McLaren considera hipotecar coleção histórica de carros de F1 para arrecadar fundos e sobreviver à crise
A equipe busca arrecadar até R$ 2 bilhões ao hipotecar sua histórica coleção de carros e a sede da empresa em Woking
A crise causada pela pandemia da Covid-19 está afetando a economia mundial, e algumas empresas já estão buscando soluções para arrecadar fundos e conseguir navegar por essa fase. Entre elas, está a McLaren, que está fazendo de tudo para sobreviver a esse momento, inclusive hipotecar seus carros históricos da Fórmula 1.
Segundo informações do canal britânico Sky News, a McLaren está considerando hipotecar não apenas sua coleção de carros da F1 como também a sede da empresa em Woking, na busca de arrecadar até 275 milhões de libras (R$ 2 bilhões).
Caso isso aconteça, a McLaren terá feito algo similar ao da Williams, que fez um empréstimo com Michael Latifi, pai de seu piloto para 2020 e que, coincidentemente, também é acionista da McLaren. A equipe de Grove também usou sua coleção de mais de 100 carros de F1 e a fábrica como garantia.
A Sky News também informou que a estratégia foi pensada pela McLaren e a JP Morgan, empresa de consultoria, após ter o pedido negado de um empréstimo de 150 milhões de libra ao governo do Reino Unido.
Embora muitos carros tenham sido vendidos ao longo das décadas, a equipe possui uma coleção enorme, incluindo muitos de seus campeões mundiais, sendo que os pilotados por Ayrton Senna são considerados os mais valiosos.
Em maio de 2018, o MP4/8 vencedor do GP de Mônaco de 1993 foi leiloado e comprado por um conhecido piloto pelo equivalente a 3,7 milhões de libras (R$ 26 milhões).
A Sky acredita que a coleção de carros da McLaren está avaliada em até 250 milhões de libras e a instalação em 200 milhões, o que totalizaria R$ 3,2 bilhões.
Como empresas do mundo todo, a McLaren Racing e a empresa irmã, McLaren Automotive, foram duramente afetadas pela crise atual, graças à falta de corridas e a queda global na venda de carros. Funcionários de todas as partes da organização estão de licença nas últimas semanas.
A McLaren se recusou a fornecer detalhes sobre os planos para arrecadar dinheiro. Um porta voz disse ao Motorsport.com: "Como qualquer outra empresa britânica, a McLaren foi gravemente afetada pela pandemia atual e, portanto, estamos explorando uma variedade de opções de financiamento para ajudar a navegar por essas interrupções comerciais a curto prazo".
Alguns dos carros mais importantes da McLaren foram vinculados a um acordo financeiro anterior, de 2017, quando a empresa estava no processo de recomprar a participação acionária de Ron Dennis, no momento de sua saída.
Na época, 13 dos carros mais importantes da coleção foram colocados como garantia, em relação a um pagamento de 37,5 milhões de libras que Dennis deveria receber em relação ao acordo firmado com os demais acionistas em junho daquele ano.
O pagamento acabou sendo feito conforme o planejado, e os carros permaneceram na McLaren.
O mais antigo daquela lista era o MP4-1, o primeiro carro de fibra de carbono, fabricado para a temporada de 1981, quando o Project 4 de Dennis se uniu à McLaren. Os outros carros vencedores incluíam os de Niki Lauda (1984), Alain Prost (1989), Senna (1990 e 1991), Mika Hakkinen (1998 e 1999) e Lewis Hamilton (2008).
Também estava na lista o último MP4 / 8, na qual Senna venceu o GP da Austrália de 1993 e o único MP4 / 8 com motor Lamborghini daquela temporada, que o brasileiro pilotou antes de Dennis decidir não usar o motor adaptado pela Chrysler.
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