História da Honda na F1 é marcada por títulos e idas e voltas; saiba mais
Montadora japonesa apareceu pela primeira vez no Mundial ainda na década de 1960
Nesta sexta-feira (02), a Honda chocou o paddock da Fórmula 1 ao anunciar sua saída do Mundial após a temporada de 2021. A montadora japonesa, que atualmente fornece motores para a Red Bull e a AlphaTauri, tem uma grande história na categoria, incluindo um grande período de domínio.
No total, a Honda esteve presente na F1 em quatro momentos diferentes ao longo dos últimos 70 anos, incluindo dois períodos com uma equipe oficial, nas décadas de 1960 e 2000. Nas demais, atuou como fornecedora de motores, sua atuação mais positiva na história.
Vários grandes nomes passaram pela montadora ao longo de 60 anos, incluindo grandes campeões como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Alain Prost, John Surtees e mais recentes, como Fernando Alonso, Max Verstappen, Jenson Button e mais. Conheça abaixo a história da Honda na F1.
John Surtees, Honda
Photo by: David Phipps
1ª Fase - 1964 a 1968: as origens da Honda na F1
A primeira passagem da Honda pela Fórmula 1 começou com uma equipe oficial, estreando no GP da Alemanha de 1964, em Nurburgring Nordschleife. O primeiro piloto da equipe foi o americano Ronnie Bucknum, que terminou em 13º nessa prova.
Após mais algumas provas naquela temporada, a Honda oficializou sua chegada à F1 no ano seguinte, disputando o campeonato completo de 1965 com dois pilotos. E no GP do México, disputado em Ciudad Deportiva Magdalena Mixhuca, a montadora obteve sua primeira vitória, com Richie Ginther.
Depois de um 1966 onde disputou apenas poucas provas, a montadora voltou a participar de temporadas completas em 1967 e 1968, mas com apenas um piloto titular: John Surtees, campeão de 1964 com a Ferrari. O britânico venceu em Monza uma vez e terminou outras três no pódio.
Mas a primeira empreitada da montadora acabou no final daquela temporada, com a empresa mudando o foco na busca de um aumento na venda dos carros de rua nos Estados Unidos.
Ayrton Senna, McLaren MP4-6 Honda
Photo by: Rainer W. Schlegelmilch
2ª Fase - 1983 a 1992: o domínio
Inegavelmente, sua melhor passagem pela Fórmula 1 foi a segunda, em um período de dez anos que foi de 1983 a 1992. Depois de um início complicado com a Williams, marcando poucos pontos e ficando bem atrás no campeonato, a Honda surgiu como uma das forças do grid a partir de 1985.
Primeiro com Williams e Lotus e posteriormente com a McLaren, a Honda acumulou seis Mundiais de Construtores e outros cinco de pilotos. Entre as equipes, foram duas com a Williams e outras quatro com a McLaren. Já entre os pilotos, mostra a proximidade que a montadora tem os fãs brasileiros, devido aos três títulos de Ayrton Senna, um de Nelson Piquet e o quinto com Alain Prost.
Após terminar em segundo no Mundial de Construtores em 1992, a Honda anunciou que não seguiria na F1, colocando como principal justificativa a crise econômica que o Japão enfrentava há alguns anos devido à bolha econômica e financeira.
Jenson Button, Honda RA106
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
3ª Fase - 2000 a 2008: novo envolvimento com equipe oficial
Após oito anos fora, a Honda anunciou a volta ao Mundial em 2000, como fornecedora de motores da BAR que, naquela temporada, tinha Jacques Villeneuve e Ricardo Zonta como pilotos.
Ao longo dos anos, o relacionamento entre a montadora e a equipe foi se intensificando e surtindo resultados. Apesar de nunca ter vencido, a BAR terminou como vice-campeã no Mundial de Construtores de 2004, atrás apenas da Ferrari e a frente de outras equipes como Renault e McLaren. Nesse período, a Honda ainda teve um breve relacionamento com a Jordan, sem resultados expressivos.
Mas os problemas que a BAR vinha enfrentando em 2005, incluindo desqualificações por usar carros ilegais, abriu caminho para que a Honda comprasse as operações, passando a ter novamente uma equipe oficial no Mundial.
A nova empreitada da montadora durou três anos, e sempre com a mesma dupla de pilotos: Jenson Button e Rubens Barrichello. Mas, mesmo com a vitória de Button na Hungria em 2006, a Honda não conseguiu repetir os resultados de 2004 da BAR, caindo de quarto no Mundial de 2006 para nono em 2008.
Nesse mesmo período, a Honda ainda tinha uma equipe B não oficial no grid, a Super Aguri, que durou os mesmos três anos no grid.
Fernando Alonso, McLaren MCL32
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
4ª Fase - 2015 a 2021: reencontro ruim com McLaren e boa fase na Red Bull
Depois de muitos anos tendo a Mercedes como fornecedora de motores na F1, a McLaren arriscou na metade da década passada, anunciando uma nova reedição de uma antiga parceira: a McLaren - Honda estaria de volta ao Mundial a partir da temporada 2015.
A expectativa para a dupla era alta devido à sua grande história no final dos anos 1980, mas o que se viu na pista ficou muito abaixo disso. Desta vez, o relacionamento da equipe com a montadora foi marcada por muitos baixos e poucos altos. Ao longo dos três anos que estiveram juntos, os melhores resultados obtidos foram três quintos lugares com Fernando Alonso. E o espanhol teve um papel fundamental na deterioração desse relacionamento.
Alonso, que estava de volta à McLaren depois da tumultuada temporada de 2007, vinha com sede de vitórias após anos difíceis na Ferrari, onde ou havia batido na trave ou ficado totalmente fora da disputa pelo título. E os problemas do motor da Honda não o deixou nada feliz.
Combinado com problemas de chassi e aerodinâmica, a McLaren foi para o fundo do grid, amargando a nona posição no Mundial de Construtores em 2015 e 2017, apesar de uma leve melhora em 2016, terminando em sexto. Mas as críticas e a influência do espanhol na equipe foram suficientes para que o relacionamento chegasse ao fim em 2017, com a McLaren passando a usar motores Renault.
Já a Honda assinou com a Toro Rosso para 2018, visando fisgar a Red Bull na temporada seguinte. E com a equipe austríaca vendo seu relacionamento com a Renault se deteriorando rapidamente, a Honda surgiu como uma saída, tornando-se mais do que clientes da montadora japonesa. Tanto Red Bull quanto Toro Rosso se tornaram equipes parceiras, ajudando no desenvolvimento dos motores.
Ao longo dos últimos dois anos, a parceria rendeu grandes frutos, com cinco vitórias, sendo quatro de Max Verstappen e uma de Pierre Gasly, e mais 15 pódios. E, apesar da Honda não ter atingido ainda seu objetivo principal de ser campeã mundial na era dos motores híbridos, o CEO da marca disse que a empresa tem que se orgulhar dos resultados obtidos.
Se a Honda voltará à F1 no futuro, isso ainda é incerto. Mas uma coisa é inegável: ao longo de sete décadas e quatro participações, a montadora japonesa deixou uma marca considerável na história do Mundial.
A Honda logo on th engine cover of the Alex Albon, Red Bull Racing
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
Red Bull RB16 (Temporada 2020) |
Motor: Honda |
Combustível: ExxonMobil |
Pneus: Pirelli |
Pilotos: 33 - Max Verstappen 23 - Alexander Albon |
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