock teve que adiar a abertura do campeonato, com a Corrida de Duplas. Etapas do Velopark e Londrina também foram adiadas.
A Porsche Cup realizou apenas sua primeira etapa em Interlagos e aguarda novas diretrizes para retomar o campeonato.
Endurance Brasil, Copa Truck, entre outras competições, também estão paralisadas.
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Guilherme Longo
Fórmula 1
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