Dakar Dakar

Governo francês considera cancelar Dakar após explosão de carro; organização descarta interrupção

Segundo o ministro, cancelamento ainda não foi descartado apesar da organização ter reforçado a segurança; Dakar chegou à metade nesta sexta (07)

#224 Team Audi Sport Audi: Mattias Ekstrom, Emil Bergkvist

A explosão de um carro de assistência pertencente à equipe francesa Sodicars Racing, do lado de fora do Hotel Donatello em Jeddah em 30 de dezembro, vem causando preocupação sobre o Rally Dakar. O Ministro das Relações Exteriores da França declarou nesta sexta que o governo do país ainda considera o cancelamento do evento, algo que foi descartado pelo diretor David Castera.

Seis passageiros viajavam no carro no momento da explosão, e enquanto cinco deles saíram sem ferimentos, o piloto Philippe Boutron teve "uma lesão muito séria na perna". Enquanto as autoridades sauditas reforçaram a segurança do rally, o incidente segue preocupando todo o acampamento e as autoridades francesas.

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Na sexta, o Ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian falou publicamente sobre a possibilidade de cancelar o evento durante uma entrevista a um programa do canal BFM TV.

Questionado pelo apresentador se a explosão em Jeddah poderia constituir um ataque terrorista, ele respondeu: "Sim, pode ser. Ficamos sabendo rapidamente e dissemos aos organizadores e autoridades sauditas que precisávamos ser muito transparentes sobre o que havia acontecido em Jeddah, porque haviam hipóteses de que seria um ataque terrorista".

"Já vimos ataques terroristas na Arábia Saudita contra os interesses franceses, e era importante protegermos nossos cidadãos, alertando, prevenindo e pedindo por uma maior transparência, então foi convocada a procuradoria nacional antiterrorismo e hoje temos a seguinte situação: pode ter havido um ataque terrorista no Dakar".

"Pensamos que seria melhor suspender o evento, mas os organizadores descordaram, só que precisamos ser prudentes. No mínimo, o que precisa ser feito é o reforço da segurança, o que eles fizeram. Mas a discussão segue em aberto".

Mas o diretor do rally, Castera, deixou claro que não há planos de interromper o evento no momento, e que a segurança havia sido consideravelmente reforçada para evitar qualquer tipo de incidente em sua segunda semana.

"Não neste momento, porque a investigação segue em aberto", disse Castera à TV francesa. "E como o ministro disse corretamente, a questão é descobrir o que aconteceu em 30 de dezembro. Essa é a questão que gostaríamos de responder para Philippe e sua família".

"Colocamos em vigor várias medidas extras de segurança em coordenação com as autoridades sauditas. É possível ver no acampamento, ao redor, no início e no fim dos estágios... tudo para manter um alto nível de segurança".

"Estamos nos fazendo várias perguntas, mas até que tenhamos as respostas, não tiraremos nenhuma conclusão. No momento, vamos finalizar esse rally e aí veremos".

A procuradoria antiterrorismo da França anunciou em 04 de janeiro que estava abrindo uma investigação sobre os eventos em Jeddah nos dias anteriores ao início da 44ª edição do Dakar. A Amaury Sport Organisation (ASO), responsável pelo evento, confirmou ainda que as autoridades sauditas também investigariam o caso.

Isso vem após um reforço à segurança dos acampamentos (itinerantes e geralmente fora das cidades, exceto em Riyadh e Jeddah) por parte da organização, já que eles recebem cerca de 3.500 pessoas por dia.

Boutron, que é presidente do US Orleans, clube da Ligue 2 de futebol francesa, participaria de seu nono Dakar, tendo como melhor posição de chegada a 33ª colocação no ano passado.

Nas últimas 48 horas, ele acordou do coma induzido que havia sido colocado após sua evacuação para o Hospital Militar de Percy, em Clamart, na França, e segue no hospital se recuperando dos ferimentos em ambas as pernas.

Castera deixou claro que a organização da ASO foi afetada pela situação, e espera que os aspectos esportivos venham em primeiro lugar.

"Estou muito triste. Falei com Philippe há dois dias. A primeira coisa que devo dizer é que ele é um cara incrível, fiquei impressionado ao falar com ele. Senti muita tristeza".

"Organizamos um evento esportivo com o objetivo de curtirmos, de viver a paixão, sem sermos vítimas de ataques em situação alguma e, se essa hipótese for confirmada, ficarei ainda mais triste, e meus pensamentos estão com Philippe o tempo todo".

"Vamos tentar seguir e lutar para garantir que o esporte supere qualquer outra coisa".

Nesta sexta, o Dakar atingiu a metade com o sexto estágio. O sábado será um dia de descanso em Riyadh antes da competição ter sua continuidade no domingo.

Anteriormente, a ASO foi forçada a cancelar o Rally Dakar de 2008, que iria de Portugal ao Senegal, devido à preocupações com a segurança, após quatro turistas serem mortos na Mauritânia dias antes da largada.

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Sergio Lillo
Dakar
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