Devido à pressão financeira causada pela pandemia da Covid-19, a Williams, uma das mais tradicionais do mundo da Fórmula 1, afirmou nesta sexta que está considerando a venda parcial ou total da equipe para garantir seu futuro. A direção afirmou que já começou um processo para buscar interessados.
Um comunicado divulgado pela equipe diz: "O Conselho da Williams Grand Prix Holdings (WGPH) está realizando uma revisão de várias opções estratégicas disponíveis para a Companhia. As opções em consideração incluem, mas não estão limitadas a, buscar novos capitais para o negócio, a venda de ações minoritárias da WGPH, ou a venda de ações majoritárias da WGPH, incluindo uma venda potencial de toda a empresa".
"Enquanto nenhuma decisão sobre esse assunto foi tomada, para facilitar as discussões com interessados, a Companhia anuncia o início de um 'processo formal de venda'".
A Williams apontou conselheiros financeiros para ajudar na revisão do processo e na busca de interessados em se tornar investidores ou os novos donos. A empresa afirmou que ainda não teve nenhuma conversa sobre uma possível compra, mas que já houve negociações sobre oportunidades de investimento.
"A Companhia não recebeu nenhuma abordagem no momento deste anúncio e confirma que está em discussões preliminares com um pequeno número de partes em relação a um possível investimento na Companhia".
"Não podemos afirmar com certeza que uma oferta será feita, nem sobre os termos que qualquer oferta possa ser feita. O Conselho da WGPH tem o direito de alterar ou encerrar esse processo a qualquer momento e, caso faça isso, irá realizar um anúncio apropriado".
"O Conselho também tem o direito de rejeitar qualquer abordagem ou encerrar discussões com qualquer parte interessada a qualquer momento".
O anúncio sobre a revisão estratégica da equipe vem logo após a Williams divulgar o balanço financeiro de 2019, que resultou na perda de 13 milhões de libras (cerca R$ 87 milhões), muito diferente de 2018, quando apresentou um lucro de 12,9 milhões de libras (R$ 86 milhões).
A receita do grupo caiu para 160,2 milhões de libras em 2019 (R$ 1,07 bilhão), comparado com 176,5 milhões de 2018 (R$ 1,2 bilhão). Sua receita na F1 caiu de 130,7 milhões em 2018 para 95,4 em 2019, com perdas de 10,1 milhões no ano passado, comparado com o lucro de 16 milhões de 2018.
Nicholas Latifi, Williams FW43
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Williams perde contrato com patrocinadora master
O CEO da empresa, Mike O'Driscoll afirmou que a perda na renda foi resultado de uma grande perda nos direitos comerciais, devido à falta de competitividade da equipe. O'Driscoll também revelou que a equipe recebeu o anúncio de que seu acordo de patrocínio master com a ROKit chegou ao fim, apesar do contrato ter duração até o final de 2023.
Um tweet divulgado pela equipe confirmou o fim do acordo entre a equipe e a empresa.
"Os resultados financeiros de 2019 refletem a queda recente de competitividade da operação de F1 e a redução na renda vinda dos direitos comerciais", disse O'Driscoll. "A temporada 2020 da Fórmula 1 foi, logicamente, interrompida pela pandemia da Covid-19, e isso irá impactar nossa renda vinda dos direitos comerciais nesse ano".
"A equipe também recebeu a notificação de que a ROKiT, nosso patrocinador master, estava encerrando o relacionamento com a equipe, além de outro patrocinador, a ROK Drinks. Assim como muitos outros negócios, nós tomamos extensas ações para reduzir o impacto, incluindo a dispensa prolongada de boa parte de nossos funcionários".
"Com essa terrível crise global começando a ceder, todos na Williams mal podem esperar pelo início da nova temporada".
Falando com a imprensa, a chefe da equipe, Claire Williams, optou por não falar muito sobre as razões para o fim do contrato, mas deixou claro que a razão não foi quebra de contrato por parte da equipe.
"Não posso entrar em detalhes", disse. "Tudo que posso dizer é que cumprimos todas nossas obrigações contratuais com a ROKiT".
Desde que a empresa se juntou à Williams no início da temporada passada, a equipe mudou a pintura do carro, introduzindo uma versão branco e azul, que teve novas modificações para 2020, incluindo uma parte em vermelho.
Porém, com o fim do acordo com a ROKiT, a Williams sugeriu que um novo esquema de cores deve ser usado para essa temporada.
"Obviamente que a pintura é algo que teremos que analisar para a temporada, e com sorte iremos correr em julho. A F1 colocou como marca dia 06 de julho. Vamos revelar nossa nova pintura antes de irmos à pista".
Alain Prost, Williams FW15C Renault
Photo by: Motorsport Images
Do auge à queda
A Williams entrou na F1 em 1977, em uma época que equipes privadas, sem apoio das grandes montadoras, tinham grandes chances de obter bons resultados na categoria. E para a equipe de Frank Williams, isso não demorou para acontecer.
Logo no seu terceiro ano, em 1979, terminou o mundial de construtores em segundo lugar, conquistando nos dois anos seguintes o bicampeonato. Somente na década de 1980, conquistou o mundial de construtores quatro vezes e três de pilotos, sendo um deles com Nelson Piquet, o tricampeonato do brasileiro.
Na década de 90, a Williams viveu seu auge na F1, ganhando cinco mundiais de construtores e dois vice-campeonatos, entre 1991 e 1997. Nesse período, consagrou ainda quatro campeões mundiais: Nigel Mansell, Alain Prost, Damon Hill e Jacques Villeneuve.
Apesar de bons resultados no início dos anos 2000, a perda de performance da equipe começou a ficar visível. Desde 2004, a Williams conquistou apenas duas vitórias na F1, uma com Juan Pablo Montoya em 2004 e uma com Pastor Maldonado em 2012.
Mesmo com uma boa fase no início da era dos motores híbridos, a Williams vem enfrentando uma grande queda de rendimento nos últimos anos. Em 2014 e 2015, a tradicional equipe britânica chegou a ser uma das poucas a bater de frente com a Mercedes e, com a colaboração da dupla formada por Felipe Massa e Valtteri Bottas, conseguiu chegar diversas vezes ao pódio, além de uma pole position com o brasileiro, no GP da Áustria de 2014.
Porém, a partir de 2016, a Williams começou a enfrentar problemas não apenas com o carro, mas também na área financeira. Com isso, a equipe começou a decair na classificação do campeonato, chegando ao fundo do poço no ano passado.
Após terminar o mundial de 2018 na última colocação entre os construtores, a equipe começou 2019 com problemas ainda maiores. Devido a um problema na construção do carro, a Williams perdeu os primeiros dois dias e meio dos testes de pré-temporada em Barcelona, o que abriu a porta para o pior ano da equipe na F1. Ao longo de 2019, esteve constantemente no fundo do grid, conseguindo acumular apenas um ponto entre os 21 GPs disputados.
A situação da equipe, porém, parecia melhor no início do ano. A Williams conseguiu participar integralmente dos testes em Barcelona, sendo inclusive a primeira a colocar o carro na pista e chegou a apresentar bons resultados, que mostraram uma aproximação do pelotão do meio.
GALERIA: Relembre a história da Williams na F1 através de seus carros e pilotos
A Williams estreou como equipe na F1 em 1977, com o belga Patrick Nève como piloto. À época, o grupo ainda não era construtor, já que usava um carro da March.
Foi neste ano que a Williams se tornou um construtor, com Jones como piloto. Seu melhor resultado foi um segundo lugar nos Estados Unidos.
Na primeira temporada com dois pilotos, vieram as primeiras vitórias com Jones, que terminou o ano em terceiro. Já o suíço Regazzoni ficou em quinto.
Depois de ensaiar o título em 1979, Jones levantou a taça no ano seguinte, superando o brasileiro Nelson Piquet, então na Brabham. Substituto de Regazzoni, o argentino Reutemann foi o terceiro, contribuindo para o primeiro mundial de construtores da Williams.
Nesta temporada, Reutemann superou Jones e foi o vice-campeão, à frente do australiano. Piquet conquistou seu primeiro título. Entretanto, a Williams foi a campeã de construtores.
Em ano atribulado, a Williams teve quatro pilotos se alternando em dois carros. Além de Reutemann, o norte-americano Mario Andretti, o irlandês Derek Daly e o finlandês Keke Rosberg. Este venceu apenas uma vez, mas foi consistente para conquistar seu único título. A Ferrari foi a campeã de construtores.
Nesta temporada, Rosberg teve o francês Jacques Laffite como companheiro (o britânico Jonathan Palmer também disputou uma prova). Entretanto, eles não brigaram pelo tíulo de pilotos e nem pelo de construtores. Piquet foi bicampeão e a Ferrari a melhor equipe.
No ano em que o austríaco Niki Lauda conquistou seu terceiro título, Rosberg e Laffite não foram capazes de brilhar, exceto pela vitória do finlandês em Dallas.
Nesta temporada, o britânico Nigel Mansell estreou pela equipe. Ele terminou o ano em sexto, atrás de Rosberg, terceiro. A Williams também foi terceira. O francês Alain Prost conquistou seu primeiro título com a McLaren.
No primeiro ano como 'sucessor' de Rosberg, Piquet terminou em terceiro, atrás de Mansell. Prost foi o campeão, mas a Williams faturou entre os construtores.
O brasileiro conquistou seu tricampeonato batendo Mansell na batalha interna da Williams, que chegou ao seu quarto mundial de construtores.
Depois do tri, Piquet foi para a Lotus. Seu substituto foi o italiano Riccardo Patrese. Mal, a Williams esteve longe da dominante McLaren, que viu o brasileiro Ayrton Senna conquistar seu primeiro título sobre o companheiro Prost.
Mansell foi para a Ferrari. Em seu lugar, veio o belga Thierry Boutsen, que terminou o ano em quinto. Patrese foi o terceiro e a Williams foi a vice entre os construtores, atrás da McLaren, que viu o tricampeonato de Prost.
Boutsen e Patrese foram sexto e sétimo, respectivamente, e a Williams caiu para o quarto posto entre os construtores, liderados pela McLaren. Senna bateu Prost, que fora para a Ferrari, e conquistou seu segundo título.
De volta após a passagem pela Ferrari, Mansell foi vice, assim como a Williams. Os vencedores foram Senna e McLaren.
Foi neste ano que Mansell conquistou seu sonhado título. Patrese foi o vice e a Williams sobrou entre os construtores, tendo feito um dos carros mais icônicos de toda a história da F1.
Patrese foi para a Benetton ao lado do alemão Michael Schumacher e Frank Williams contratou Prost, de volta após ano sabático. O chefe da equipe não garantiu privilégio ao campeão Mansell, que deixou a F1 insatisfeito e foi faturar a Indy. Seu substituto foi o britânico Damon Hill. A Williams seguiu avassaladora e não deu chances aos outros construtores, enquanto Prost ganhou seu tetra tranquilo, com Hill como vice.
Neste ano, Frank Williams se movimentou para contratar Senna, o que deu certo e acabou contribuindo para a aposentadoria de Prost. Entretanto, a mudança de regulamentos da F1 acabou prejudicando a Williams, que perdeu a vantagem enorme e passou a ter a concorrência da Benetton de Schumacher. Senna acabaria morrendo no GP de San Marino e o alemão foi o vencedor da temporada, à frente de Hill. Mansell e o escocês David Coulthard se alternaram como substitutos do brasileiro e contribuíram para o título de construtores da equipe britânica.
Nesta temporada, Hill e Coulthard foram os pilotos. O britânico voltou a sucumbir diante de Schumacher, enquanto o escocês foi o terceiro. E o título de construtores ficou mesmo com a Benetton, já que Schumi pontuou demais e seu companheiro britânico Johnny Herbert ficou em quarto.
Neste ano, Schumacher foi para a Ferrari e abriu o caminho para o título de Hill, que bateu o companheiro novato Jacques Villeneuve, do Canadá. A Williams reconquistou o título de construtores.
Apesar da glória, Hill foi dispensado (e comunicado da decisão antes mesmo do fim da temporada 1996) para dar lugar ao alemão Heinz-Harald Frentzen. Com isso, a Williams chegou ao quarto campeão que deixou a equipe no ano seguinte ao título (os outros foram Piquet, Mansell e Prost). Villeneuve se aproveitou e conquistou seu único título na F1, superando o novo companheiro. Mais um título de construtores para a galeria britânica.
Nesta temporada, a Renault saiu da F1 como fornecedora de motores e a Williams fez parceria com a Mecachrome. Apesar de a nova unidade ter relação com a montadora francesa, o rendimento caiu e a McLaren foi dominante. Impulsionada pela Mercedes, a equipe britânica faturou o título de construtores e o de pilotos com o finlandês Mika Hakkinen.
O nome Mecachrome mudou para Supertec, mas o rendimento seguiu inferior ao de McLaren e Ferrari. Os italianos levaram entre os construtores e Hakkinen foi bi. Neste ano, Villeneuve e Frentzen deram lugar ao alemão Ralf Schumacher e ao italiano Alessandro Zanardi, mas o desempenho não melhorou.
Neste ano, a parceria de fornecimento de motores com a BMW começou e a Williams voltou a ganhar força. Com o britânico Button na vaga de Zanardi, a equipe ficou em terceiro entre os construtores.
Button foi para a Benetton e o colombiano Juan Pablo Montoya assumiu a vaga. A Williams se consolidou como terceira força, atrás da consolidada Ferrari (que conquistou o bi consecutivo entre construtores e pilotos, com Michael Schumacher) e da McLaren.
O colombiano foi mantido ao lado de Ralf Schumacher e ficou em terceiro entre os pilotos, atrás de Michael e do brasileiro Rubens Barrichello, também da Ferrari. A BMW foi vice de construtores.
Novamente, Montoya ficou em terceiro (desta vez atrás de Michael e do finlandês Kimi Raikkonen, da McLaren) e a Williams foi vice.
Nesta temporada, o brasileiro Antonio Pizzonia substituiu Ralf Schumacher em duas etapas. Montoya caiu para quinta e a Williams para quarto. O ano também foi o último do monopólio Michael Schumacher/Ferrari.
Montoya foi para a McLaren e o australiano Webber assumiu sua vaga, enquanto Pizzonia e o alemão Nick Heidfeld se alternaram para substituir Schumacher, que foi para a Toyota. A Williams caiu para o quinto posto entre os construtores. A Renault e o espanhol Fernando Alonso deram as cartas naquele campeonato.
Depois de sucessivas baixas de desempenho, a BMW saiu da F1 e a Williams recorreu aos motores Cosworth. E ao alemão Rosberg, novo companheiro de Webber na vaga de Heidfeld, que foi para a BMW-Sauber. Ambos fizeram temporada modesta e a enfraquecida equipe caiu para o oitavo lugar. Bi de Alonso/Renault.
Novo fornecedor de motor, a japonesa Toyota, e novo piloto, o austríaco Alexander Wurz, na vaga de Webber, que foi para a Red Bull. Progresso: quarto posto entre os construtores, liderados pela McLaren de Alonso e do britânico Lewis Hamilton. O campeão foi Raikkonen, em sua 1ª temporada na Ferrari.
O japonês Nakajima assumiu a vaga de Wurz e o time voltou a cair para o oitavo posto. Ferrari campeã de construtores e Hamilton entre os pilotos, para azar do brasileiro Felipe Massa, da escuderia italiana.
Mesmos pilotos, uma posição acima: sétimo lugar. A campeã foi a improvável Brawn, que deu a Button seu único título.
A Toyota deixou a F1 e a equipe britânica voltou para os motores Cosworth. Novos pilotos também: o novato alemão Hulkenberg, vindo de título da GP2, e Barrichello, que correra pela Brawn. Neste ano, o alemão Sebastian Vettel conquistou seu primeiro de quatro títulos entre os pilotos. A proporção foi a mesma com a Red Bull entre os construtores. Já a Williams ficou no sexto posto.
Barrichello ganhou um novo companheiro: o venezuelano Pastor Maldonado, que trouxe o patrocínio da PDVSA e desbancou Hulk. E a Williams caiu para o nono lugar.
Troca de motor para a unidade da Renault. Barrichello deixou a F1 e foi substituído pelo conterrâneo Bruno Senna. Maldonado venceu o GP da Espanha, mas a Williams ficou apenas no nono posto entre os construtores.
Senna foi substituído pelo finlandês Valtteri Bottas e a Williams se manteve no nono lugar.
Com os novos motores turbo-híbridos, a Williams acertou com a Mercedes para o fornecimento das unidades motrizes. E contratou Massa, substituído por Raikkonen na Ferrari. O brasileiro fez uma pole, uma volta mais rápida e dois pódios, terminando o ano em sétimo. Bottas foi o quarto e a Williams despontou como terceira força, atrás da Red Bull e da dominante Mercedes, que viu Hamilton ganhar seu segundo título.
Mantendo a dupla de pilotos, a Williams estagnou, mas ainda manteve o terceiro lugar entre os construtores, atrás da Ferrari. Mercedes/Hamilton foram dominantes novamente.
Neste ano, Rosberg superou Hamilton na briga da suprema Mercedes. Já a Williams seguiu estagnada e começou sua queda vertiginosa, caindo para o quinto posto entre os construtores.
Massa se aposentaria ao fim de 2016, mas Rosberg resolveu sair por cima e deixou a Mercedes com uma vaga aberta. Ela foi ocupada por Bottas, então a Williams persuadiu o brasileiro a seguir na F1 por mais uma temporada. Ao seu lado, o novato canadense - e rico - Stroll. O playboy conseguiu um pódio altamente improvável em corrida que poderia ter sido vencida por Massa no Azerbaijão, mas o brasileiro quebrou. E a equipe estacionou no quinto lugar entre os construtores, liderados pela Mercedes, que viu Hamilton voltar a ser campeão.
Massa deixou a F1 e foi substituído pelo russo Sergey Sirotkin, que seduziu a Williams com o dinheiro de seus patrocinadores. Com uma fraca dupla de pilotos e um carro que parecia ter parado em 2014, a equipe fez sua pior temporada na categoria e ficou na lanterna do campeonato, novamente vencido por Mercedes/Hamilton.
Stroll foi para a Racing Point e Sirotkin foi preterido pelo polonês Robert Kubica, que voltou à F1 ao lado do novato britânico George Russell, campeão da F2 em 2018. Apesar do talento do jovem e do ponto conquistado pelo veterano na Alemanha, a Williams viveu a pior temporada de sua história, superando 2018.
No campeonato deste ano, a equipe busca dar a volta por cima e retomar os tempos de glória na categoria máxima do automobilismo mundial.
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VÍDEO: Entenda o que há de verdade na possível volta de Alonso à F1
PODCAST #046: Entrevista com Reginaldo Leme: a lenda na cobertura da F1
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