Massa admite que derrota de 2008 em Cingapura "ainda dói"
Com contas a acertar com o circuito de Marina Bay, o brasileiro garante que pilotos seguem motivados mesmo com campeonato definido
Pensando corrida a corrida, sem medo de correr riscos, e com contas a acertar com Marina Bay. É assim que Felipe Massa enfrenta o GP de Cingapura. O brasileiro da Ferrari afirmou que a motivação para vencer corridas continua movendo os pilotos, mesmo com o campeonato praticamente definido, e revelou que a derrota de 2008 “ainda dói”.
“Para o piloto, a corrida tem um começo e um final. Então independentemente de você não ter chance de ser campeão, a vitória é o que mais interessa. Você sempre pensa corrida por corrida. Quando tem chance de disputar o título, pensa nas corridas para o campeonato. Caso contrário, pensa na vitória sem correr o risco de ter um resultado menos importante que te prejudique no campeonato.”
Massa preferiu não apostar se o campeonato acaba ou não em Cingapura, mas acredita em mais uma vitória de Sebastian Vettel.
“Em Mônaco, ele ganhou, então há uma grande chance de repetir. Poderia até apostar. Se você olhar quantas corridas ele venceu no ano, a chance de isso acontecer de novo é muito grande, olhando o carro que ele tem, com nível de pressão aerodinâmica muito alto – o que em uma pista como essa faz muita diferença. Mas tomara que não, porque daí o campeonato acaba muito cedo.”
Massa não esconde que tem uma motivação especial para buscar um bom resultado em Cingapura. O piloto havia sido pole e liderava a corrida de 2008 quando o Safety Car, forjado pelo acidente de Nelsinho Piquet, o fez entrar nos boxes. Um erro na parada o colocou em último e acabou com suas chances na corrida – no ano em que disputada o título, que perdeu por um ponto.
Perguntado pelo TotalRace qual seria seu pior momento na carreira – comparando com a quebra do motor na Hungria, também em 2008, quando liderava, e o GP da Alemanha de 2010 (o qual não comentou) – Massa reconheceu que nada se compara ao que aconteceu em Marina Bay.
“Na Hungria, quebrou o motor faltando três voltas para acabar a corrida. Ela estava dentro do bolso. Mas uma quebra de motor você tem de aceitar, porque faz parte das corridas, não dependia de mim – até porque fiz metade da corrida economizando motor.”
“Doeu demais, mas aqui foi pior porque foi um problemaem que eu tive no box em um Safety Car que não era para existir. Tudo bem que a gente teve o erro do box, e isso não pode tirar nunca da mente, mas foi em uma situação que não deveria ter acontecido. Em uma parada dupla, você tem muito mais chance de ter um erro do que em uma parada normal. E foi dupla só por causa de um Safety Car que deveria ser inexistente naquele momento. Então, com certeza doeu bastante.”
Falando sobre a corrida de domingo, o ferrarista não acredita que as equipes terão uma visão clara do desgaste dos pneus já nos treinos livres.
“Aqui é uma pista na rua, o que gasta menos pneu, mas é uma pista mais longa e mais quente do que Mônaco, o que a torna mais dura para os pneus. Outro fator é que é uma pista que melhora demais de um dia para o outro. Por isso às vezes acontece de você chegar na corrida e o pneu duro durar mais do que esperava.”
Outra preocupação do piloto é com a chuva. Os pilotos nunca correram debaixo de água em Cingapura, mas têm experiência em andar com a pista molhada.
“É uma pista em que a chuva conta muito. Quando chove, é como em Mônaco, muita coisa pode acontecer. Lembro que ano passado refizeram o asfalto da curva três e estava muito escorregadio quando andamos com a pista úmida. Depois de um tempo, a pista estava toda seca, menos naquela curva.”
(Colaborou Luis Fernando Ramos, de Cingapura)
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