F1: Entenda como funciona a "Driver's Eye", câmera localizada no visor dos pilotos
Em 2022, 10 pilotos contarão com a nova tecnologia, que chamou a atenção dos fãs na temporada 2021
A Fórmula 1 surpreendeu durante a temporada 2021 ao introduzir uma nova câmera em suas transmissões televisivas. Durante o GP da Bélgica, os fãs tiveram uma perspectiva única com uma volta de Spa-Francorchamps na visão de Fernando Alonso, graças a uma pequena câmera em seu capacete. Apesar de conhecida em outras categorias a "eye-cam" era uma novidade no mundial.
E a novidade caiu tanto no gosto dos fãs que a F1 seguiu trabalhando para trazer mais imagens com a visão do piloto e, na última prova do ano, pudemos ver como era Abu Dhabi no olhar de Charles Leclerc.
Quando a F1 começou a usar essas microcâmeras?
Essa tecnologia não é tão nova quanto se poderia pensar, já quem 2008 a F1 chegou a usar câmeras do tipo. Na despedida de David Coulthard, o escocês chegou a usar um aparato similar, mas com brevíssima duração, já que sua Red Bull acabou abandonando na primeira curva.
Nas temporadas seguintes, a F1 seguiu desenvolvendo essas câmeras e em 2012 e 2013 algumas reprises chegaram a contar com imagens do tipo. Após os experimentos, a F1 não voltou a usar imagens do tipo, enquanto a Indy passou a ter uma câmera na parte superior do capacete, simulando o movimento de cabeça do piloto.
Como foi seu desenvolvimento e quais categorias a utilizam?
Com a introdução do aeroscreen, a Indy precisou buscar soluções, porque esse elemento de segurança atrapalhava a visão. Assim foi introduzido o que ficou conhecido como "cam box", uma espécie de GoPro plana que ficava dentro do capacete, mas que era usada apenas nos treinos, porque não era homologada e nem transmitia imagens ao vivo.
A Fórmula E foi a categoria que promoveu com maior força o uso de câmeras dentro dos capacetes, fazendo isso em parceria com a companhia Bell. A marca americana incluiu, há algumas temporadas, uma pequena câmera de apenas oito milímetros, situada nas laterais da cabeça do piloto, na altura dos olhos.
Pesando apenas 2,5 gramas, foi a solução ideal que o automobilismo buscava para iniciar as transmissões com o ponto de vista do piloto. Mas há um fator determinante para que a imagem seja vista com boa qualidade. Por ser algo tão pequeno, era necessário fazer correções de cor constantes, e a investigação a partir de sua introdução no automobilismo em 2020 permitiu um salto adiante em termos de qualidade.
Nestes anos, a divisão elétrica da Bell, chamada Zeronoise, começou a fazer testes para que a FIA pudesse homologar a câmera no capacete, e conseguiu que os pilotos que usem essa marca possam fornecer imagens de dentro do carro em 2022.
Em 2022, serão dez pilotos que usarão a microcâmera, como já fizeram Alonso e Leclerc neste ano e, além deles, se juntarão à lista Lewis Hamilton, Lando Norris, Esteban Ocon, George Russell, Pierre Gasly, Nicholas Latifi, Nikita Mazepin e Guanyu Zhou.
A própria empresa afirmou em um comunicado: "A tecnologia estará disponível ao longo da temporada 2022 para todos os pilotos do grid da Fórmula 1 que usem o capacete Bell. A Driver's Eye é a microcâmera homologada pela FIA (oito milímetros de diâmetro e um peso de 2,5 gramas) colocada na altura dos olhos do piloto, no protetor acolchoado dentro do capacete".
Como funcionam as câmeras dentro dos capacetes?
O funcionamento desta tecnologia é muito similar ao resto das câmeras instaladas nos carros, e o maior problema que existia até então era a transmissão ao vivo. Para se ver ao vivo, em tempo real, da perspectiva do piloto, a F1 instalou dois cabos similares aos de rádio ao lado do ombro do piloto no cockpit, algo que permite uma visão clara, mas sem a propagação de som, já que a câmera não possui microfone.
O som é capturado através dos microfones que já estão incluídos no carro, e uma vez que os dois canais obtém as imagens, a informação se dirige ao arco anti-roll, onde fica a antena de 10 gigahertz com o sistema Wi-Fi que manda o sinal direto das câmeras e o som do carro.
A Fórmula 1 também pode fazer correções na imagem, porque alguns pilotos modificam as viseiras para terem uma visão mais clara da pista. As câmeras gravam com uma resolução de 1080p a 50 frames por segundo - fps - (50 quadros por segundo) para que a transmissão possa chegar a todos os países.
A FOM transmite as imagens a 50fps, mas em alguns territórios como no Brasil e na Europa, onde se utiliza o sistema de cores PAL, esse padrão se reduz a 25fps. A razão de se gravar em 50 frames é porque a F1 também disponibiliza imagens da corrida no YouTube, onde o espectador pode escolher uma qualidade melhor do vídeo.
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