Análise: mensagens de fãs em pesquisa inspiram pilotos
Segundo Alex Wurz, chefe da GPDA, pilotos da Fórmula 1 seguem inspirados por mensagens dos fãs para proporcionarem espetáculo melhor sem o uso de artifícios
A Fórmula 1 está mais veloz e mais desafiadora, graças à mudança de regulamento para a temporada 2017. Entretanto, a GPDA - a associação dos pilotos da categoria - não vê a missão de melhorar o esporte totalmente cumprida.
Alex Wurz, presidente da entidade, diz que a iniciativa dos pilotos para tornar a F1 mais pura e autêntica está longe de terminar. A convicção de seguir este caminho em vez de optar por grids invertidos ou lastro tem base nas respostas dos fãs à primeira pesquisa da GPDA, em conjunto com o Motorsport.com - de 2015.
"É um debate que leva mais de dois anos e meio", afirma Wurz sobre a iniciativa de melhorar a F1 por meios tradicionais. "Comentários sobre os carros serem fáceis de guiar foram confundidos por algumas pessoas, que queriam câmbio manual, que voltássemos aos primórdios da engenharia."
"Foi o ponto em que os pilotos chegaram e disseram: 'Senhores, nunca é fácil vencer os melhores do mundo, nem em um carro simples. O ponto é que os carros não são fisicamente desafiadores e não nos deixam empolgados'. Foi o que quisemos dizer naquele momento", ponderou.
"Se um novato, na terceira volta em um F1, for orientado a reduzir o ritmo porque os pneus estão no limite, isso não é autêntico e nem legal. Os chefes da F1 entenderam isso e têm trabalhado juntos, a direção parece boa e segue bem. Mas ainda não estamos naquilo que o esporte deveria ser."
Sem artifícios
A questão dos artifícios e do que os fãs querem ver na F1 será um dos pontos interessantes na Pesquisa Global de Fãs, que segue aberta durante o final de semana do GP da China. Um dos principais retornos da primeira pesquisa foi o de que os fãs não querem que o espetáculo seja incrementado de maneira artificial.
Em vez disso, eles querem corridas melhores, com um grid mais equilibrado em termos de performance e uma F1 de alta tecnologia, que apresente apenas os melhores pilotos.
Isso deixa a GPDA com a certeza de que a direção tomada com as regras de 2017 é um caminho melhor do que a F1 buscar regras que criam um falso entretenimento.
"Sem artifícios e interferências externas nas provas, não queremos isso", disse Wurz. "Os fãs também disseram isso na primeira pesquisa. Eles só querem um esporte puro e competitivo, com disputas na pista e, até certo ponto, nos pits. Pois corridas são assim."
Debate sobre ultrapassagens
Outro ponto que surgiu com o advento das regras de 2017 foi a dificuldade de ultrapassar com os novos carros - pelo menos na primeira corrida do ano, o GP da Austrália. Ainda não é certo se a tendência vai se consolidar nas demais provas, mas Wurz crê que é possível manter os níveis de pressão aerodinâmica sem tornar as ultrapassagens impossíveis.
A ideia sugerida pelo austríaco é uma mudança de conceito aerodinâmico, para que assim a F1 se afaste da importância de se ter downforce gerado pela asa dianteira. No Mundial de Endurance, por exemplo, o foco é na aerodinâmica do assoalho, que não é afetada quando os carros estão próximos um do outro.
"Sim, definitivamente é o caminho a seguir", diz Wurz sobre a filosofia do WEC. "Desta forma, a sensibilidade ao fluxo de ar cai bastante. É possível fazer isso. Outras categorias fizeram e seria algo muito bem-vindo aqui."
"Consigo entender de imediato que alguns times que têm conhecimento da estrutura do fluxo de ar ser dependente da asa dianteira não ficariam felizes, mas para o produto seria fantástico", completou o ex-piloto.
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