Análise

Mercado 2022 da F1: Veja como pode ficar o grid

Analisamos quais são os cenários que se desenrolam e onde podem surgir situações imprevisíveis afetariam posições praticamente já definidas

George Russell, Williams in the Press Conference

Entre fins de contratos, acordos anunciados e algumas surpresas, a temporada 2020 da Fórmula 1 foi a mais animada da década pelo número de pilotos que trocaram de equipe. Tudo isso leva à hipótese de que doze meses depois a situação geral do mercado está destinada a oferecer poucas reviravoltas, mas há quem esteja disposto a apostar que no início do verão europeu surgirão algumas surpresas. 

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Quase 50% do grid verá o contrato em vigor expirar no final deste ano e não se pode excluir a possibilidade de que mesmo alguns pilotos que estão confirmados até o final da temporada 2022 possam se encontrar fora de ação.

Oficialmente, os pilotos que, no papel, estão certos de estar no início da próxima campanha são onze, enquanto as primeiras avaliações já começaram para as nove vagas restantes.

Como é natural, o centro das atenções do mercado está todo na Mercedes, com contratos dos dois pilotos prestes a expirar.

F1: Prazos dos contratos em vigor

Equipe

Piloto

Prazo final

Mercedes

Hamilton

Final 2021

Mercedes

Bottas

Final 2021

Ferrari

Leclerc

Final 2024

Ferrari

Sainz

Final 2022

Alpine

Ocon

Final 2022

Alpine

Alonso

Final 2023

Aston Martin

Vettel

Final 2022

Aston Martin

Stroll

Final 2022*

Red Bull

Verstappen

Final 2022

Red Bull

Perez

Final 2021

McLaren

Ricciardo

Final 2023

McLaren

Norris

Final 2022

AlphaTauri

Gasly

Final 2021

AlphaTauri

Tsunoda

Final 2021

Haas

Schumacher

Final 2022

Haas

Mazepin

Final 2022

Alfa Romeo

Giovinazzi

Final 2021

Alfa Romeo

Raikkonen

Final 2021

Williams

Latifi

Final 2021

Williams

Russell

Final 2021

* duração formal 

Mercedes: Hamilton-Russell 

Se a temporada continuar conforme planejado, o prazo para a decisão final será um dia após o GP da Áustria, a nona etapa da temporada. No caso de Lewis Hamilton, a decisão não será influenciada (dos dois lados) pela atuação do campeonato 2021, seu futuro será definido em outras frentes, e na equipe há certo otimismo quanto à possibilidade de seguir o caminho juntos por mais um ou dois anos.

A discussão sobre Valtteri Bottas é diferente. Se Hamilton se encontrar no topo da classificação de pilotos e se a Mercedes com os pontos do finlandês for líder no campeonato de construtores, a montadora alemã se fará a pergunta: faz sentido trocar uma dupla que funciona?

Ou melhor: que valor agregado pode trazer uma dupla inédita em comparação com aquele que garante campeonatos? 

A opção de Max Verstappen (que dificilmente permaneceria na Red Bull diante de uma ligação da Mercedes) só será avaliada após a aposentadoria de Hamilton, mas um futuro deve ser garantido para George Russell, que encerrará seu contrato de três anos com a Williams no final desta temporada.

A presença do piloto britânico nos planos da Mercedes para 2022 é tida como certa, e é muito provável que a dupla Hamilton-Russell seja a que veremos no início da próxima temporada.

Operação que Toto Wolff já tentou em 2020, mas foi bloqueada pelo veto da Williams, naquele momento de transição da propriedade da família Williams para Dorilton Capital em que o contrato de Russell representava um grande valor patrimonial.

Red Bull: a pista vai decidir

Max Verstappen é um ponto fixo, a única margem de risco pode ser uma possível ligação da Mercedes, mas categoricamente excluída se Hamilton decidir continuar sua aventura na F1.

Os primeiros resultados de 2021 promoveram Sergio Pérez, mas o mexicano terá que se confirmar corrida após corrida, já que a Red Bull pode adiar sua escolha até o final do campeonato. Se 'Checo' for confirmado como capaz de garantir à equipe os pontos que Pierre Gasly e Alexander Albon não conseguiram nos últimos anos, não haverá razão para mudar de planos.

Vamos falar de Yuki Tsunoda, a verdadeira surpresa do primeiro fim de semana de 2021. O japonês está com 20 anos, e duas temporadas na AlphaTauri parecem ser a escolha mais lógica, mas Helmut Marko já mostrou no passado que não tem tanta paciência quando acredita em uma escolha.

Se Pérez fizer o seu trabalho, é muito provável que Tsunoda esteja no início do Mundial de 2022 com a AlphaTauri, mas se ele não fizer ... nunca diga nunca.

A relação com a Honda, que oficialmente encerrará seu envolvimento na categoria no dia 31 de dezembro, também joga a favor dos japoneses. Se Tsunoda estiver na primeira equipe, poderiam ser mais sensíveis (caso seja preciso) para garantir uma ajudinha.

Alpine: tudo confirmado, mas...

Fernando Alonso prevê a sua presença na Alpine por três temporadas, sendo que o único motivo que pode levar a uma rescisão antecipada do seu contrato é uma possível aposentadoria do espanhol, hipótese atualmente totalmente excluída.

Por outro lado, a situação de Esteban Ocon é diferente, tendo contrato com a equipe até o final da próxima temporada. 

Entre os pilotos de potencial interesse para a Renault está Pierre Gasly, recém-chegado de um extraordinário 2020 e com um início de alta qualidade em 2021.

Gasly está obviamente ligado à Red Bull, mas no passado o time austríaco não opôs resistência quando Carlos Sainz pediu para ser liberado para trocar de equipe.

Se Pierre recebesse a oferta de uma promoção à Red Bull, não haveria razão para recusar, de fato, para o francês seria a revanche esperada após a rejeição de 2019, mas de outra forma não pode ser descartado que ele possa procurar alternativas fora da equipe de Christian Horner, e a Alpine parece ser a saída natural.

Alfa Romeo: o que vem pós-Kimi

Ambos os contratos dos pilotos da Alfa Romeo irão novamente expirar no final desta temporada. Kimi Raikkonen deve estar em sua última temporada na F1, mas com Kimi é melhor sempre deixar uma pequena lacuna aberta.

Porém, a equipe terá que ter um plano B (ou A, dependendo do ponto de vista) para fazer frente a uma eventual saída do Iceman, e uma das hipóteses é promover Antonio Giovinazzi ao papel de piloto número 1 da equipe.

Giovinazzi terá que convencer na pista que vale a pena esta oportunidade, e o início de 2021 confirmou que Antonio está no caminho certo. Se acertar no alvo pode se manter no mesmo time no ano que vem, mas com uma função diferente, e ao seu lado haverá espaço para mais uma promessa da Academia de Pilotos da Ferrari (FDA).

A temporada de 2021 conta com dois pilotos da FDA na Fórmula 2, Marcus Armstrong e Robert Shwartzman: se eles se confirmarem no topo da categoria, a escolha será entre os dois.

Williams: hipótese Zhou

George Russell espera respirar novos ares e provavelmente mudará. Em três anos, ele deu e recebeu muito da Williams, mas agora é hora do jovem talento da Mercedes pensar grande.

E por falar em Mercedes, os novos proprietários da Williams terão que questionar os prós e os contras da conexão com a equipe de Brackley. Durante semanas, correu o boato de que uma proposta de Guanyu Zhou, piloto chinês do programa junior da Renault atualmente na Fórmula 2, chegou à mesa dos dirigentes do Dorilton Capital.

A Renault, sem uma equipe cliente, não tem escoamento para seus pilotos, e uma possível parceria com a Williams resolveria esse problema.

A bola está nas mãos dos dirigentes da equipa britânica, os quais deverão, no entanto, convencer a Mercedes a isentá-los das obrigações contratuais de fornecimento técnico firmadas no ano passado, com prazo até 2023.

Se tiver sucesso, a chegada de Zhou à equipe será muito provável, e ao seu lado a escolha seria entre outro jovem piloto ligado à Renault (Christian Lundgaard) ou a confirmação de Nicolas Latifi. Se, por outro lado, a parceria com a Mercedes continua, a hipótese é de uma contraproposta a Zhou (sem envolvimento da Renault) para o assento hoje ocupado por Russell.

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