Mesmo com dificuldades, Nasr mantém otimismo para 2016
Brasileiro está convencido do avanço da Sauber neste ano e elogiou transparência da equipe
Estes são os últimos dias em que Felipe Nasr passa treinando fisicamente em Miami. Em seguida ele irá à Europa para os últimos preparativos para a temporada 2016 da F1. Aos 23 anos, o brasiliense se diz pronto para dar um passo à frente na carreira.
O ano de estreia não foi satisfatório e 2016 já se mostra não muito diferente, já que a nova versão de seu carro estará disponível somente no último teste em Barcelona antes do começo do campeonato, em Melbourne.
Confira a entrevista que Nasr concedeu ao Motorsport.com.
Você estreou em Melbourne ano passado e logo com um quinto lugar. Como você vê sua situação 12 meses depois?
Espero ter uma oportunidade como no ano passado, mas se hoje olharmos para o grid, veremos que há muitas equipes que começam com grandes expectativas de melhoria. Estou certo de que vamos dar um grande passo à frente em relação a 2015, mas, obviamente, não sabemos ainda quais melhorias serão. Vai ser difícil repetir a quinta posição de 2015, mas se conseguirmos um ponto será fantástico. Meu objetivo este ano é chegar no Top10 muitas vezes. Em 2015 tivemos problemas crônicos como a falta de downforce, freios e degradação dos pneus.
Qual é a diferença entre o Felipe Nasr da estreia da F1 com o que vai para Melbourne este ano?
Acho que amadureci muito. Vejo muitas coisas que aprendi no ano passado. Hoje eu acredito ser um piloto mais completo. Há muitos aspectos em que você melhora, desde a gestão do carro, o diálogo com os engenheiros e na convivência com a equipe. Eu me sinto mais pronto, mais dono da situação dentro desse contexto.
A propósito, aconteceram algumas mudanças na organização da equipe, não é?
Sim, vários. Vamos ter um novo responsável técnico na pista, Tim Maylon (ex-Red Bull), que vai substituir Gianpaolo Dall'Ara, e também estará trabalhando com uma nova telemetria. Mas as novidades não terminam por aí.
Como você vê o trabalho realizado pela equipe?
Estou otimista. Terminamos a temporada passada com o mesmo carro com o qual começamos na Austrália, com exceção de algumas mudanças. Não houve recursos econômicos para apoiar um programa de desenvolvimento, especialmente na parte da aerodinâmica. E nós ainda não tínhamos o grande upgrade de Ferrari. Nem sempre foi fácil, mas eu aprecio a transparência da equipe. Comigo sempre foram muito claros e honestos e nunca me prometeram coisas que depois não foram realizadas. Quando assinei o contrato com a equipe, eu já estava ciente das limitações que tínhamos e é melhor para o trabalho quando tudo está claro. Um ano mais tarde, acho que nós temos muito espaço para melhorias e vamos dar um grande passo. Espero e acho que a equipe mereça tudo isso.
Na última semana vimos o caso de Pastor Maldonado, que perdeu seu lugar na Renault pela falta de pagamento do patrocinador. Como você vê esta situação?
A F1 mudou muito nos últimos anos. Há equipes grandes que perderam grandes patrocinadores e são fortemente dependentes do apoio econômico que os pilotos trazem. Mas tome cuidado para não associar a disponibilidade de um patrocinador com a falta de talento. Estou orgulhoso de ser o representante de uma grande empresa do meu país, eu não sou o filho de um piloto famoso e não venho de uma família rica. Por isso, estou ciente de que cada ano, eu tenho que fazer melhor e melhor. Não posso decepcionar aqueles que me apoiaram, busco sempre este objetivo.
Por Roberto Chinchero
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