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Decisão em favor da Ducati deixa dúvidas sobre regulamento da MotoGP

Federação de Motociclismo negou apelação contra apêndice aerodinâmico da Ducati. Decisão mostra necessidade de revisão das regras

Andrea Dovizioso, Ducati Team leads

A decisão do Tribunal de Apelação da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) em favor da Ducati no caso de seu defletor traseiro abre uma série de questões sobre a adequação do atual regulamento da MotoGP e o papel da direção técnica da categoria.

Se uma resolução normalmente serve para resolver uma questão, a decisão da FIM no caso que marcou o triunfo de Andrea Dovizioso no Catar fez exatamente o oposto, deixando mais dúvidas do que certezas.

Por um lado, a Ducati, com seu executivo sênior: "É uma pena que tivemos que investir tempo e dinheiro com advogados, e também fomos obrigados a revelar nosso conhecimento sobre o resfriamento dos pneus", disse Claudio Domenicali, CEO da equipe italiana. "A Ducati orgulha-se da engenhosidade da sua engenharia e da sua capacidade de inovar. Muitas pessoas disseram na semana passada que estávamos trapaceando. Espero que agora fechem a boca e tentem nos bater na pista".

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A posição da marca tem toda a lógica do mundo. Gigi Dall'Igna, seu engenheiro-chefe, é governado pela máxima de procurar as brechas do regulamento para tentar tirar proveito. Ainda mais considerando que, no ano passado, a Ducati votou contra a limitação na aerodinâmica que foi aplicada aos regulamentos de 2019. O grupo que reclamou do controverso spoiler (Aprilia, Suzuki, Honda e KTM) considera que o uso da peça vai contra o espírito da regra. Mas Ducati e Dall'Igna não compartilham esse pensamento e não sentem que alguém possa acusá-los de qualquer coisa.

Outra questão importante é a maneira com a qual o impasse foi resolvido. Nesse ponto, a FIM ficou exposta. Pela primeira vez, a federação teve que mediar em um conflito aberto entre fabricantes que não foi debatido ou resolvido na mesa de negociações da Associação de Construtores (MSMA).

É por isso que o argumento essencial é o de Danny Aldridge, que é diretor técnico do campeonato e validou o uso do apêndice da Ducati. Para a sua credibilidade, é ele quem deve explicar, tão precisamente quanto possível, quais são as diferenças entre a proposta da Aprilia, que ele considerou não estar dentro das margens do regulamento, e da Ducati, aprovada apenas oito dias antes do início da temporada.

Há dois elementos que sem dúvida jogaram a favor da Ducati e que certamente tiveram um peso decisivo na resolução. Primeiro, o fato de o apêndice estar preso no braço da moto e não na carenagem, o que é muito limitado por regulamentações. Segundo, a Ducati convenceu Aldridge de que a principal função da peça era esfriar o pneu traseiro, independentemente disso também causar efeito aerodinâmico, o que também não é permitido.

O simples fato de que esse downforce é gerado por um componente ligado ao braço oscilante legitima seu uso? Para os vencedores deste combate é claro que sim. Já os derrotados (Aprilia, Suzuki, Honda e KTM) discordam e se sentem trapaceados pela Ducati, com a conivência do diretor técnico.

O fato é que falta um ponto de clarividência que só pode ser encontrado a partir da reformulação do regulamento que hoje parece muito frágil.

Andrea Dovizioso, Ducati Team
Detalhe da carenagem da Ducati
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Danilo Petrucci, Ducati Team
Davide Tardozzi, diretor da Ducati
Danilo Petrucci, Ducati Team
Escapes da Ducati
Detalhe da Ducati
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Danilo Petrucci, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Danilo Petrucci, Ducati Team
Danilo Petrucci, Ducati Team
Danilo Petrucci, Ducati Team
Ducati
Danilo Petrucci, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Detalhe da Ducati
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