Novo chefe da McLaren vai mudar o modelo administrativo da equipe
Estrutura implantada no passado é considerada muito complexa e novas lideranças pretendem resgatar o formato clássico
A McLaren está eliminando completamente a estrutura de administração em matriz e está implementando um formato de hierarquia tradicional na Fórmula 1. É o que defende o novo chefe da equipe, Andreas Seidl, que tem recebido carta branca do CEO da empresa, Zak Brown.
Nas últimas décadas, o time britânico adotou uma estrutura inspirada no formado usado em empresas aeroespaciais, no estilo matriz, em que cada projeto possui um coordenador e uma equipe de trabalho diferente.
A McLaren evitava divisões tradicionais de responsabilidade na equipe de automobilismo e as tarefas eram distribuídas entre diferentes equipes, com Ron Dennis como chefe da equipe e Martin Whitmarsh como CEO.
No entanto, desde que Zak Brown assumiu o comando da empresa, a McLaren começou a se afastar desse modelo e se aproximar da estrutura de hierarquias tradicionais, o que recebeu um reforço com a chegada do novo chefe da equipe, Andreas Seidl, que coordenará o diretor técnico (James Key), o diretor esportivo (Gil de Ferran) e o diretor de performance (Andrea Stella).
Perguntado se havia algo restante da estrutura em matriz, Seidl disse: “Sempre fui um fã de hierarquias simples, tradicionais e claras. Nós ainda estamos analisando como nós queremos configurar a organização no futuro. É claro que as novas regras (que serão introduzidas em 2021) também terão influência na decisão”.
“Junto com meu time de gestão e acima de tudo com James Key, que é o diretor técnico e também tem uma ideia clara de seu time de desenvolvimento, nós estamos tentando completar o quadro geral”.
“Apesar disso, eu deixei claro desde o meu primeiro dia como eu vejo a organização: desenvolvimento técnico dos veículos, produção e equipe de corridas. Em outras palavras, uma estrutura clássica de automobilismo. Sempre trabalhei com esse formato. É simples e compreensível para todos no time. Nada de estrutura em matriz, porque eu acho que na situação em que estamos, é importante nos concentrarmos no básico”, completou Seidl.
O dirigente alemão disse ainda que o crescimento da nova estrutura da equipe será abordado “nos próximos meses e anos”, mas a simplicidade vai estar no centro das decisões. Segundo ele, “é muito perigoso neste mundo complexo ficar preso a detalhes que só importam quando o básico já está certo”.
“Você certamente não vencerá um campeonato mundial se os últimos detalhes não estiverem corretos”, adicionou Seidl. “Mas neste momento é muito mais importante criar as condições que o time e a infraestrutura precisam para serem competitivos”.
Seidl co-liderou o projeto da Porsche no Campeonato Mundial de Endurance (WEC) e recentemente descartou a oportunidade de liderar todas as linhas de automobilismo da marca alemã para se juntar à McLaren. Desde que assumiu o cargo, ele tem recebido carta branca de Zak Brown para ajustar a equipe da forma que precisar.
“Eu tenho uma boa sensação de que eu vou ter essa liberdade aqui e ao mesmo tempo o suporte necessário”, disse Seidl. “Eu faço o mesmo com minha equipe. Eu não sou um fã de microgestão, prefiro manter meu time sem amarras”.
“Eu desafio minha equipe a assumir riscos. Você precisa disso neste esporte. Quando você está atrás como nós estamos, você precisa se arriscar no desenvolvimento, mas ao mesmo tempo você precisa aceitar que erros serão cometidos”.
GALERIA: Relembre todos os carros da McLaren na Fórmula 1
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