Análise

O que está em jogo no GP do Bahrein de Fórmula 1

Domínio de Hamilton sobre Bottas, vantagem de Mercedes sobre Ferrari, ascensão de Red Bull e Honda, ultrapassagens e briga no meio devem agitar a prova

Valtteri Bottas, Mercedes AMG W10

Neste fim de semana, a cidade desértica de Sakhir recebe a segunda corrida da atual temporada da Fórmula 1. E o GP do Bahrein deve ser um pouco mais esclarecedor quanto às tendências para o ano na categoria máxima do automobilismo mundial, considerando as características da pista e as novas regras de 2019. Diferentemente do circuito de Albert Park, em Melbourne, o autódromo barenita é de alta e não apresenta tantas irregularidades, permitindo mais ultrapassagens e um acerto dos carros com menos pressão aerodinâmica. Por isso, o Motorsport.com Brasil separou cinco coisas que estão em jogo na segunda prova do mundial de F1:

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Domínio de Hamilton sobre Bottas na Mercedes

Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1, 2nd position, and Valtteri Bottas, Mercedes AMG F1, 1st position, celebrate on the podium with Champagne

Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1, 2nd position, and Valtteri Bottas, Mercedes AMG F1, 1st position, celebrate on the podium with Champagne

Photo by: Glenn Dunbar / LAT Images

Depois de uma temporada de marasmo em 2018, Valtteri Bottas chegou com tudo neste ano e faturou o GP da Austrália, dominando de ponta à ponta. De quebra, o finlandês ainda contrariou a recomendação do chefe de equipe Toto Wolff e foi para a volta mais rápida da prova, obtendo sucesso na busca pela pontuação extra, que o leva ao topo do campeonato com 26 pontos. Ele está a oito de Lewis Hamilton. O inglês até fez a pole em Melbourne, mas foi desbancado na largada e não ameaçou o finlandês durante a corrida (pondere-se aqui o problema no assoalho do #44). O pentacampeão tem muita moral na Mercedes, mas uma nova vitória dominante de Bottas pode fazer com que a equipe alemã pense duas vezes antes de favorecer Hamilton numa situação futura. Ainda mais se a Ferrari se fortalecer.

Superioridade da Mercedes sobre a Ferrari (e Red Bull)

Valtteri Bottas, Mercedes AMG W10, leads Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W10, Sebastian Vettel, Ferrari SF90, Charles Leclerc, Ferrari SF90, Max Verstappen, Red Bull Racing RB15, and the rest of the field at the start

Valtteri Bottas, Mercedes AMG W10, leads Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W10, Sebastian Vettel, Ferrari SF90, Charles Leclerc, Ferrari SF90, Max Verstappen, Red Bull Racing RB15, and the rest of the field at the start

Photo by: Steve Etherington / LAT Images

Após liderar os testes de pré-temporada com Sebastian Vettel em Barcelona, a Ferrari chegou a Melbourne como leve favorita à vitória na etapa inaugural da temporada 2019. O que se viu, porém, foi uma vertiginosa queda de rendimento da escuderia italiana. Mal adaptado às características do circuito de Albert Park, o time de Maranello ainda viu um excelente acerto da Mercedes e uma considerável ascensão da Red Bull, com um rejuvenescido motor Honda. A expectativa para o Bahrein é que o desempenho ferrarista seja restabelecido à forma apresentada na Catalunha. As características da pista de Sakhir devem contribuir para uma retomada vermelha, mas não é suficiente para dizer que a Mercedes será batida, dada a sua soberania na Austrália.

Motor Honda em circuito de alta

Max Verstappen, Red Bull Racing RB15, leads Charles Leclerc, Ferrari SF90

Max Verstappen, Red Bull Racing RB15, leads Charles Leclerc, Ferrari SF90

Photo by: Glenn Dunbar / LAT Images

Depois de quatro anos de martírio na Fórmula 1, com péssimas unidades de potência e abundantes problemas de confiabilidade, a Honda finalmente parece ter acertado a mão em 2019. A montadora japonesa, que ficara de fora da categoria por sete anos, fez sua melhor unidade motriz na era híbrida, rendendo elogios da Red Bull. Em sua primeira temporada com o motor nipônico após anos de Renault, a equipe austríaca colheu os frutos da parceria com a Honda e foi ao pódio com Max Verstappen na Austrália. No Bahrein, entretanto, o desafio será maior, tendo em vista as características do circuito de Sakhir. A corrida tem retas longas e chegará o momento de a unidade japonesa provar que aliou potência à confiabilidade. Não à toa, o discurso é de pés no chão.

Ultrapassagens

Lance Stroll, Racing Point RP19, battles with Daniil Kvyat, Toro Rosso STR14, at the start

Lance Stroll, Racing Point RP19, battles with Daniil Kvyat, Toro Rosso STR14, at the start

Photo by: Mark Sutton / Sutton Images

A Fórmula 1 mudou algumas regras aerodinâmicas para 2019 com o objetivo de facilitar as ultrapassagens. Com asas maiores e mais simples, bargeboards mais discretos e maiores restrições a aparatos em geral, a ideia é que os monopostos sofram menos com a turbulência na pista, em especial nas situações de perseguição ao adversário que vem à frente. Alguns pilotos já declararam que seguir outro carro ficou mais fácil. O problema, porém, é que a ultrapassagem continua difícil, até por conta da dificuldade com o aquecimento dos pneus. E tudo isso foi visto na Austrália. Entretanto, a prova de Melbourne é vista por muitos como exceção. E o GP do Bahrein deve ser mais esclarecedor quanto ao impacto das novas regras, já que a pista é de alta, com superfície estável, além de longas retas com bons pontos de ultrapassagens.

Briga no pelotão intermediário

Kevin Magnussen, Haas F1 Team VF-19, leads Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-19, and Nico Hulkenberg, Renault F1 Team R.S. 19

Kevin Magnussen, Haas F1 Team VF-19, leads Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-19, and Nico Hulkenberg, Renault F1 Team R.S. 19

Photo by: Glenn Dunbar / LAT Images

Se tem uma coisa que a pré-temporada 2019 da Fórmula 1 deixou claro é que a disputa das equipes do meio do grid será bastante acirrada. Na primeira corrida do ano, quem largou na frente foi a Haas. Apesar de repetir falha nos boxes com Romain Grosjean, a escuderia norte-americana confirmou o bom rendimento do VF-19 e levou Kevin Magnussen ao sexto posto em Melbourne. O dinamarquês foi o 'melhor do resto', deixando os adversários do pelotão intermediário para trás. Mas Renault, Alfa Romeo, Racing Point e Toro Rosso também foram bem e chegaram nos pontos. Apesar da quebra de Carlos Sainz em Albert Park, a McLaren foi ao Q3 com Lando Norris e demonstrou potencial. A ver o que o Bahrein nos reserva. Mas a tendência é um pouco de sofrimento para a equipe inglesa e a Renault, por conta da falta de confiabilidade do motor francês.

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Carlos Costa
Fórmula 1
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