Massa quer que processo em busca do título da F1 2008 seja tomado como exemplo: "Chave para evitar fraude no futuro"
Primeira audiência do caso acontecerá já no mês que vem, no Reino Unido

Felipe Massa
Foto de: Alexander Trienitz / Motorsport Images
A pouco mais de um mês da primeira audiência do caso sobre o título de 2008 da Fórmula 1, Felipe Massa reafirmou que "irá até o fim" em busca de justiça. O brasileiro move uma batalha judicial afirmando que o resultado do campeonato daquele ano, cujo campeão foi Lewis Hamilton, é ilegal, pois autoridades do esporte sabiam sobre o "Crashgate" e não interviram.
Tudo começou no GP de Singapura de 2008, quando Nelsinho Piquet, sob ordem do chefe da Renault Flavio Briatore, bateu seu carro em local específico do circuito, de modo que o companheiro de equipe, Fernando Alonso, fosse beneficiado com a entrada do safety car. Massa liderava a corrida quando a batida aconteceu, mas perdeu a liderança para o espanhol, que venceu. Na última corrida do ano, o GP do Brasil, o brasileiro perdeu o campeonato por um ponto quando Hamilton ultrapassou Timo Glock.
No ano seguinte, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) começou uma investigação do ocorrido após a revelação pelos Piquet de que o acidente tinha sido combinado dentro da equipe francesa. Na época, a Federação decidiu que já era tarde para mudar as coisas e o resultado de 2008 seria mantido.
Anos depois, em 2023, Bernie Ecclestone, chefão da F1 em 2008, deu entrevista ao F1-Insider e revelou que, não só ele como também o então presidente da FIA, Max Mosley (falecido em 2021), sabiam sobre a batida, mas "decidiram não fazer nada por enquanto para proteger o esporte e salvá-lo de um escândalo enorme", dizendo que, "de acordo com as regras, provavelmente teríamos que anular a corrida de Singapura nessas circunstâncias". Caso a prova tivesse sido anulada, os pontos daquele domingo não seriam contabilizados para o campeonato e Massa seria o campeão de 2008, não Hamilton.
Algum tempo depois da 'admissão' do ex-chefão da F1, Massa decidiu tomar 'medidas legais' contra a FIA, a F1 e Ecclestone sobre o resultado do campeonato daquele ano. A primeira audiência acontecerá na Justiça do Reino Unido no dia 28 de outubro deste ano. Os acusados negam todas as acusações.
Em entrevista ao jornal britânico The Times, o piloto brasileiro reforçou que "tomar responsabilidade é chave para evitar fraudes no futuro. Aqueles responsáveis por proteger o esporte violaram seus deveres de maneira direta e não podem se beneficiar por encobrirem a própria má conduta".
"Tal conduta é inaceitável em qualquer esfera da vida, especialmente em um esporte seguido por milhões de pessoas, incluindo crianças. Vamos levar isso até o fim para alcançar um desfecho justo e correto. Por mim, pelo automobilismo no Brasil e pelo esporte como um todo", continuou.
Também ao The Times, Ecclestone reafirmou que a maneira como a situação foi investigada não poderia ter sido outra e não acredita que o resultado será alterado. "Não há a menor chance no mundo de alguém conseguir mudar ou cancelar aquela corrida. Sempre há alguém querendo cancelar algo, se pudesse. Tentar convencer o presidente da FIA a convocar uma reunião especial na qual a FIA teria que cancelar a corrida... não havia nenhuma previsão para que isso pudesse acontecer".
"Max [Mosley] sabia que, na época, não havia evidências suficientes para fazer qualquer coisa. Tudo só começou mais tarde, quando o jovem Nelson decidiu que queria dizer algo ao descobrir que não teria um assento para o ano seguinte. Max não estava dizendo que devíamos encobrir isso, mas apenas que não era bom para a imagem da F1", continuou. "Os advogados, tanto os meus quanto os da FIA e da F1, não entendem como isso pode ser aceito por um tribunal".
MAX CAMPEÃO ou VICE em '25? McLAREN deve PRIORIZAR PIASTRI? Ferrari, BORTOLETO e + | FELIPE BAPTISTA
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