F1: Ferrari diz que ainda há dúvidas sobre como FIA controlará teto orçamentário das equipes
Valor previsto para 2022 foi reajustado em 3,1% devido à inflação, e já se discute outro reajuste de 3% para 2023, quando teto cairá para 135 milhões
Ainda em seu segundo ano, a Fórmula 1 tenta se ajustar à nova realidade criada pelo teto orçamentário, que foi reduzido para 140 milhões de dólares para 2022, com 1,2 milhão extra para cada prova que extrapole o limite de 21 na temporada. E em meio a esse novo contexto, Mattia Binotto, diz que ainda há interrogações sobre como a FIA controlará os gastos das equipes.
Após longas discussões, esse total foi aumentado em 3,1% para este ano de forma excepcional, devido à inflação e o custos de transporte, enquanto para 2023 há na mesa a proposta de reajuste em 3%, com o teto previsto para cair para 135 milhões.
E enquanto o teto é visto como um dos motivos por trás da melhora na disputa das pistas, reduzindo a diferença entre as equipes, ainda restam dúvidas sobre como a FIA policiará os gastos do paddock.
O chefe da Ferrari apontou que, apesar de confiar na FIA, acredita que o policiamento financeiro segue um território inexplorado na F1.
"Isso precisa ser controlado e monitorado", disse Binotto ao Motorsport.com. "Eu confio totalmente na FIA, mas o regulamento financeiro é algo novo. E se você olhar para os regulamentos técnico ou desportivo, é algo que foi construído ao longo de muitos anos. Sim, você faz alterações, mexe um pouco no chassi, mas [o teto orçamentário] é um campo desconhecido, para a FIA e para nós".
"Sabemos exatamente o que pode ser feito e onde é preciso policiamento. É por isso que o regulamento financeiro é algo completamente novo para nós. E vamos tirar um tempo para que a FIA e as equipes o conheçam, interpretem e retifiquem, policiando e monitorando".
Charles Leclerc, Ferrari F1-75
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
Por isso, Binotto vê como fundamental que a FIA expanda sua pequena força-tarefa dedicada ao monitoramento do teto orçamentário, colocando-a no mesmo nível do departamento técnico. Até lá, ele acredita que seguirão existindo perguntas sobre o controle de gastos.
"Se você olhar para o tamanho da equipe na FIA que monitora a situação financeira, três, quatro, cinco pessoas comparado às dezenas no lado técnico, espero que em alguns anos tenhamos dezenas de pessoas monitorando o que as equipes fazem com o orçamento".
"Então é uma questão de tempo. Mas, no meio tempo, segue uma grande interrogação que precisamos superar. Acho que é parte do trabalho da FIA e função das equipes tentar acelerar isso para que tenhamos o monitoramento correto".
Podcast #191 – O que primeira parte da temporada da F1 em 2022 trouxe de bom e ruim?
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