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Como fase de Hamilton se compara a grandes crises de astros da F1?

Fim de carreira de Sebastian Vettel, primeira aposentadoria de Fernando Alonso e... relembre outros declínios marcantes da categoria, por diferentes motivos

Lewis Hamilton, Ferrari

Após o GP da Hungria, no último domingo, a Fórmula 1 2025 entrou em férias, com a tradicional pausa de agosto da categoria. Agora, o período é de descanso, mas também reflexão, especialmente para pilotos que vivem má fase na elite global do esporte a motor, como o heptacampeão mundial Lewis Hamilton.

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Em sua primeira temporada como piloto da Ferrari, o britânico tem sido amplamente batido pelo companheiro monegasco Charles Leclerc e, no Hungaroring, chegou a se chamar de "inútil" após outro quali ruim -- ele largou e chegou em 12º em Budapeste, com Leclerc sendo pole e chegando em quarto.

No campeonato, Charles ocupa atualmente o quinto lugar, com 151 pontos e cinco pódios, enquanto Hamilton é o sexto, com 109 pontos e a vitória na sprint da China como único top 3 do ano. Mas o que mais chama atenção na 'crise' do inglês é o tom autodepreciativo que ele tem adotado ao longo de 2025.

Apesar de ele ter mudado o tom no release da Ferrari pós-Hungria, o heptacampeão havia anteriormente dito que poderia usar as férias de agosto para "recarregar energias, estar com as crianças, rir, desligar... certamente vai rolar alguma lágrima em algum momento — e isso é algo muito saudável". Essas e outras declarações fizeram ícones da F1 como Bernie Ecclestone e Martin Brundle cogitarem a aposentadoria do veterano de 40 anos no término da F1 2025 -- Lewis tem contrato com a Scuderia até o fim da F1 2026.

Mas como o atual 'martírio' do ex-Mercedes se compara a outros grandes declínios de personalidades icônicas da F1? Um exemplo: Sebastian Vettel a partir de 2019 no próprio time de Maranello, culminando em sua dispensa, posterior ida à Aston Martin e aposentadoria após 2022. O Motorsport.com pondera:

1. Lewis Hamilton (2025) – Chega à Ferrari como estrela, mas decepciona...

Contexto: Após anos vitoriosos na Mercedes, sua ida multimilionária para a Ferrari, após anos de especulações, gerou grandes expectativas — e, por enquanto, decepção.

Problemas:
- 14 corridas sem pódio; rendimento abaixo do esperado.
- Críticas públicas a si mesmo: “me sinto um inútil”; chegou a sugerir que a Ferrari deveria substituí-lo.
- Dificuldade de adaptação ao SF-25 e pressão dos tifosi e da imprensa.

Impacto: Começou a temporada com status de estrela e chega ao meio do ano como alvo de rumores sobre aposentadoria.

Por que é marcante:
Uma das maiores estrelas da história da F1 em um dos momentos mais difíceis da carreira.

2. Sebastian Vettel (2019–2022) – Da luta por títulos ao adeus amargo à F1

Contexto: Após bons anos na Ferrari (2015–2018), onde chegou a disputar títulos contra Hamilton, Vettel entrou em uma fase de queda acentuada a partir de 2019.

Problemas na Ferrari:
- Erros capitais, como no GP da Alemanha de 2018.
- Perdeu espaço para Leclerc, que rapidamente assumiu o protagonismo dentro da equipe.
- Em 2020, foi publicamente dispensado pela Ferrari antes do início da temporada.

Problemas na Aston Martin (2021–2022):

- Apesar de um pódio em Baku 2021, não conseguiu resultados consistentes.
- O carro era pouco competitivo e Vettel parecia desmotivado em momentos, mesmo contra Lance Stroll.

Impacto: Optou por se aposentar ao fim de 2022, alegando foco na família e em causas ambientais — mas com a percepção geral de que já não era mais o mesmo astro de antes. Alonso o substituiu na Aston.

Por que é marcante e como se compara a Hamilton:
Um tetracampeão deixando a F1 sem brilho, após anos tentando reviver a antiga forma. Difere do caso de Hamilton por Lewis chegar mais velho à Ferrari.

3. Fernando Alonso (2015–2018) – Pesadelo na McLaren e 1ª aposentadoria

Contexto: Voltou à McLaren acreditando que poderia lutar pelo terceiro título — e enfrentou um dos projetos mais desastrosos da F1 moderna -- embora seu talento tenha se mantido quase inquestionável.

Problemas: Quebras constantes, motor fraco e reclamações públicas, como no caso GP2 Engine, em que chamou a unidade de potência da Honda de motor de GP2 em pleno GP do Japão, na casa da montadora.

Impacto: Saiu da F1 ao final de 2018; voltou somente em 2021, pela Alpine, e está na Aston desde 2023, ano em que obteve vários pódios, embora ainda não tenha retornado ao lugar mais alto do pódio na F1.

Por que é marcante e como se compara a Hamilton: Tido como um dos maiores talentos da história da F1, ficou sem espaço em grandes times. Também difere na idade (Lewis com 40, Alonso com 37 em 2018).

4. Kimi Raikkonen (2008–2009 e 2014–2021) – De 'queridinho' ao marasmo

Contexto: Após o título em 2007, caiu de rendimento e motivação nas temporadas seguintes, sendo superado por Felipe Massa sendo pago pela Ferrari para sair no fim de 2009 -- foi substituído por Alonso.

Problemas na segunda fase (2014–2021): Após brilhar na Lotus, voltou à Ferrari, mas nunca mais teve ritmo de piloto de ponta de forma consistente. Foi superado por Alonso e Vettel e depois substituído por Leclerc. Na Alfa Romeo a partir de 2019, atuou como veterano discreto, longe das disputas principais.

Impacto: Passou mais de uma década sem ameaçar vitórias com frequência, encerrando a carreira em 2021 como figura cultuada, mas sem brilho competitivo. Sua última vitória foi nos Estados Unidos (2018).

Por que é marcante e como se compara a Hamilton: Uma lenda que começou no topo no início dos anos 2000, foi campeão em 2007, mas, depois de oscilações e 'brilharecos', passou anos como figurante — sempre fiel ao estilo Ice Man. Não se compara com Hamilton, embora seja o último campeão da Ferrari.

5. Jacques Villeneuve (1998–2006) – Queda vertiginosa após o título

Contexto: Campeão em 1997, trocou a Williams pelo projeto British American Racing e nunca mais venceu uma corrida, seja pela BAR ou equipes posteriores -- Renault, Sauber e BMW Sauber.

Problemas: Decisões ruins de carreira, como comprometer-se ao projeto BAR, e desempenho muito irregular.

Impacto: Saiu da F1 com a imagem apagada -- e arranhada, especialmente na avaliação histórica dos campeões da F1. Mesmo tendo conquistado o título em seu segundo ano na categoria.

Por que é marcante e como se compara a Hamilton:
Caiu na 'irrelevância'. A única comparação cabível com Hamilton é a saída de suas 'casas' (Williams e Mercedes, respectivamente), dadas as proporções...

6. Michael Schumacher (2010–2012) – Retorno bem abaixo do esperado...

Contexto: Após se aposentar como heptacampeão, voltou ao grid com 41 anos, sendo uma aposta da Mercedes, que também retornava à categoria.

Problemas: Superado por Nico Rosberg e dificuldades com os novos carros e pneus. Aposentou-se em definitivo no fim de 2012, sendo substituído por Hamilton.

Impacto: Tendo conseguido apenas um pódio em três anos, Schumacher teve um dos períodos mais frustrantes da história da F1, mesmo sendo o maior campeão da categoria, junto ao próprio Hamilton.

Por que é marcante e como se compara com Hamilton: Hepta e sofrendo com a performance, embora em cenários distintos -- Michael ficou inativo de 2007 a 2009, o que 'atenuou' a avaliação de sua crise...

7. Daniel Ricciardo (2021–2024) – De "futuro campeão" ao 'fundo do poço'

Contexto: Tido como grande talento do grid, sua ida à McLaren era vista como passo à frente -- mas foi rumo à saída da F1. Schumi é o sexto da lista pela 'desaposentadoria', Daniel é o sétimo por não ter título.

Problemas: Dificuldade de adaptação ao carro e desempenho inferior ao do companheiro Lando Norris. Foi dispensado no fim de 2022, voltou ao grid no 'time B' da Red Bull e não emplacou. Foi o fim da linha...

Impacto: Teve o contrato encerrado antes do previsto por vontade da McLaren, que tomou a decisão mesmo tendo de pagar uma 'bolada' a Daniel. Foi substituído em Woking por Oscar Piastri, líder de 2025.

Por que é marcante e como se compara a Hamilton: embora não tenha num paralelo com o caso de Lewis, entra nesta lista por ter ocupado o grid da categoria máxima até setembro do ano passado.

BERNIE quer BORTOLETO na FERRARI, Hamilton MAL, McLAREN: balanço da F1 no meio do ano e RAFA CÂMARA!

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