Fórmula 1 GP da Bélgica

F1 - Acidente quase-fatal de Massa completa 15 anos: “Respeito a vida muito mais”

Brasileiro também desmistificou que após aquele fim de semana na Hungria que não era mais o mesmo

The Ferrari F60 of Felipe Massa is returned to the pits

Foto de: LAT Images

Nesta quinta-feira, o acidente que feriu Felipe Massa gravemente em 2009 completa exatos 15 anos. Durante o treino classificatório do GP da Hungria de Fórmula 1 daquele ano, o brasileiro foi acertado em alta velocidade por uma mola que havia se desprendido da Brawn de Rubens Barrichello.

Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, Massa falou sobre o drama vivido na época e destacou os fatores por trás de seu retorno, desde o apoio da família às dificuldades de voltar ao volante da Ferrari.

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Além do acidente do brasileiro, aquela etapa também ficou marcada por uma série de acontecimentos importantes. Recordes e marcas pessoais foram quebrados em Budapeste em 2009. Entretanto, tudo acabou ofuscado pelo acidente de Massa.

Felipe Massa, Ferrari F2009 crash

Foto de: Sutton Images

A temporada 2009

A temporada de 2008 havia acabado com Massa em alta na categoria. O brasileiro venceu a última prova do ano, no Brasil, e chegou a ser avisado de que havia vencido o título mundial. Entretanto, Timo Glock escorregou na chuva nas últimas curvas de Interlagos e foi ultrapassado por Lewis Hamilton, que aumentou sua pontuação e 'roubou' o título do brasileiro.

Em 2009, a F1 passou por profundas modificações e as equipes de ponta ficaram para trás da surpreendente Brawn GP e da emergente Red Bull. Ao longo do ano, Ferrari e McLaren se recuperaram. Quando a equipe italiana estava prestes a voltar a brilhar, Massa sofreu o acidente em Budapeste.

O acidente

Durante o treino classificatório para GP da Hungria, uma mola se desprendeu do carro de Rubens Barrichello e atingiu a mais de 150km/h com o capacete de Massa, que entrou em choque e perdeu a consciência instantaneamente. O carro seguiu direto por uma curva e se chocou contra a barreira de pneus.

O então piloto da Ferrari foi socorrido de helicóptero e levado ao hospital militar de Budapeste, onde recebeu tratamento. Massa ficou nove dias internado e passou por duas cirurgias. Ele chegou a ficar dois dias em coma induzido e, após receber alta, precisou passar por mais uma cirurgia plástica para recuperar a área do crânio que foi atingida pela mola.

Vida que segue

Massa falou com exclusividade ao Motorsport.com. Perguntado sobre o dia do acidente, ele disse: "Sou muito grato por aquele ter sido o meu dia, graças a Deus". A declaração pode surpreender, mas ele explicou.

"Muita gente fala que foi falta de sorte, mas eu acho que, se você olhar para o que aconteceu, por um lado eu tive azar, porque a mola foi parar bem na minha cabeça, mas eu tive muita sorte também, porque hoje eu estou aqui vivendo a minha vida, com muita saúde, e tenho a alegria de ter a minha família".

O brasileiro comentou ainda como as pessoas mais próximas reagiram ao acidente. Ele descartou que o assunto seja um tabu para ele ou para a família. "As pessoas mais próximas, a Rafaela (esposa), meus pais, irmãos e amigos, sofreram muito mais do que eu sofri. Eles viram o acidente e eu não vi nada do que aconteceu. A Rafaela estava grávida de seis meses do Felipinho, então ele também não viu nada", disse Massa. "Mas esse assunto não é um tabu na família".

"A gente agradece muito a Deus, porque eu ainda estou aqui, vivendo com eles. Eu sou católico e rezo todos os dias, pedindo por saúde para mim e para minha família. Apesar de não ir à igreja com frequência, sempre que passo em frente, entro e acendo uma velinha para agradecer".

Felipe Massa, Ferrari F60

Foto de: Rainer W. Schlegelmilch / Motorsport Images

Perguntado se, após o acidente, alguém lhe disse que não era mais o mesmo de antes, Massa negou, destacando que as críticas mais ácidas vieram da imprensa. Ele garantiu que a falta de vitórias na F1 não tem relação com o acidente, mas com a falta de carros competitivos.

"Ninguém nunca me disse que eu não era mais o mesmo. Lógico que eu fui muito criticado na imprensa, porque depois do meu acidente eu não ganhei mais nenhuma corrida na F1. Mas eu passei perto várias vezes".

"Infelizmente me tiraram a vitória na Alemanha, na corrida que aconteceu exatamente um ano depois do meu acidente, no dia 25 de julho de 2010. Este foi um dos dias mais tristes da minha vida. Depois disso, eu vivi um período diferente, porque eu não tive mais um carro competitivo para disputar as vitórias como eu fazia antes".

"Eu não sinto que algo tenha mudado, no sentido de como eu era antes e como eu sou hoje. O que eu posso dizer é que hoje eu respeito muito mais a vida. Tanto a minha como a das outras pessoas. Porque você nunca acha que vai acontecer alguma coisa, mas quando acontece, você dá muito mais valor à vida. Eu dou muito valor à minha, 100%, e agradeço todos os dias por ela".

"E tomara que tenha muito chão ainda pela frente, para continuar curtindo a minha vida e guiando, que é o que eu gosto de fazer, mas com muita proteção e saúde, que é o mais importante", completou o brasileiro.

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Redação Motorsport.com
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