Análise

Análise: mensagens de fãs em pesquisa inspiram pilotos

Segundo Alex Wurz, chefe da GPDA, pilotos da Fórmula 1 seguem inspirados por mensagens dos fãs para proporcionarem espetáculo melhor sem o uso de artifícios

Confetti showers the top three drivers on the podium
Bernie Ecclestone, Alex Wurz, mentor de pilotos Williams e diretor da GPDA, Charles Bradley, editor do Motorsport.com com os pilotos no lançamento da pesquisa global da GPDA
(L to R): Alex Wurz, Williams Driver Mentor / GPDA Chairman with Stoffel Vandoorne, McLaren Test and Reserve Driver
The drivers as the grid observes the national anthem
Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W08, leads Fernando Alonso, McLaren MCL32
Valtteri Bottas, Mercedes AMG F1 W08
Fernando Alonso, McLaren MCL32, leads Nico Hulkenberg, Renault Sport F1 Team RS17
Esteban Ocon, Force India VJM10, leads Nico Hulkenberg, Renault Sport F1 Team RS17
Kevin Magnussen, Haas F1 Team VF-17, leads Marcus Ericsson, Sauber C36, Antonio Giovinazzi, Sauber C36, Stoffel Vandoorne, McLaren MCL32, Lance Stroll, Williams FW40, and Jolyon Palmer, Renault Sport F1 Team RS17, at the start
Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W08, leads Sebastian Vettel, Ferrari SF70H, Valtteri Bottas, Mercedes AMG F1 W08, Kimi Raikkonen, Ferrari SF70H, Max Verstappen, Red Bull Racing RB13, and the rest of the field at the start

A Fórmula 1 está mais veloz e mais desafiadora, graças à mudança de regulamento para a temporada 2017. Entretanto, a GPDA - a associação dos pilotos da categoria - não vê a missão de melhorar o esporte totalmente cumprida.

Alex Wurz, presidente da entidade, diz que a iniciativa dos pilotos para tornar a F1 mais pura e autêntica está longe de terminar. A convicção de seguir este caminho em vez de optar por grids invertidos ou lastro tem base nas respostas dos fãs à primeira pesquisa da GPDA, em conjunto com o Motorsport.com - de 2015.

"É um debate que leva mais de dois anos e meio", afirma Wurz sobre a iniciativa de melhorar a F1 por meios tradicionais. "Comentários sobre os carros serem fáceis de guiar foram confundidos por algumas pessoas, que queriam câmbio manual, que voltássemos aos primórdios da engenharia."

"Foi o ponto em que os pilotos chegaram e disseram: 'Senhores, nunca é fácil vencer os melhores do mundo, nem em um carro simples. O ponto é que os carros não são fisicamente desafiadores e não nos deixam empolgados'. Foi o que quisemos dizer naquele momento", ponderou.

"Se um novato, na terceira volta em um F1, for orientado a reduzir o ritmo porque os pneus estão no limite, isso não é autêntico e nem legal. Os chefes da F1 entenderam isso e têm trabalhado juntos, a direção parece boa e segue bem. Mas ainda não estamos naquilo que o esporte deveria ser."

Sem artifícios

A questão dos artifícios e do que os fãs querem ver na F1 será um dos pontos interessantes na Pesquisa Global de Fãs, que segue aberta durante o final de semana do GP da China. Um dos principais retornos da primeira pesquisa foi o de que os fãs não querem que o espetáculo seja incrementado de maneira artificial.

Em vez disso, eles querem corridas melhores, com um grid mais equilibrado em termos de performance e uma F1 de alta tecnologia, que apresente apenas os melhores pilotos.

Isso deixa a GPDA com a certeza de que a direção tomada com as regras de 2017 é um caminho melhor do que a F1 buscar regras que criam um falso entretenimento.

"Sem artifícios e interferências externas nas provas, não queremos isso", disse Wurz. "Os fãs também disseram isso na primeira pesquisa. Eles só querem um esporte puro e competitivo, com disputas na pista e, até certo ponto, nos pits. Pois corridas são assim."

Debate sobre ultrapassagens

Outro ponto que surgiu com o advento das regras de 2017 foi a dificuldade de ultrapassar com os novos carros - pelo menos na primeira corrida do ano, o GP da Austrália. Ainda não é certo se a tendência vai se consolidar nas demais provas, mas Wurz crê que é possível manter os níveis de pressão aerodinâmica sem tornar as ultrapassagens impossíveis.

A ideia sugerida pelo austríaco é uma mudança de conceito aerodinâmico, para que assim a F1 se afaste da importância de se ter downforce gerado pela asa dianteira. No Mundial de Endurance, por exemplo, o foco é na aerodinâmica do assoalho, que não é afetada quando os carros estão próximos um do outro.

"Sim, definitivamente é o caminho a seguir", diz Wurz sobre a filosofia do WEC. "Desta forma, a sensibilidade ao fluxo de ar cai bastante. É possível fazer isso. Outras categorias fizeram e seria algo muito bem-vindo aqui."

"Consigo entender de imediato que alguns times que têm conhecimento da estrutura do fluxo de ar ser dependente da asa dianteira não ficariam felizes, mas para o produto seria fantástico", completou o ex-piloto.

 

Pesquisa Global de Fãs da F1 (Português)
Pesquisa Global de Fãs da F1 (Português)

Photo by: Motorsport.com

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