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McLaren-Honda-Alonso: a degradação de três patrimônios

Editor-chefe do Motorsport.com Brasil, Felipe Motta analisa o cenário que culminou na decadência do trio de lendas das pistas

Fernando Alonso, McLaren MCL32 stops on track in FP1
Fernando Alonso, McLaren MCL32, Jolyon Palmer, Renault Sport F1 Team RS17
Stoffel Vandoorne, McLaren MCL32, Fernando Alonso, McLaren MCL32
Fernando Alonso, McLaren MCL32, sits in his cockpit
Fernando Alonso, McLaren MCL32
Stoffel Vandoorne, McLaren MCL32, Fernando Alonso, McLaren MCL32, Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-17, Jolyon Palmer, Renault Sport F1 Team RS17
Fernando Alonso, McLaren MCL32
Fernando Alonso, McLaren MCL32
Fernando Alonso, McLaren MCL32
Fernando Alonso, McLaren MCL32
Fernando Alonso, McLaren MCL32
Fernando Alonso, McLaren, his girlfriend Linda Morselli
Fernando Alonso, McLaren MCL32
Fernando Alonso, McLaren fans selfie
Fernando Alonso, McLaren MCL32, Stoffel Vandoorne, McLaren MCL32

Não há como negar. A onda de notícias sobre o futuro dos motores da McLaren evidencia uma coisa clara há um bom tempo: a vida de McLaren, Honda e Fernando Alonso se resume ao vexame da atual performance desse triângulo amoroso fadado a um final infeliz e melancólico.

Uma análise mais simples permite achar apenas uma culpada - a empresa japonesa, que já teve seu domínio na categoria, mas não se encontra há algum tempo (mesmo antes da empreitada atual, o desfecho da equipe Honda, em 2008, já foi fracassado o suficiente). Mas esta seria esta uma reflexão simplista, rasa. 

A McLaren, embora deixe claro que com outro motor estaria adiante no grid (e isso parece óbvio), claramente não estaria na ponta. O time acumula fracassos ao longo dos últimos anos e vive longo jejum de vitórias e pódios. Está no fundo do poço.

O cenário era previsto assim que patrocinadores grandes começaram a anunciar que seguiriam novos caminhos. Quando Lewis Hamilton comunicou sua saída do time parecia uma loucura, pois na temporada de 2012 a performance foi boa. Ele próprio havia terminado a campanha com a pole e Jenson Button, seu então companheiro, com vitória. Mesmo terminando em terceiro nos Construtores, a McLaren foi, ao lado da Red Bull, a equipe com mais triunfos naquele ano, com sete.

Enquanto isso, a Mercedes era "apenas" uma equipe sólida e rica, mas sem grandes resultados. Provavelmente, Lewis já tinha ideia do que estaria por vir.

Alonso, você pode dizer, está longe da decadência. Ele mostra ainda todo talento tirando leite de pedra e aproveitando a mínima brecha para ter um bom resultado (sim, estamos falando de algo como um 8º lugar). Acreditem, pouca gente gostaria de vê-lo mais em um ótimo carro do que eu. Seria uma grande história ter o espanhol no páreo contra Hamilton e Sebastian Vettel.

Mas se é um monstro na pista, ele paga hoje o preço de sua postura, longe das mais harmônicas, por onde passou. Piloto de F1 por essência é egoísta, e quanto mais vencedor, mais "predador" ele é.

Contudo, o problema de ser o "tubarão no aquário" é esquecer que, na verdade, somente os peixes devem ser devorados, e não o próprio espaço onde se vive. Comer inclusive o aquário não é inteligente. Tubarão sem água não vive, e Alonso não tem mais um ambiente que comporte seu tamanho. Tem de se contentar em viver em um copo d'água, daquele de botecos mesmo.

Michael Schumacher e Ayrton Senna, dois dos campeões mais obcecados da história, "engoliram" tudo e a todos que estiveram em seus caminhos, mas ambos são idolatrados nos impérios que construíram (respectivamente Ferrari e McLaren-Honda). Alonso não. É no mínimo estranho ver uma figura de seu tamanho sequer ser considerada no mercado de pilotos. Ninguém quer pagar pelo pacote completo, ou seja, talento + problemas de relacionamento. Uma pena!

Alonso, sozinho, vale uma coluna isolada que debata o cenário atual de sua carreira. A questão atual é outra: ver três patrimônios do esporte a motor detonados não é cenário dos mais agradáveis. Ao contrário, há muito o que se lamentar.

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Felipe Motta
Fórmula 1
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