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Ferrari planeja aumento no orçamento da F1 para 2019

Escuderia italiana tentará conquistar primeiro título na era híbrida da F1 com mais dinheiro

Sebastian Vettel, Ferrari SF71H

A Ferrari não ganha um título desde o sucesso do campeonato de construtores de 2008, e Kimi Raikkonen no campeonato de piloto no ano anterior.

A escuderia não conta mais com Maurizio Arrivabene para a temporada 2019 e nomeou o ex-diretor técnico, Mattia Binotto, como seu novo chefe, para tentar finalmente vencer a Mercedes na era híbrida da F1.

"Enquanto o nosso desempenho na Fórmula 1 no ano passado foi o melhor desde que vencemos o campeonato de construtores em 2008, ficamos aquém da nossa ambição de levantar a taça", disse o presidente e CEO da Ferrari, Louis Camilleri, em uma teleconferência.

"Nosso objetivo daqui para frente continua sendo o mesmo de sempre, vencer.”

"Em 2019, projetamos um aumento nos gastos que refletem parcialmente essa ambição, mas também inclui os gastos de desenvolvimento necessários para abordar os novos regulamentos que farão parte do acordo Concorde previsto, que deve entrar em vigor em 2021."

Não está claro o que Camilleri quis dizer com sua referência ao trabalho de desenvolvimento em torno do novo carro de 2021 da F1, já que ainda não há regulamentos técnicos confirmados.

No entanto, um amplo conceito das regras do motor, evoluindo a especificação atual dos híbridos turbocomprimidos, foi descrito publicamente.

A Ferrari, a Red Bull e a Mercedes têm reservas sobre como a revolução planejada pela Liberty Media para 2021 vai funcionar, particularmente no que diz respeito a limitação de custos.

Camilleri já havia amenizado a posição da Ferrari diante das ameaças deixadas por seu antecessor, Sergio Marchionne.

A confirmação de que está produzindo um gasto maior em 2019, com um olho nas mudanças de 2021, é uma mudança de quem está longe de sair da F1.

Reavaliação financeira

Em novembro passado, o diretor financeiro da Ferrari, Antonio Picca Piccon, disse que uma redução de €5 milhões em custos industriais e pesquisa de desenvolvimento foi "para reduzir os gastos com as atividades da Fórmula 1.”

Há, provavelmente, muitos fatores por trás da atitude inversa para 2019, não menos importante, o fato de o cenário de mudança da F1 dificultar a obtenção de gastos consistentes.

Em termos de mudanças financeiras tangíveis, a Ferrari credita um aumento de €16 milhões no patrocínio geral da empresa, receitas comerciais e de marca de 2018, e a segunda colocação no campeonato de construtores de 2017.

Esse resultado, que a Ferrari sustentou em 2018, significou que recebeu mais prêmios da F1 no ano passado, tendo sido a terceira colocada em 2016.

E, embora não tenha recuperado o fornecimento de uma terceira equipe, quando a Toro Rosso começou a utilizar unidade da Renault em 2017, a Ferrari presumivelmente se beneficiou da escolha da Sauber por motores contemporâneos para 2018, depois de ter uma oferta de motores com especificação de um ano anterior mais barata.

A Ferrari também terá um salário menor para pilotos neste ano, já que Kimi Raikkonen foi substituído pelo jovem astro em ascensão Charles Leclerc.

Isso, presumivelmente, dá à Ferrari mais flexibilidade sobre como ela aplica seus fundos.

Camilleri disse em novembro passado que a Ferrari está "fazendo tudo que pode para ganhar", mas tinha assistido a sua seca de títulos se estender a uma década inteira, a sua decisão de adicionar mais dinheiro não é surpreendente.

Os fatores que tornam a F1 tão vital

Isso também é um estudo de caso sobre como a Ferrari permanece imune ao destino comum que recai sobre fabricantes que têm longos períodos sem grande sucesso em corridas de automóveis.

Outros fabricantes tendem a se afastar, mas, apesar de ameaçar sua saída, fica claro por suas ações e pela narrativa de seus relatórios financeiros, que a F1 é importante demais para a fabricante.

A posição da Ferrari é que seu sucesso na F1 e suas despesas "significativas" são dois dos principais fatores influentes no desempenho geral da empresa.

Se não gastar de forma adequada, arrisca-se a ter resultados mais frágeis, uma parcela menor de premiação em dinheiro, um desafio mais difícil de encontrar novos patrocínios ou renová-los e um prejuízo geral no valor da marca.

O programa da Fórmula 1 é citado como "o elemento central do nosso esforço de marketing", o que significa que a Ferrari é capaz de evitar atividades publicitárias tradicionais, e caras, devido ao que a F1 faz ao "prestígio, identidade e apelo da marca Ferrari".

Enquanto seus altos custos de pesquisa e desenvolvimento são "principalmente" aqueles incorridos para o seu programa de F1, a Ferrari também reconhece que eles são "fundamentais" para o desenvolvimento da sua gama de carros de rua.

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Scott Mitchell
Fórmula 1
Ferrari
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