O dia em que Senna não conseguiu se classificar para uma corrida de F1
Há exatos 36 anos, brasileiro encarou a única vez em que não conseguiu se classificar para um GP, após inúmeros problemas com seu Toleman TG183B e pneus Pirelli
Efeméride
Sur deux ou quatre roues, replongez-vous dans l'Histoire des sports mécaniques, celle qui a écrit la légende des hommes et des machines durant des décennies.
A bem-sucedida carreira de Ayrton Senna na Fórmula 1 o coloca como um dos grandes nomes da história da categoria. Mas, apesar de todo brilhantismo, nem todo fim de semana terminou como ele gostaria - e este dia marca o aniversário da única vez em que o brasileiro não se classificou.
Senna havia chegado ao GP de San Marino de 1984 logo após uma dura prova na Bélgica, em que terminou em sétimo lugar e fora da zona de pontos (embora fosse promovido ao sexto lugar após a desclassificação da Tyrrell).
Estava claro nas primeiras corridas de sua temporada de estreia na F1 que o TG183B da Toleman estava desatualizado, mas a equipe não teve escolha a não ser usá-lo até que o TG184, que era muito melhor, estivesse disponível.
Além das frustrações de Senna, o fato de os pneus Pirelli da equipe não serem páreo contra os Michelins, não o ajudava.
O brasileiro também tinha problemas com a borracha que prejudicaram a equipe em sua estreia no GP do Brasil daquele ano.
Senna já havia marcado seus primeiros pontos na África do Sul, mas as dificuldades de Zolder, por causa de problemas de falha de ignição do motor Hart, significavam que ele estava contando os dias até o novo carro chegar.
A Toleman sabia que seu novo TG184 só estaria pronto para o GP da França em 20 de maio, e Senna estava decidido a querer a dar uma chance para a Michelin.
Em meio a conversas políticas internas sobre o que fazer com seus planos de pneus, o paddock de Ímola ficou chocado na sexta-feira quando foi anunciado que a Toleman não estaria concorrendo naquele dia.
Uma mensagem de telex veio da sede do time em Brentwood Essex, dizendo à equipe para não usar os carros por causa de diferenças de opinião com a Pirelli.
Senna e seu companheiro de equipe, Johnny Cecotto, foram reduzidos a serem espectadores no primeiro dia de ação, o que significa que precisariam ir para o tudo ou nada no sábado para o segundo dia de qualificação.
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Apesar das condições climáticas adversas dificultarem o trabalho de setup, Senna foi o 20º mais rápido confortável na segunda sessão de treinos livres da manhã de sábado e parecia ter ritmo suficiente para entrar no grid.
Com a pista secando rapidamente da garoa da manhã, era provável que os tempos mais rápidos fossem definidos nos minutos finais da hora final de classificação.
Mas no início da sessão tudo deu errado quando o brasileiro sofreu um problema de pressão de combustível que o deixou preso na pista entre Tosa e Piratella.
Incapaz de voltar aos boxes para consertar o carro, Senna não conseguiu definir tempo no momento em que as condições da pista estavam no seu melhor. O seu tempo de 1min41s585 acabou sendo 13s068 mais lento que o pole position, Nelson Piquet, de Brabham.
A vaga final no grid foi ocupada pelo novato austríaco Jo Gartner. Ele estava a mais de 10 segundos atrás de Piquet, mas ainda tinha mais de 2s5 à frente de Senna.
Embora o fim de semana em Ímola de Senna tenha sido para esquecer, ele finalmente conseguiu o que queria depois, pois o contrato de Pirelli com Toleman foi rescindido após a corrida em San Marino.
Para a corrida seguinte na França, Senna não só correu com o novo TG184, como também contou com pneus Michelin, e sua temporada foi transformada.
"Você não pode comparar a dirigibilidade deste carro com o anterior", disse Senna em Dijon. "Sinto que posso ser mais rápido nas curvas."
E embora suas esperanças de pontos na França tenham sido frustradas pela falha no turbo, ele encararia o próximo evento em Mônaco com maestria, quando teve uma de suas performances mais memoráveis.
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