Após acidente, Stock só mudará carro em 2017, diz chefe
Chefe da JL, Zequinha GIaffone diz que mudanças que após estudo de acidente em Curitiba só ficam prontas após 2016
Em 2 de agosto de 2015 a Stock Car viu um dos piores acidentes de sua história. Thiago Camilo, vindo lento na reta dos boxes do Autódromo de Curitiba, foi acertado em cheio pelos carros de Rafa Matos e Felipe Fraga, que vinham disputando posições atrás.
O acidente, apesar de espetacular, não levou maiores consequências físicas a nenhum dos envolvidos. Camilo sofreu com o pé inchado nas duas corridas seguintes e Fraga levou pontos em sua perna.
Após um estudo preliminar do acidente, Zequinha Giaffone, diretor da JL – que produz os chassis utilizados na categoria –, diz que as mudanças por segurança tendo como base a batida deverão ser feitas somente após a temporada de 2016.
“As atualizações de segurança que poderíamos fazer para um futuro carro não são de uma hora para outra”, falou Zequinha ao MOTORSPORT.COM.
“Acho que nem em 2016 seria possível introduzir. Isso porque são coisas que vão fundo, demoram para serem produzidas e projetadas. Só fizemos um estudo e não um projeto. A única coisa fácil que conseguiríamos produzir seria uma extensão no banco.”
“Há algumas áreas que nunca imaginamos que precisariam de uma melhora de estrutura, na parte da frente, um pouco na lateral."
Para ele, a principal lição do acidente foi que as pernas dos pilotos precisam estar mais protegidas. Giaffone diz que uma peça para este local poderia ficar pronta em pouco tempo. “Eu acho que o que mais conseguimos tirar do acidente foi que precisamos ter um complemento do banco.”
“Hoje temos um banco maravilhoso, mas as pernas dos pilotos ficam expostas. Precisamos de um complemento do banco que vá até o pé do piloto. Feito de material de carbono, protegeria os pés de pedaços do carro.”
“Tendo o ok da Vicar e da comissão das equipes para a produção, em quatro ou cinco meses você consegue ter as peças projetadas e prontas, o resto das coisas já é um pouco mais complicado.”
“Você não consegue simular uma batida dessa em casa. Então, quando acontece, você tem de tirar o maior número de informações, você aprende muito. Graças a Deus ninguém se feriu gravemente. Tiramos muitas lições para melhorar o carro.”
Mudança de chassi
Em entrevista ao MOTORSPORT.COM em 2015, Antonio Pizzonia criticou o carro da Stock Car. Para ele, o chassi é inseguro e ultrapassado, precisando ser trocado por um modelo mais moderno de fibra de carbono. “O chassi tubular é pouquíssimo usado hoje, e ainda temos tudo em fibra de vidro. Você não tem uma consistência grande dos materiais quando usa fibra de vidro”, disse.
Zequinha respondeu às críticas: “é obvio que o chassi de carbono é muito melhor, mas hoje temos uma condição econômica que a gente não comporta ter um carro com um chassi de carbono. É muito caro, incomparável. Algo como dez vezes mais caro, e não dura tanto.”
“Esses carros estão na quinta ou sexta temporada. O chassi de carbono já deveria ter sido trocado, porque vai perdendo a rigidez.”
Sobre diferenças encontradas de chassi para chassi, Giaffone discordou da crítica do ex-F1. Pizzonia havia reclamado da consistência do carro dizendo: “aqui, se você colocar dez chassis iguais para testar, os dez vão reagir de formas diferentes.”
Zequinha rebateu: “pegar dez carros novos e falar que um é diferente do outro, eu não concordo. Acho que ele está errado.”
“Não concordo. Quantas vezes você já viu na Fórmula 1 alguém falando: ‘ah, o Vettel trocou o carro por causa do chassi’. E a Fórmula 1 é o top e você já ouviu falar isso, por isso não concordo.”
Por fim, o chefe da JL confirmou que em 2016 veremos um novo kit no carro da Stock Car, tendo em vista corrigir problemas e superaquecimento. “Não é um carro novo, é um kit. A ideia é colocar em 2016. Vamos mudar o tanque de combustível, a caixa de direção e a parte da frente do assoalho. É voltado para alguns pontos ruins que temos no carro.”
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