Fórmula 1 GP da Grã-Bretanha

F1: Horner pede que FIA não "brinque" com regulamentos de 2023; chefes de equipe endossam opinião

Federação fez alterações para suprimir o efeito porpoising e não descarta novas mudanças para o próximo ano, mas posição gera controvérsias

Sebastian Vettel, Aston Martin AMR22, Zhou Guanyu, Alfa Romeo C42, Max Verstappen, Red Bull Racing RB18, practice their start procedures at the end of FP2

Christian Horner pediu à FIA que não "brinque" com os regulamentos técnicos da Fórmula 1 de 2023 na tentativa de resolver o porpoising. Os chefes das equipes expressaram opiniões semelhantes, com a maioria insistindo que já é tarde demais para fazer mudanças para a próxima temporada.

Como parte da recente diretriz técnica do corpo diretivo para reduzir as quicadas dos carros neste ano, o chefe de assuntos de monopostos da FIA, Nikolas Tombazis, propôs uma revisão dos regulamentos para 2023 e disse às equipes que eles deverão contribuir com pesquisas.

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Tombazis observou: "Continua sendo nosso objetivo implementar mudanças para 2023 que reduzirão inerentemente a propensão dos carros a exibir oscilações aerodinâmicas".

"No devido tempo, as equipes serão solicitadas a apoiar essas avaliações em CFD, realizando uma série de modificações em seus carros e relatando à FIA seus resultados."

A perspectiva de mudanças para 2023 também foi discutida na semana passada em reunião de diretores técnicos da F1 em reunião do comitê consultivo.

No entanto, muitas equipes deixaram claro que estão relutantes em apoiar mudanças nos regulamentos técnicos porque acreditam que a estabilidade seria preferível, com Horner entre os mais vocais.

"Acho que é tarde demais para introduzir mudanças para o próximo ano", disse o mandatário da Red Bull quando questionado pelo Motorsport.com sobre a perspectiva de mudanças. "Temos uma governança para isso. Às vezes [há] consequências não intencionais de mudar filosofias completas, isso afetará o que você transfere para o próximo ano, afetará seu design e desenvolvimento."

"E a coisa mais importante, e a maior maneira de alcançar custos estáveis, é a estabilidade. E os carros vão convergir. Você já pode ver que alguns certamente parecem mais familiares. E acho que isso continuará nos próximos seis a nove meses."

"Então, eu acho que a coisa mais importante é: não brinque com isso. As equipes vão resolver", acrescentou.

Christian Horner, Team Principal, Red Bull Racing

Christian Horner, Team Principal, Red Bull Racing

Photo by: Red Bull Content Pool

Otmar Szafnauer, da Alpine, concordou que é tarde demais para fazer alterações para o próximo ano, embora o reconhecimento de preocupações de segurança possa anular tais considerações.

"Para mim, é sempre melhor ter uma visão das regras desde o início e não mudá-las no meio da temporada", disse ele. "Dito isso, porém, houve precedentes. Se for um problema de segurança, a FIA tem o dever de analisar e fazer alterações."

"Sou sempre a favor de conhecer as regras com antecedência, ter um campo de jogo equilibrado e depois deixar que cada um apresente sua própria solução. Então, quanto antes soubermos, melhor."

O chefe da Alfa Romeo, Fred Vasseur, também enfatizou que a estabilidade é fundamental, com a necessidade de manter as mesmas peças para a próxima temporada.

"No final das contas, o mais importante para nós é a estabilidade", disse o francês quando questionado pelo Motorsport.com sobre a visão da equipe a respeito de possíveis mudanças.

"E no ano passado, não desafiamos muito os regulamentos, e o mais importante é manter isso."

"Se você quer reduzir o orçamento, também precisamos dobrar o desenvolvimento, isso significa que você está fazendo o desenvolvimento do carro atual, mas também funciona para o do próximo ano. Você pode transportar as peças. Se você mudar agora para '23 o tamanho do difusor ou da estante, vai tudo pro lixo."

O chefe da Haas, Gunther Steiner, fez a intrigante observação de que algumas equipes já investigaram possíveis mudanças para 2023 e, portanto, podem ter uma vantagem caso sejam confirmadas pela FIA.

"Na assessoria técnica, discutiu-se a mudança das regras, o que acho que a maioria das equipes não quer fazer", comentou. "Eles estão trabalhando diligentemente para encontrar a solução sem mudar drasticamente as regras, porque acho que se você mudá-las em julho, será um pouco tarde."

"Então, eu não acho que essa seja a maneira correta de fazer isso. E por outro lado pode-se dizer que algumas pessoas já fizeram algum trabalho com as novas diretrizes que são propostas, e estarão à frente então. Então, acho que precisamos ter cuidado aqui para que eles não estejam fazendo a coisa errada."

Mick Schumacher, Haas VF-22, Lewis Hamilton, Mercedes W13

Mick Schumacher, Haas VF-22, Lewis Hamilton, Mercedes W13

Photo by: Drew Gibson / Motorsport Images

Enquanto isso, o diretor técnico da Mercedes, Mike Elliott, indicou que a equipe de Brackley, que sofre mais do que seus rivais, está aberta a mudanças, mas reconheceu que não será fácil convencê-los.

"Acho que os pilotos estão dizendo que é desconfortável, não é seguro para eles pilotar os carros quando há saltos fortes", disse Eliott. "E acho que esse esporte tem que lidar com isso, se adaptar e mudar."

"Acredito que a dificuldade é que esses carros foram projetados em torno de um conjunto de regras de efeito solo para tentar melhorar as ultrapassagens. E a questão é: você pode manter um pouco disso e se afastar do porpoising?"

"Está nos detalhes. E acho que vai depender de aerodinamicistas das várias equipes tentarem trabalharem junto com a FIA em como mudar as regras no sentido certo. No entanto, conseguir que as equipes concordem com isso também será um desafio."

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