Análise

F1: O primeiro dia da era Frederic Vasseur no comando da Ferrari

Escuderia italiana dá por iniciada o período pós-Binotto e, apesar de todos os rumores, dentro da equipe se respira um ambiente muito confiante em relação ao que está por vir

Ferrari F1-75

Foto de: Erik Junius

Na Ferrari, o domingo foi marcado pelo último dia de descanso antes das atividades na fábrica voltarem ao seu normal e sob um novo comando nesta segunda-feira. A era Fred Vasseur, novo chefe de equipe da escuderia italiana na Fórmula 1, teve início, além do retorno de Carlos Sainz e Charles Leclerc das férias de fim de ano.

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O italianos vão inaugurar a temporada 2023 da seguinte forma: esperam ter um papel mais protagonista neste ano e o fato de que Helmut Marko, conselheiro da Red Bull, afirma que vê a Mercedes como principal rival pode significar que, na verdade, também teme a Ferrari. 

Vasseur chega a Maranello sem ter a pressa de mudar tanto a filosofia quanto a fisionomia da escuderia: o antigo chefe da Alfa Romeo é consciente de quais são as virtudes e os defeitos de uma equipe que em 2022 não demonstrou a maturidade necessária para vencer tanto o campeonato de pilotos quanto o de construtores, sem mencionar os problemas de confiabilidade que prejudicaram o rendimento do F1-75.

A construção do 675 (nome do projeto de 2023 e não do carro) se encontra em uma fase realmente avançada, por tanto, o francês herdará um projeto que já tem boas expectativas, pelo menos de acordo com as simulações que o comparam com o carro do ano passado, com o qual a Ferrari conseguiu o segundo lugar em ambos os campeonatos, além de quatro vitórias e 12 poles.

Charles Leclerc, Ferrari F1-75

Charles Leclerc, Ferrari F1-75

Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images

Os dados obtidos tanto do túnel de vento quanto do simulador indicam que foi produzido um grande salto de qualidade. Isso será suficiente para desafiar a Red Bull de Max Verstappen? Só saberemos a partir dos testes no Bahrein.

O certo é que, visualmente, o novo carro da Ferrari não é muito diferente do F1-75, na realidade, foi revisto cada detalhe para poder diminuir o peso do carro e o colocá-lo dentro dos 796kg que representam o peso mínimo permitido pela FIA. No entanto, a cifra final só poderá ser conhecida realmente quando a fabricação do carro for finalizada, mas o objetivo da escuderia é reduzir o peso em, pelo menos, 5kg.

Il motore Ferrari 066/7 con i condotti che vanno dall'intercooler al plenum

Il motore Ferrari 066/7 con i condotti che vanno dall'intercooler al plenum

Photo by: Uncredited

O 675 também terá uma nova unidade de potência que dará por finalizada a era do 066/7, no qual foi homologado em março de 2022. A Ferrari começou o campeonato do ano passado com 15 CV a menos em busca de uma melhor confiabilidade, mas ao longo da temporada foi "desinflando". A escuderia italiana teve que usar até seis motores diferentes, um número alto para alguém quer tem como propósito lutar com Red Bull e Mercedes.

A sensação agora na Ferrari é de que, graças ao trabalho de Enrico Gualtieri, engenheiro da equipe, os resultados apontam certo otimismo para 2023. No patamar aerodinâmico, foi revisado o desenho para reduzir a resistência aerodinâmica, com isso, o carro não perderá velocidade máxima em relação a Red Bull, como aconteceu no ano passado.

Os novos pneus dianteiros da Pirelli, projetados para tentar reduzir a subviragem que nasceu com os pneus de perfil mais baixo, devem ajudar a Ferrari a melhorar e se desenvolver, visto que ela foi a equipe que mais colaborou no teste.

I due piloti Ferrari 2023 sono i confermati Carlos Sainz e Charles Leclerc

I due piloti Ferrari 2023 sono i confermati Carlos Sainz e Charles Leclerc

Photo by: Sam Bloxham / Motorsport Images

Não podemos esquecer que neste ano haverá seis corridas sprint no calendário, o grid de largadas destes eventos serão decididos depois de uma única sessão de treino livre, por isso será crucial ter um carro que conte com uma boa configuração deste o início. Vasseur, por tanto, levará um tempo para conhecer a dinâmica de Maranello antes de colocar a mão na massa com as áreas que mostraram certa carência dentro da escuderia.

A nível técnico, será confirmado também os dois rostos que vão assumir o controle do carro: Cardille na parte dos chassis e Gualtieri na unidade de potência. O papel do diretor técnico, por tanto, será desempenhado por estes dois personagens, enquanto Simone Resta pode voltar para casa como diretor de projetos de 2024, desde que o engenheiro de Ímola aceite o papel de designer-chefe depois de ser DT tanto na Alfa Romeo quanto na Haas.

Benedetto Vigna, Ceo Ferrari, che seguirà in prima persona le questioni della Gestione Sportiva

Benedetto Vigna, Ceo Ferrari, che seguirà in prima persona le questioni della Gestione Sportiva

Photo by: Ferrari

Neste jogo, não se pode esquecer do papel que Benedetto Vigna desempenha: o certo é que o CEO da Ferrari nunca teve uma boa relação com Mattia Binotto. Vasseur, no entanto, poderá contar com todo seu apoio, especialmente porque Vigna tem estado muito envolvido no mundo da F1 ultimamente.

Da mesma forma, nos primeiros dias de janeiro, a decisão da Ferrari sobre o regulamento de 2026 deve ser esclarecida: a escuderia é o único construtor que não foi confirmado. Dado que a Fórmula 1 sem a Ferrari é impensável, cabe supor que um ponto em comum será encontrado para evitar que Maranello exerça seu direito de veto. O que se poderá tirar como conclusão de todo o problema é que se saberá até que ponto a nova direção da Ferrari poderá recuperar (ou não) o poder político que foi perdido nos últimos anos.

 

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