Coluna do Nelsinho: Novo carro da F-E vai mudar estratégias
Em sua coluna para o Motorsport.com, piloto da Jaguar fala de prova no Uruguai e analisa futuro da Fórmula E
Fiquei muito contente de estar correndo em Punta del Este na semana passada, porque é um local muito bonito. Foi uma grande substituição para São Paulo, onde estávamos inicialmente programados para correr, embora nos próximos anos eu realmente queira correr lá, porque o nosso campeonato tem uma mensagem importante para enviar para as grandes cidades que enfrentam desafios de tráfego e poluição.
Não é sempre que você pode dizer que um dos fatores mais complicados de um circuito é a areia de uma praia próxima. Isso fez as coisas realmente escorregadias no começo, e as condições da pista evoluíram muito.
O evento em Punta del Este foi ótimo. As arquibancadas estavam cheias no dia da corrida, o e-Village esteve lotado, e estava quente e ensolarado. Então, à noite, uma vez que fizemos as malas, uma enorme tempestade veio e inundou as ruas.
A corrida em si foi particularmente decepcionante para mim, porque este é o tipo de circuito que eu gosto e me dou bem. É um circuito que recompensa uma abordagem de ataque e a agressividade nas chicanes.
Mas nós simplesmente não conseguimos um bom acerto. Nos treinos livres tivemos dificuldades, e a qualificação estava indo bem até que quase arranquei metade de um muro.
Eu entrei na sessão pensando que eu realmente precisava atacar e fazer uma grande volta e, basicamente, eu exagerei. É apenas meu segundo acidente em classificações em quatro temporadas, mas de vez em quando acontece.
A equipe fez um ótimo trabalho para consertar o carro, mas, obviamente, sair de trás significava que eu estaria no meio das confusões desde o início. Você sempre vai ter alguns obstáculos aqui e ali, e essa corrida não foi exceção. A primeira curva foi bem apertada.
O carro deu alguns toques na frente, mas eu tive um problema no eixo de transmissão – o que não acho que esteja relacionado a qualquer coisa que tenha acontecido na corrida.
Isso acabou com a minha corrida, mas meu companheiro de equipe teve uma prova incrível. Mitch começou em 16º e terminou em quarto. É um circuito difícil de passar, mas ele encontrou vários jeitos.
Então, isso compensou um pouco a decepção, porque valida a nossa sensação de que o I-TYPE 2 está ficando melhor e melhor. Do ponto de vista da equipe, tivemos um quarto lugar, a equipe é a quarta no campeonato e ainda estou em quinto lugar, por isso estamos mantendo a cabeça erguida.
Infelizmente, Mitch não teve muita chance de aproveitar seu sucesso, porque precisava estar em um ônibus às 3h para o aeroporto de Montevidéu para um voo às 6h45 para São Paulo. A tempestade estava caindo sobre a cidade, então eles deram basicamente um passeio de montanha-russa para chegar ao aeroporto. Mas aí o espaço aéreo foi fechado e todos tiveram que esfriar seus ânimos em um terminal de cinco portas por várias horas.
Vamos colocar o fim de semana de Punta del Este para trás e estamos ansiosos para dois desenvolvimentos interessantes que chegarão em breve. A próxima corrida em Roma será muito divertida, porque é uma nova pista, e eu amo pistas novas porque elas trazem todo mundo de volta ao zero. Estamos com o objetivo de chegar lá preparados para alcançar pelo menos um pódio.
Vai ser um momento de muito trabalho para nós, porque também estaremos testando o carro da Fórmula E da segunda geração em Monteblanco no próximo final de semana. Estou muito empolgado para ver qual é a potência e como o carro se comporta, porque a nova bateria dobrou a autonomia sem dobrar o peso, e poderemos passar por uma corrida inteira com apenas um carro.
Muitas vezes, no atual formato de Fórmula E, fui capaz de parar mais tarde do que todo mundo para a troca de carros, realmente maximizando a eficiência do meu primeiro stint. Eu não vou conseguir fazer mais isso obviamente, mas no lugar disso nós temos dois modos diferentes de potência – possivelmente até três se o Fanboost for mantido.
No momento, o modo de corrida é de 180kW, e parece que isso vai subir para 200kW no carro de segunda geração, que é o máximo em cinco segundos que temos com o Fanboost agora. Me disseram que o outro modo de energia será mais alto do que isso, e se o Fanboost continuar sendo parte do pacote, será ainda maior.
Isso é importante, porque ter muitas variáveis torna a corrida interessante. Misturar isso mantém tanto nós como os fãs interessados, por isso vamos aprender um novo manual tático nos próximos meses.
Na próxima temporada, também haverá um ponto para o piloto mais eficiente no grid. Eu não acho que isso vai afetar a batalha pelos três primeiros lugares, porque é apenas um ponto depois de tudo, mas é bom tê-lo porque reforça a mensagem do campeonato sobre eficiência energética e aumenta a diferenciação entre os pilotos.
Estou muito confiante sobre esse elemento da Fórmula E, porque é algo que eu tenho sido bom desde a primeira temporada. Quantos pontos vou conseguir com isso? Há apenas uma maneira de descobrir...
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