F1: Em sua estreia em Interlagos, Bortoleto busca quebrar tabu histórico de pilotos 'da casa'; entenda

Neste fim de semana, o Brasil volta a ter um representante no grid da Fórmula 1 durante a passagem da categoria pelo país. Gabriel Bortoleto encerrará um jejum iniciado após a saída de Felipe Massa da categoria, em 2017.

Mas como Bortoleto se sairá no GP de São Paulo deste fim de semana? Essa é uma das grandes dúvidas do público. Apesar da boa temporada de estreia do brasileiro, ele corre com uma Sauber ainda muito dependente das condições de pista, além de ter um conhecimento muito limitado do traçado de Interlagos, tendo corrido por aqui apenas uma vez, em 2021, na Corrida de Duplas da Stock Car.

Neste contexto, como Bortoleto se sairá em sua estreia correndo em casa pela F1 em comparação com os outros brasileiros que já correram aqui ao longo dos anos? O Motorsport.com mexeu nos registros e traz tudo aqui para você.

Infelizmente, os primeiros pilotos que defenderam a bandeira do Brasil na F1 não tiveram a oportunidade de correr em casa. Chico Landi, Gino Bianco, Nano da Silva Ramos e Fritz d’Orey disputaram apenas provas em solo europeu, enquanto a categoria realizava etapas na Argentina, aproveitando o sucesso de Juan Manuel Fangio.

O GP do Brasil surge no calendário da F1 em 1972, primeiro como uma prova extracampeonato, passando a valer pontos para o Mundial já no ano seguinte. E logo em sua estreia tivemos o hino brasileiro, com Emerson Fittipaldi e sua Lotus batendo Jackie Stewart pelo triunfo em casa, enquanto Luiz Bueno foi o único outro piloto a completar a prova, em 12º, enquanto José Carlos Pace e Wilson Fittipaldi abandonaram.

Luiz Bueno, March 711

Foto de: Motorsport Images

Os anos 1970 trouxeram ainda mais três brasileiros para o grid da F1, mas com resultados pouco animadores. Destes, apenas Ingo Hoffmann completou seu primeiro GP do Brasil, que marcou sua estreia na categoria em 1976 com a Copersucar, mas o paulista ficou em 11º, fora da zona de pontos. Em 1977, foi a vez de Alex Ribeiro, que abandonou em Interlagos, sua terceira prova na F1. Já o futuro tricampeão Nelson Piquet correu pela primeira vez em 1978, em seu segundo ano na categoria, mas também não concluiu o GP.

Em meio ao sucesso de Piquet nos anos 1980, mais cinco brasileiros chegaram ao Mundial. Chico Serra foi o primeiro deles. Em sua segunda corrida na categoria, com a equipe Fittipaldi, o paulista abandonou na etapa de Jacarepaguá. No ano seguinte, Raul Boesel passou pela mesma situação.

Em 1984, Ayrton Senna fez sua estreia na F1 correndo em casa, no GP do Brasil. E enquanto Alain Prost saía com a vitória, o então piloto da Toleman sofria um abandono ainda na oitava volta de 61. Maurício Gugelmin, em 1988, e Roberto Pupo Moreno, em 1989, tiveram o mesmo destino, fechando uma década de abandonos brasileiros no país.

Nos anos 1990, a sina de abandonos brasileiros em suas estreias em casa parecia continuar. Dos seis pilotos que chegaram ao Mundial, quatro passaram pela mesma situação: Christian Fittipaldi (1992), Rubens Barrichello (1993), Ricardo Rosset (1996) e Tarso Marques (1996). Já Ricardo Zonta passou por uma situação ainda pior em 1999, sem conseguir sequer participar da corrida, devido a uma lesão no pé esquerdo por conta de um acidente no treino do sábado.

Quem finalmente conseguiu quebrar essa escrita foi Pedro Paulo Diniz. Em 1995, o piloto da Parmalat Forti Ford fez sua primeira corrida na categoria em Interlagos, terminando com a décima posição. Mesmo fora da zona de pontos, Diniz foi o primeiro brasileiro a terminar uma corrida em casa após quase 20 anos.

Mesmo com os carros mais confiáveis a partir da virada do milênio, a sina continuou, com mais cinco brasileiros abandonando em suas estreias em casa: Luciano Burti e Enrique Bernoldi em 2001, Felipe Massa em 2002, Antônio Pizzonia, em 2003 e Nelsinho Piquet, em 2008, quando a prova em Interlagos já era realizada no fim do ano. A única exceção na década ficou com Cristiano da Matta, décimo colocado em sua primeira prova em São Paulo, em 2003.

Os anos 2010 trouxeram os últimos três brasileiros que tiveram a chance de correr pela F1 em casa, já que Pietro Fittipaldi não teve a chance de correr aqui, substituindo Romain Grosjean nas duas provas finais da temporada 2020, no Bahrein e em Abu Dhabi.

Destes, Felipe Nasr foi quem teve o melhor resultado, com 13ª posição em 2015. Mas Bruno Senna, em 2010, também conseguiu terminar a corrida, ficando em 21º com a Hispania. Já Lucas di Grassi, em 2010, não completou a prova com a Virgin.

Gabriel Bortoleto chega a Interlagos neste fim de semana sob grande expectativa do público, devido à boa temporada que vem apresentando em sua estreia na F1. Mesmo com um histórico ruim, o brasileiro tem tudo para quebrar esta escrita, podendo até, quem sabe, se tornar o primeiro piloto a pontuar em sua estreia em casa desde Fittipaldi, mais de 50 anos atrás.

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