Opinião: O grande desafio da NASCAR após saída de Dale Jr.
Em meio a queda de audiência ano a ano, categoria terá a mais dolorosa aposentadoria, quando o assunto é popularidade
Primeiro foi Jeff Gordon, em 2015. Depois chegou a vez de Tony Stewart, seguido da decisão inesperada de Carl Edwards. Nesta semana, Dale Earnhardt Jr. anunciou que vai se retirar do esporte ao final da atual temporada. Homestead-Miami marcará a aposentadoria do quarto nome de peso da NASCAR em dois anos.
Com a saída do piloto mais popular da categoria por 14 vezes seguidas, a série enfrentará um grande desafio: a retenção dos fãs de Junior para o esporte. Como manter o interesse na NASCAR para aqueles que só param para assistir uma prova para observar o desempenho do carro #88?
Por mais que em matéria de talento a temporada 2017 vem mostrando que a categoria está garantida por muitos anos com a ascensão e consolidação de pilotos como Kyle Larson, Chase Elliott, Erik Jones entre outros, existirá uma grande lacuna a ser preenchida que pode trazer danos à popularidade do esporte em geral.
Caberá o trabalho de marketing, principalmente nas etapas finais, em que a procura por ingressos até novembro deverá ser intensa, em uma forma de dizer aos fãs de Junior: 'Por favor, continue nos prestigiando'.
Guardada as devidas diferenças, algo não foi feito em torno da perda repentina de Ayrton Senna, quando este morreu em 1994 e a emissora que transmite as provas de F1 para o Brasil viu a audiência despencar ano a ano, sem o país produzir um novo campeão e não deixar a peteca cair, já que o enfoque da TV era o "assista, porque aqui você verá um brasileiro campeão".
Dale Junior foi "apenas" bicampeão da Xfinity Series e nunca chegou a ser sequer vice da Cup, mas nem por isso sua popularidade diminuiu. Para ele, a solução está fácil, como se ouviu na coletiva de imprensa desta terça-feira, quando anunciou a sua aposentadoria oficialmente.
"Eles (os jovens pilotos) vão trazer muita cor, emoção e energia para o esporte. Só temos que colocá-los na frente dos fãs. Estou super animado com o futuro."
A receita não parece ser tão simples. A curto prazo, sem o piloto mais popular nas pistas, no período em que o modo de se medir interesse no automobilismo se transforma no mundo inteiro, a tendência é vermos os números de audiência televisiva caírem ainda mais, enquanto as jovens promessas ainda não brilham e que talvez assistam o oitavo título de Jimmie Johnson - que inexplicavelmente não goza de grande popularidade -, provando que nem sempre vencer é garantia de mais fãs nos Estados Unidos.
A longo prazo algumas medidas já foram tomadas. A partir deste ano, crianças até 12 anos não pagam ingressos em provas da Xfinity Series e Truck, em uma clara demonstração de cativar novos fãs para o futuro.
O sinal de alerta já está ligado em Charlotte e resta saber se as medidas a curto prazo pós-Junior surtirão efeito mesmo com boas provas na pista e pilotos talentosos.
Aos novos competidores, a oportunidade está aí. Quanto mais destreza na pista e carisma fora delas, melhor, podendo garantir boa popularidade para o futuro e as consequências disso, como contratos publicitários mais gordos.
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