Chefe da Pirelli diz que é “muito cedo para decidir” sobre saída da F1 em 2027
Mario Isola falou também sobre o desafio de desenvolver pneus na F1 no contexto atual
Em meio aos rumores de uma saída da Fórmula 1 após o fim do próximo contrato de fornecimento de pneus, o chefe de operações da Pirelli, Mario Isola, afirmou que é “muito cedo para decidir” o futuro da marca italiana na categoria.
Recentemente, a FIA e a Fórmula 1 homologaram a vitória da Pirelli no edital de fornecimento exclusivo de pneus para a categoria para o período de 2024 a 2027, com opção de renovação para 2028.
A Pirelli, que fornece pneus para a F1 de forma exclusiva desde 2011, precisou vencer desta vez uma candidatura séria da Bridgestone, que apostava no uso de “tecnologias inovadoras” para garantir seu retorno à F1.
Porém, o anúncio veio acompanhado de rumores de que este poderia ser o último contrato da Pirelli na F1, abrindo caminho para a entrada de uma nova fornecedora de pneus a partir de 2028/2029.
Mas, em entrevista exclusiva ao Motorsport.com durante um evento na capital paulista na semana da F1, o chefe de operações da Pirell, Mario Isola, falou que a marca italiana ainda não bateu o martelo sobre seu futuro.
“Estamos falando sobre 2027 com a possibilidade de extensão para 2028, então estamos bem felizes com nossa presença na F1. No final deste contrato serão 17 ou 18 anos, é um longo tempo”.
“Não sei se há a intenção da companhia em continuar, mas acredito que a empresa tem uma forte presença no automobilismo, em mais de 230 campeonatos, e isso só falando das corridas de carro”.
“Não excluo a possibilidade de que continuaremos, diria que é muito cedo para decidir”.
Neste periodo, a Pirelli acompanhou diversas mudanças na F1, tendo que se adaptar à nova realidade da categoria, com uma grande limitação nos testes de desenvolvimento.
“É difícil, especialmente quando temos uma grande mudança no nosso produto como no ano passado, quando fomos de [pneus] aro 13 para 18. Para nós acaba sendo melhor, porque é uma tecnologia mais representativa, uma transferência melhor das pistas para as ruas”.
“Graças à F1 e as equipes, conseguimos desenvolver os pneus com várias ferramentas virtuais. Basicamente temos um modelo virtual do carro, que foi desenvolvido junto com as equipes. Agora temos esse know-how na empresa, podemos usar essa aplicação em outras categorias”.
“Nós também tentamos reduzir os testes ao máximo por outros motivos, como a sustentabilidade”.
Neste contrato que começa a partir do próximo ano, a Pirelli terá o desafio de desenvolver pneus para a nova geração de carros, que entra nas pistas a partir de 2026. E o trabalho fica ainda maior devido à indefinição do regulamento técnico, que deixa uma dúvida sobre qual será o tamanho destes pneus.
“Recentemente renovamos o contrato e estamos muito felizes com isso porque tínhamos uma competição forte, e era importante para nós continuarmos. A F1 é sempre um trabalho em progresso, aprendemos todos os dias”.
“Precisamos fornecer o mesmo produto para todos, a mesma assistência técnica, a mesma informação. Eu mencionei a sustentabilidade, e em 2026 eles estão planejando um novo carro e, provavelmente, um novo tamanho de pneu, o que seria um novo desafio para nós”.
“Estamos envolvidos no Comitê Consultivo e nas outras reuniões que definem o future da F1. Isso é importante porque não queremos ser apenas fornecedores: queremos ser parceiros, e isso significa que, no passado, aceitamos desafios como pneus de alta degradação, que foi um pedido da F1”.
“Foi um pedido estranho, mas isso significa que desenvolvemos a tecnologia e podemos controlar a degradação, a performance, o delta de volta entre os compostos e, com isso, temos um show melhor, mais ação na pista, e é isso que estamos buscando”.
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