ANÁLISE F1: Os destaques dos treinos desta sexta-feira em Silverstone
McLaren foi destaque nas primeiras sessões de Silverstone neste fim de semana, com Red Bull e Max Verstappen abaixo do ritmo esperado; confira os detalhes
O primeiro dia de ação na pista no GP da Grã-Bretanha de Fórmula 1 terminou com triunfo da McLaren nos treinos de sexta-feira, sem que a Red Bull tenha se aproximado dos melhores tempos.
Sergio Pérez foi o terceiro mais rápido no TL2, colocando a equipe campeã mundial em segundo lugar no geral, atrás da McLaren, mas seu ilustre companheiro de equipe, Max Verstappen, ficou em um lugar incomum, em sétimo. Assim como Pérez na Áustria há cinco dias, Verstappen acabou sendo superado pelo piloto alemão da Haas, Nico Hulkenberg.
Mas, como sempre na F1, e esperamos que o filme produzido pela Apple para o campeonato reflita isso de alguma forma, a verdadeira realidade de quem está na disputa é diferente do que os tempos sugerem.
Porque havia dois motivos principais pelos quais Verstappen estava fora do ritmo no TL2, e os tempos dos long runs mostram as coisas de forma diferente - e encorajadora para a Red Bull. Mas, para surpresa dos fãs da F1, a McLaren também é forte nesses quesitos.
Neste momento, parece que mais uma disputa de boa bilheteria entre Verstappen e Lando Norris está prevista para Silverstone.
A história do dia
O TL1 começou com gotas de chuva caindo em várias partes desse gigantesco local que já foi um campo de aviação - o dia começou com Silverstone recebendo um banho de água do clássico clima britânico -, então o grid demorou um pouco para entrar em contato com o asfalto. Norris começou liderando com 1min27s420, seguido por Lance Stroll, com 1min27s554 para a Aston Martin.
Verstappen pode não ter sido a estrela da sexta-feira, mas o ritmo da Red Bull não pode ser negado
Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images
A primeira sessão só foi realmente interessante por três outras coisas: a rodada precoce de Yuki Tsunoda e sua saída na caixa de brita da curva Luffield, que limitou seu total de voltas em cinco e o deixou no final da tabela de tempos; Oscar Piastri entrando nos boxes no final da sessão com o que a McLaren diz ser um problema na célula de combustível; e as quatro participações de jovens pilotos na sessão prática inaugural.
Oliver Bearman na Haas, no lugar de Kevin Magnussen (com o já contratado da Haas para 2025 fazendo o melhor tempo entre os novatos, 1min28s536, o suficiente para ficar em 14º), Jack Doohan pilotando a Alpine de Pierre Gasly, Franco Colapinto substituindo Logan Sargeant na Williams e Isack Hadjar no RB20 de Perez.
Tempos gerais do TL2
POS | Piloto | Equipe | Tempo | Diferença |
1 | Norris | McLaren | 1m26.549s | |
2 | Pérez | Red Bull | 1m26.549s | +0.434s |
3 | Hulkenberg | Haas | 1m26.990s | +0.441s |
4 | Leclerc | Ferrari | 1m27.150s | +0.601s |
5 | Hamilton | Mercedes | 1m27.202s | +0.653s |
6 | Stroll | Aston Martin | 1m27.274s | +0.725s |
7 | Bottas | Sauber | 1m27.381s | +0.832s |
8 | Albon | Williams | 1m27.645s | +1.096s |
9 | Gasly | Alpine | 1m27.732s | +1.183s |
10 | Tsunoda | RB | 1m27.745s | +1.196s |
No TL2, Verstappen se saiu bem com os pneus médios nos estágios iniciais, com seu 1min27s831 'abrindo na liderança' nos primeiros 15 minutos.
Verstappen tentou uma segunda simulação de classificação no vácuo de Piastri com outro novo conjunto de pneus macios, mas, ao sair de traseira na saída de Becketts e cortar a Chapel, abortou a volta
Aqui as coisas saíram do normal, pois a Red Bull instalou no carro do holandês pneus macios para uma simulação de classificação. O motivo? A chuva que ameaçava o final da sessão forçou as coisas a se embaralharem, com os membros da Red Bull admitindo mais tarde que haviam previsto que a chuva chegaria mais cedo do que de fato chegou.
Mas os demais mantiveram seus planos de corrida habituais e foram se adaptando com os pneus médios, antes de mudarem para os macios na metade da sessão. Charles Leclerc 'mandou' sua Ferrari para a primeira colocação, antes do salto surpreendente de Hulkenberg para o topo da tabela, alguns segundos depois.
Hulkenberg, como sempre fez este ano, chamou a atenção com seu ritmo de uma volta para a Haas
Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images
Em seguida, os pilotos da McLaren assumiram o controle, com Piastri passando para primeiro antes de ser derrubado pelo 1m26,549s de Lando. Pérez, por sua vez, ficou ainda mais atrás, chegando em terceiro 0,434s abaixo.
Verstappen, por sua vez, tentou uma segunda simulação de classificação no vácuo de Piastri com outro novo conjunto de pneus macios, mas, ao fazer uma curva mais aberta enquanto saía de traseira na saída da Becketts e cortando a Chapel, abandonou a volta na reta Hangar.
As equipes, então, mudaram para simulações de long run, antes que a chuva finalmente chegasse nos minutos finais para interromper um pouco a ação para os fãs que estavam assistindo.
O que os dados nos dizem
O que é interessante sobre a posição de Verstappen na ordem geral do TL2 (tabela acima) é que, depois que ele correu, o vento e a temperatura aumentaram, o que significa que seus rivais tiveram condições um pouco mais difíceis.
Mas eles também se beneficiaram consideravelmente com o uso de pneus novos e, portanto, como ele abandonou sua segunda tentativa com os compostos macios, nunca saberemos como teria sido seu ritmo de corrida em meio ao fator evolução da pista.
No entanto, a Red Bull está definitivamente lutando para obter o equilíbrio correto do RB20 nas curvas de Silverstone.
Ele brilha nas seções de alta velocidade e nas retas Wellington e Hangar - com Pérez recuperando 0,15s na última em sua volta mais rápida do TL2 contra Norris nos dados de rastreamento do GPS -, mas está perdendo tempo nas seções de baixa velocidade.
Os dados de GPS de Perez revelam mais uma vez onde a Red Bull tem vantagem sobre a McLaren
Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images
Isso acontece principalmente no primeiro e terceiro setores em Silverstone, com os dados do GPS mostrando também que a Red Bull estava empregando sua tática habitual de reduzir mais o giro do motor em comparação com os rivais.
Pérez é registrado com uma redução substancial de velocidade em todas as retas em comparação com Norris em suas melhores voltas, mas está melhor que o piloto da casa no geral nas retas Wellington e Hangar, pois permanece no acelerador por um pouco mais de tempo.
Dados dos long runs
PDV | Equipe | Tempo | Voltas |
1 | Red Bull | 1m32.191s | 12 voltas |
2 | McLaren | 1m32.290s | 12 voltas |
3 | Ferrari | 1m32.559s | 10 voltas |
4 | Aston Martin | 1m33.113s | 12 voltas |
5 | Alpine | 1m33.162s | 4 voltas |
6 | Williams | 1m33.200s | 12 voltas |
7 | RB | 1m33.476s | 7 voltas |
8 | Sauber | 1m33.845s | 7 voltas |
*N/A | Mercedes, Haas |
Nos long runs, a Red Bull parece muito melhor, pois lidera o ritmo médio nos pneus de faixas amarelas (tabela acima). Porém, apenas 0,099s acima da McLaren, com os stints de Verstappen e Norris percorrendo a mesma distância, o que sugere uma carga de combustível semelhante para ambos.
Leclerc estava usando as atualizações de sidepod, assoalho, difusor e asa traseira trazidas para o SF-24 na Espanha, com Carlos Sainz de volta à configuração de Montreal, já que a Ferrari procura uma resposta para seu porpoising e bouncing em alta velocidade nas curvas
Em seguida, vem a Ferrari, que também parecia com um ritmo decente em uma volta rápida - embora inferior em comparação com as duas principais equipes.
O problema foi, mais uma vez, a instabilidade em alta velocidade, com Leclerc tendo problemas frequentes nas curvas mais rápidas da pista - incluindo um momento impressionante na Chapel, naquela que foi sua melhor volta.
Ele estava usando as atualizações de sidepod, assoalho, difusor e asa traseira trazidas para o SF-24 na Espanha, com Carlos Sainz de volta com a configuração de Montreal, já que a Ferrari procura uma resposta para o seu porpoising e bouncing em alta velocidade nas curvas em um local que realmente testa o desempenho aerodinâmico.
A Mercedes fez uma longa corrida com os pneus macios para avaliar suas opções de estratégia para o domingo
Foto de: Glenn Dunbar / Motorsport Images
Dados de long run com pneus macios
POS | Equipe | Tempo | Voltas |
1 | Mercedes | 1m32.232s | 9 voltas |
2 | McLaren | 1m32.422s | 7 voltas |
3 | Ferrari | 1m32.756s | 5 voltas |
4 | Alpine | 1m33.241s | 6 voltas |
5 | Haas | 1m33.282s | 8 voltas |
6 | Aston Martin | 1m33.349s | 7 voltas |
7 | RB | 1m33.840s | 8 voltas |
*N/A | Red Bull, Williams, Sauber |
A Mercedes não usou os médios em seus long runs no encerramento do TL2. Ela se manteve com os macios e liderou o caminho nas médias relevantes (tabela acima). A McLaren novamente parece forte com esse composto.
A Mercedes, em geral, terminou o dia sentindo que o vento mais forte prejudicou sua simulação de classificação e seus esforços de long run, já que a mudança de equilíbrio resultante tirou o W15 de seu ponto ideal de pneus. Lewis Hamilton também disse pelo rádio da equipe, enquanto a chuva caía, que "a pista está boa, só estou lento".
A análise sobre o pneu macio é interessante, pois foi nessa corrida em 2023 que George Russell fez longo e impressionante stint de abertura com o composto de faixas vermelhas (que também é o C3 da Pirelli em 2024).
É provável que as equipes prefiram novamente começar a corrida com o pneu médio, pois ele oferece flexibilidade estratégica no caso de um safety car virtual/real.
Se precisarem ir para o box mais cedo, os pilotos podem mudar para os pneus duros para que possam continuar na corrida, enquanto os médios também são duráveis e, portanto, podem ir longe antes de uma mudança tardia para os macios. A Pirelli avalia que o pneu duro está tendo um desempenho melhor em um stint em comparação com 2023, enquanto a granulação -- o popular 'macarrãozinho', conforme Luciano Burti costumava explicar na Globo -- foi observada nos softs usados para long runs no TL2.
O clima é um fator crítico para a manutenção dos macios em um stint, dadas temperaturas frias de hoje e previstas para o resto do fim de semana, o que significa que, embora as curvas rápidas consumam uma quantidade enorme de energia da borracha, elas não vão se desgastar tanto quanto em outros anos.
Não seria Silverstone sem a ameaça de chuva
Foto de: Glenn Dunbar / Motorsport Images
Vale a pena observar que o melhor tempo de Norris no TL2 foi 0,171s acima da volta da pole de Verstappen em Silverstone há um ano, com as temperaturas baixas aliadas ao progresso do desenvolvimento do carro pelas equipes para produzir tempos mais rápidos. Isso será realmente visto quando as cargas de combustível forem removidas e os modos do motor forem aumentados ao máximo na classificação.
O clima e a temperatura podem afetar tanto a classificação quanto a corrida, o que significa que algumas equipes podem ser instigadas a usar um pacote de downforce um pouco mais alto.
Essa abordagem impulsionaria a Red Bull onde ela está com dificuldades no momento, mas, talvez, a deixasse vulnerável a ataques assim como nas últimas etapas, desta vez em uma pista onde as ultrapassagens não são muito complicadas.
Agora é hora de analisar os dados e executar as simulações até tarde da noite para definir a configuração para o fim de semana
Foto de: Andy Hone / Motorsport Images
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