F1 - Binotto avalia período à frente da Ferrari e externa sentimento sobre falhas em 2022: "Fico deprimido"
Chefe da escuderia italiana não vê motivos para mudança em Maranello e admite ser feliz com a função que exerce atualmente
Mattia Binotto está à frente da Ferrari desde 2019 e até chegar em 2022, passou por momentos difíceis com a equipe italiana e hoje, enfrenta a possibilidade ter Charles Leclerc como campeão mundial, mas ao mesmo tempo em que lida com as críticas voltadas para a confiabilidade do motor, as estratégias da equipe e decisões que são tomadas por parte das escuderia com os pilotos.
Em entrevista exclusiva para o Motorsport.com Itália, o chefe de equipe da Ferrari foi muito sincero ao dizer como se sentia em relação às decepções da temporada, que englobam os abandonos de Charles Leclerc e Carlos Sainz por motivos inesperados, como uma falha do motor ou problema na embreagem do carro.
“É muito difícil por dois motivos. Quando se trata de falhas de motor, bem, eu mesmo dirigi esse departamento no passado e ver fumaça saindo do carro nunca é legal. E isso é mais um sentimento de depressão. Quando você está liderando a corrida, como Charles estava liderando em Baku, mas também podemos mencionar Carlos na Áustria, esses são problemas que você nunca gostaria de ver," revelou.
Charles Leclerc, Ferrari F1-75
Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images
Contudo, Binotto fez questão de deixar claro que, por mais que sinta a tristeza de ver uma vitória escapar com tanta facilidade, ele precisa pensar adiante e achar uma forma de ser o responsável por melhorar os ânimos da equipe, não só no aspecto mental, mas também comportamental, após um revés doloroso.
"Fico tranquilo, mas acredite, nesses momentos fico deprimido, demora um pouco para tentar reagir, mas depois você entende que tem que pensar nos próximos passos, no que precisa ser feito. Não apenas em termos técnicos, mas também em termos de equipe. Aí você pensa: como posso ajudar? Então, imediatamente começo a garantir que todos permaneçam calmos e focados, e também protegidos de ataques e comentários externos”.
É comum depois de uma corrida em que a Ferrari apareça como centro do 'caos', por motivos negativos, que a cabeça do chefe da equipe seja pedida e o cargo dele balance, além de apontarem a necessidade de uma troca em Maranello - sede da escuderia - principalmente na parte estratégica: ponto muito criticado nesta temporada.
Matia Binotto compreende que, mesmo com aspectos a serem aperfeiçoados, a equipe que ele comanda atualmente é altamente capaz e não vê necessidade de uma nova troca no componente humano, como foi feito quando ele assumiu e liderou pela primeira vez em 2020.
Carlos Sainz, Ferrari F1-75, Charles Leclerc, Ferrari F1-75
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
“Em primeiro lugar, acredito que sempre há uma maneira de melhorar, você não pode ser perfeito e nunca será. Não tenho dúvidas sobre a necessidade de progredir sempre, precisamos melhorar na aerodinâmica, no chassi, no motor, na estratégia e em todos os aspectos que podem ser melhorados," ponderou.
"Dito isso, acho que tenho uma grande equipe lidando com estratégia e não acho que esse seja o nosso ponto fraco. Corridas como Mônaco, Silverstone ou Paul Ricard foram consideradas problemáticas nessa frente, mas não vejo o grupo como um problema, porque acredito que também tomamos as decisões certas. Do meu ponto de vista, acho que foram decisões difíceis, talvez infelizes, mas nem sempre erradas. Então não acho que seja a nossa fraqueza neste momento”.
Num balanço geral, mesmo estando 97 pontos atrás da Red Bull no campeonato de construtores em 2022, enfrentado momentos turbulentos há dois anos, Matia Binotto é realizado com o trabalho que vem fazendo na escuderia e não adota a o discurso de 'tudo está perdido' para Ferrari neste ano.
"Não é fácil. Mas posso dizer que estou feliz na minha função, estou feliz porque sei que tenho uma grande equipe, muito unida. E é bom ver como todos trabalham juntos”.
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