ANÁLISE F1: Red Bull e McLaren 'inverteram' papéis com configuração no México
O time de Milton Keynes se tornou uma surpresa ao 'dançar' nos meios-fios, enquanto a McLaren focou em conseguir um equilíbrio melhor nas retas
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Ao longo dos anos, o GP do México tem destacado um tema recorrente: a pole position tem muito peso, mas nem sempre é decisiva na Fórmula 1, especialmente considerando o quanto a longa reta de largada pode alterar os cenários. As primeiras sessões de treinos livres confirmaram essa tendência, oferecendo um dia com duas faces.
De muitas maneiras, foi uma sexta-feira anômala, não apenas pela presença de tantos novatos no TL1, mas também porque a pista não mostrou a melhora habitual ao longo do dia. Pelo contrário, para alguns pilotos, ela até piorou no TL2, uma anomalia que sugere que os valores no campo ainda não foram totalmente explorados, especialmente se a evolução do asfalto alterar o equilíbrio entre as equipes.
Isso ajuda a explicar as diferenças marcantes entre as equipes, com lacunas que variam entre a simulação de qualificação e o ritmo de corrida. A Red Bull, por exemplo, parecia claramente mais competitiva com pouco combustível do que com a longa distância, a ponto de terminar o treino mais cedo com o tanque vazio para se concentrar em outros aspectos. Um claro sinal de confiança em seu desempenho na volta rápida.
Max Verstappen, Red Bull Racing
Foto de: Steven Tee / LAT Images via Getty Images
Do outro lado está uma McLaren que parece estar no planeta oposto: mais dificuldades na volta rápida, o que, na verdade, é uma constante, especialmente agora que o MCL39 tem uma margem menor em relação aos rivais, mas extremamente eficaz em termos de corrida, com uma excelente simulação de Lando Norris com o pneu mais macio, demonstrando como o pneu macio se mantém em uma pista suja se for bem manuseado.
Especialmente com os compostos mais duros, nas sextas-feiras os pneus tendiam a escorregar, acumulando calor na parte externa, enquanto era mais complexo elevar a temperatura do núcleo do pneu. Mas nas corridas longas, o clima estava mais frio graças à queda nas temperaturas, então algumas equipes acharam mais fácil usar o macio, enquanto outras sofreram com o médio devido à falta de aderência. Portanto, será interessante ver o quanto a evolução da pista afetará o equilíbrio, mas o primeiro dia já ofereceu insights técnicos relevantes.
Red Bull: melhorias podem ser vistas na lentidão
O primeiro elemento interessante diz respeito à maneira como a Red Bull interpretou a volta, conseguindo "dançar" nos meios-fios, uma característica que até recentemente era uma 'fantasia' para o RB21.
A equipe parece ter encontrado uma solução capaz de fazer com que a suspensão funcione melhor sem comprometer a plataforma aerodinâmica com as últimas modificações: o resultado é um equilíbrio que permite que o carro enfrente os meios-fios de forma mais agressiva, sem que o carro fique muito desarticulado ao retornar ao asfalto.
Lando Norris, McLaren
Foto de: Zak Mauger / LAT Images via Getty Images
Mas há outro aspecto que chama a atenção. Na véspera da corrida, enfatizamos como a pista da Cidade do México exalta a corrida nas seções lentas, uma área em que a Red Bull deu um claro passo à frente em comparação com o passado. Embora ainda não seja a referência absoluta em curvas, o RB21 agora consegue se mostrar mais incisivo, especialmente na saída de curva e na tração.
Isso é particularmente evidente nas curvas lentas do segundo e, acima de tudo, do terceiro setor, onde manter o pneu em uma janela térmica ideal na superfície pode fazer toda a diferença. Paradoxalmente, porém, é exatamente essa característica que parece ter contribuído para as dificuldades que surgiram no ritmo de corrida com o composto médio, das quais Verstappen claramente se queixou.
McLaren: é necessário um passo à frente no equilíbrio
Essa também é a área em que a McLaren está tentando dar um salto. Norris não participou da primeira sessão de treinos livres, mas no TL2 ele estava imediatamente à vontade: um sinal provavelmente ligado à configuração do carro, talvez um pouco deslocado demais para a frente, já que a equipe de Woking sofre um pouco mais com a parte dianteira em pistas onde a granulação pode se tornar um fator.
Comparação da telemetria do FP2 México entre Verstappen e Norris
Foto de: Gianluca D'Alessandro
Não é coincidência que até a própria Pirelli tenha dito que estava surpresa com o fato de nenhuma equipe ter reclamado de problemas de granulação na dianteira, apesar das condições de pista muito sujas. Foi somente quando o ritmo aumentou que o carro pareceu mais difícil de manejar, e Norris apontou que o equilíbrio ainda precisava ser ajustado, especialmente em termos de estabilidade da traseira e tração pura no terceiro setor.
A McLaren parece mais incisiva nas curvas de velocidade média-alta, onde o MCL39 mostra um bom ritmo, especialmente na entrada da curva. Isso é mais perceptível na Curva 7, onde o Norris consegue trazer de 6 a 7 km/h a mais do que a Mercedes e a Red Bull, com a margem aumentando para 12 km/h em relação à Ferrari. Entre as curvas 8 e 9, no entanto, há uma queda perceptível, em parte devido ao tráfego encontrado nessa área, um sinal de que ainda há alguma margem a ser expressa: não é coincidência que a primeira tentativa de Norris tenha sido mais rápida, embora ainda um pouco atrás da melhor.
Mas qual é a posição da Ferrari e da Mercedes? Se a Red Bull e a McLaren representam os dois extremos entre a eficácia em uma volta seca e o ritmo de corrida, as outras equipes de ponta parecem estar em algum ponto intermediário.
As palavras de Charles Leclerc confirmam essa sensação, enquanto Kimi Antonelli estava confiante. O W16, em particular, tende a se destacar em pistas onde a tração se torna crucial, especialmente em condições de asfalto sujo: um aspecto que o torna uma variável a ser observada, embora o rebus da temperatura crescente permaneça.
A Ferrari parece se encaixar nessa mistura e a sensação é de que, por enquanto, foi encontrado um bom compromisso entre as áreas lentas e rápidas, mesmo que a dificuldade crônica de fazer o carro virar nas seções não tenha desaparecido completamente, especialmente no segundo setor.
O interessante é que no terceiro setor a Ferrari estava entre os melhores, um sinal de que conseguiu manter o pneu viva. Esse será o aspecto mais importante para encontrar os centésimos na classificação, especialmente quando se trata do limite, já que a equipe de Maranello muitas vezes teve dificuldades para encontrá-los entre o Q2 e o Q3.
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