Análise
Fórmula 1 GP da Rússia

ANÁLISE: Os 10 fatos mais marcantes do GP da Rússia de 2021

100ª vitória de Hamilton, céu e inferno de Norris e recuperação da Red Bull estão entre os melhores momentos da corrida de Sochi

Max Verstappen, Red Bull Racing, 2nd position, Lewis Hamilton, Mercedes, 1st position, the Mercedes trophy delegate and Carlos Sainz Jr., Ferrari, 3rd position, on the podium

A ação ininterrupta da Fórmula 1 em 2021 não perdeu o ritmo em Sochi, pois a batalha pelo título deu outra reviravolta e a nova geração da categoria continuou a brilhar em meio à chuva e as condições climáticas adversas de todo o fim de semana.

Motorsport.com destacou os principais pontos do GP da Rússia, que incluem a 100ª vitória de Lewis Hamilton, uma dolorosa derrota de Lando Norris e por que Max Verstappen e Red Bull deixaram o autódromo se sentindo os vencedores.

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1. Norris fez uma corrida perfeita até a chuva chegar

Lando Norris, McLaren, comiserates in Parc Ferme

Lando Norris, McLaren, comiserates in Parc Ferme

Photo by: Andy Hone / Motorsport Images

O resultado final pode ter sido cruel para Norris e, embora a inexperiência possa ter influenciado seu apelo para não calçar pneus intermediários quando a chuva caiu, sua corrida havia sido perfeita até então.

O britânico brincou no sábado que a Rússia era provavelmente a única pista onde você não gostaria de largar da pole position e sua previsão se concretizou na primeira volta. Ele perdeu a posição para Carlos Sainz, fez bem em se manter em segundo lugar e administrou seus pneus para passar pelo piloto da Ferrari antes da parada nos boxes.

À medida que mais e mais pilotos o perseguiam, Norris simplesmente seguia em frente. Ele parecia relaxado no rádio, mostrando poucos sinais de preocupação com seus pneus. A diferença para Hamilton ficou em quase 14 segundos em um estágio, tornando-o o forte favorito para a vitória.

A vantagem de ritmo do heptcampeão ficou clara quando ele estava no ar puro, permitindo que entrasse na lacuna e se aproximasse de Lando, mas quando a diferença caiu para cerca de dois segundos, o jovem da McLaren respondeu e estabilizou a vantagem.

O próprio Hamilton disse que teria sido "difícil" passar Norris se a chuva não tivesse vindo. Ele já havia lutado atrás de Daniel Ricciardo no início da corrida.

Teria sido uma vitória inaugural dominante e controlada, o tipo que poucos pilotos têm. No entanto, os deuses do clima tinham outras ideias...

2. A derrota da McLaren foi mais do que azar

Lando Norris, McLaren MCL35M, Lewis Hamilton, Mercedes W12

Lando Norris, McLaren MCL35M, Lewis Hamilton, Mercedes W12

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Charles Leclerc é um piloto que pode simpatizar com Norris, sabendo como é ver uma primeira vitória escapar de suas mãos nos estágios finais da corrida. Ele acredita que o britânico pode estar se sentindo "muito culpado" depois da corrida por sua decisão de não colocar pneus intermediários, e é provável que esteja certo.

Lando e McLaren irão rever a sequência de eventos que os levaram a optar por não entrar. Andreas Seidl, chefe da equipe, disse que talvez pudessem ter sido mais firmes ao fazer a chamada, algo que a Mercedes foi para Hamilton depois que ele ignorou a mensagem para entrar nos boxes na volta 48.

Norris foi assertivo no rádio e deixou claro que queria ficar com pneus slick - só tarde demais que ele percebeu seu erro.

É algo que virá com o tempo. O homem com o maior número de GPs, Kimi Raikkonen, foi um dos primeiros a fazer a chamada para mudar, com a Alfa Romeo confiando totalmente nele para decidir. Dito isso, gente como Sebastian Vettel e até o próprio Hamilton estavam céticos quanto a ser o momento certo.

Escuderia e piloto aprenderão com a experiência, mas é preciso haver responsabilidade para que eles façam isso, pois esta não foi uma derrota apenas devido ao azar.

3. Hamilton sempre teve ritmo para vencer

Lewis Hamilton, Mercedes, 1st position, lifts the winners trophy

Lewis Hamilton, Mercedes, 1st position, lifts the winners trophy

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

A margem de 52 segundos de Hamilton na primeira colocação pode ter sido a maior desde sua famosa vitória em Silverstone em 2008, mas não conta a verdadeira história da corrida.

A chuva pode ter o ajudado, mas ele sempre teve ritmo para ganhar em Sochi. Sua largada passou longe de ser perfeita, mas o vácuo que conseguiu na corrida até a Curva 1 foi bom - na verdade, até demais, já que ele foi encurralado e teve que se espremer por dentro no movimento com Norris.

A Mercedes jogou a longo prazo e manteve Lewis fora dos boxes por mais tempo do que aqueles ao seu redor, com seu ritmo brilhando depois que Ricciardo entrou no box. Isso fez com que o intervalo de oito segundos de que Lando desfrutava depois que os dois parassem fosse reduzido constantemente.

Teria sido um duro golpe para Hamilton não vencer em Sochi, dado o impressionante histórico da equipe alemã na pista e no contexto da batalha pelo título. A confusão na qualificação tornou o seu dia muito mais difícil do que realmente deveria ter sido - mas o resultado final foi tudo o que importou no final.

4. Reviravolta de Verstappen foi uma brilhante limitação de danos

Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B, Charles Leclerc, Ferrari SF21

Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B, Charles Leclerc, Ferrari SF21

Photo by: Andy Hone / Motorsport Images

A Red Bull se preparou para levar um golpe na luta pelo campeonato na Rússia depois de anunciar na sexta-feira que instalaria uma nova unidade de força no carro de Verstappen, recebendo uma penalidade no grid.

Portanto, sair com Max a apenas dois pontos atrás de Hamilton no campeonato de pilotos é uma conquista notável e uma que realmente se deve à impressionante recuperação do holandês.

Ele lutou bem contra o pelotão e fez ótimas jogadas na Curva 12 em particular, sendo a mais importante em Valtteri Bottas, que não conseguiu progredir tão rapidamente após sua própria punição também por troca de motor. Em um estágio, Verstappen estava quatro segundos à frente de Lewis, mas a Red Bull o trouxe aos boxes na volta 26, o que o fez cair posições.

A chamada para intermediários na volta 48 valeu a pena, pois aqueles que demoraram mais tempo - principalmente Norris, Fernando Alonso e Sergio Pérez - perderam, dando ao holandês uma notável P2 na bandeira quadriculada.

No que diz respeito à limitação de danos, a Red Bull não poderia ter pedido muito mais na Rússia. A pressão recairá sobre a Mercedes para replicar o resultado caso seja forçada a tomar uma penalidade semelhante com Hamilton nas corridas finais.

5. Mercedes enfrenta uma difícil decisão sobre suas unidades de potência

Lewis Hamilton, Mercedes, 1st position, speaks with Toto Wolff, Team Principal and CEO, Mercedes AMG, after the race

Lewis Hamilton, Mercedes, 1st position, speaks with Toto Wolff, Team Principal and CEO, Mercedes AMG, after the race

Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images

Hamilton pode estar de volta à liderança do campeonato de pilotos, mas uma grande dúvida paira sobre a possível necessidade de instalar outra unidade de força nas corridas restantes desta temporada.

Se for obrigado a fazê-lo, ele provavelmente terá que largar do fim do grid, semelhante a Verstappen na Rússia. A Red Bull aproveitou sua falta de ritmo em comparação com a Mercedes em Sochi para fazer a modificação, o que significa que agora deve estar tudo bem para chegar até final do ano.

O quadro é menos claro para Hamilton e sua escuderia, que levou dois novos motores para Bottas nas últimas duas corridas. O chefe da equipe, Toto Wolff, disse que não é uma decisão definitiva e que havia "pontos de interrogação" sobre o desempenho das unidades de energia após a segunda mudança do finlandês.

Será uma decisão importante, especialmente com a luta pelo título tão equilibrada. A vantagem de Hamilton após Sochi não é tão grande quanto muitos esperariam e o fim de semana pode ter sido considerado de vitória para Red Bull e Verstappen.

6. Sainz está realmente forte com a Ferrari

Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21, Lando Norris, McLaren MCL35M, George Russell, Williams FW43B, Lance Stroll, Aston Martin AMR21, Fernando Alonso, Alpine A521, and the rest of the field at the start

Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21, Lando Norris, McLaren MCL35M, George Russell, Williams FW43B, Lance Stroll, Aston Martin AMR21, Fernando Alonso, Alpine A521, and the rest of the field at the start

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Apesar de toda pressão que pode vir estando na equipe mais famosa da F1, Carlos Sainz apresenta bom ritmo em sua primeira temporada com a Ferrari.

O espanhol tem sido honesto e reflexivo, assumindo total responsabilidade pelos seus erros, como em Zandvoort e Monza, onde bateu nos treinos. Na Rússia, ele fez uma apresentação da qual pode se orgulhar e entregou o que chamou de seu final de semana mais completo até agora para a escuderia de Maranello.

A Ferrari não tinha desempenho para lutar pelo pódio na Rússia, mas Sainz conseguiu isso graças à sua excelente exibição na qualificação e bom início. No rádio, no início do segundo stint, ficou decepcionado quando foi informado que a equipe brigava pelo quinto lugar na prova, mas aceitou que outros pareciam ter uma vantagem estratégica.

É provável que o top 4 ou 5 teria sido onde Carlos teria terminado antes da chuva, por conta do ritmo de Pérez e Alonso atrás, mas a Ferrari acertou ao trazê-lo rápido aos boxes na chuva para dar ao espanhol seu terceiro pódio no ano. A temporada de 2021 pode ser de transição para ele, mas com o passar do ano, se mostra impressionante.

7. Russell novamente 'tirou leite de pedra' na Williams

George Russell, Williams FW43B, arrives in Parc Ferme

George Russell, Williams FW43B, arrives in Parc Ferme

Photo by: FIA Pool

Cair do terceiro lugar no grid para terminar a corrida em décimo pode não parecer muito motivo para comemorar, mas George Russell novamente puxou sua Williams para muito mais acima do esperado.

Seu segundo lugar na qualificação e corrida de Spa deu um aviso prévio do que o britânico pode fazer em condições úmidas, tornando sua classificação heróica em Sochi talvez não tão surpreendente.

Verstappen não acreditava na comoção em torno de seu possível rival em 2022, dizendo que o resultado mostra que a Williams "não é tão ruim quanto as pessoas pensam".

É uma avaliação injusta. Obviamente, o carro não está tão desastroso como 2019 ou 2020, mas ainda é um dos três mais lentos do grid. Se a Alfa Romeo ou a Haas se envolvessem na luta pela frente, estaríamos falando sobre os pilotos - então por que deveríamos fazer diferente com Russell e sua equipe?

A previsão de Wolff de que ele poderia liderar na primeira volta falhou, e o déficit de ritmo da Williams no seco foi dolorosamente claro quando um trem de carros se formou atrás dele no stint inicial. A parada antecipada colocaria George em risco mais tarde, com a chuva na verdade salvando-o depois que ele foi um dos primeiros a fazer a troca para intermediários.

O único ponto conquistado com a décima posição pode não ser muito significativo em sua grande temporada, mas teria sido extremamente surpreendente antes de Spa. Russell merece um grande crédito por fazer isso acontecer.

8. Primeira volta de Alonso mostrou sua brilhante astúcia

Fernando Alonso, Alpine A521, Lewis Hamilton, Mercedes W12, and Sergio Perez, Red Bull Racing RB16B

Fernando Alonso, Alpine A521, Lewis Hamilton, Mercedes W12, and Sergio Perez, Red Bull Racing RB16B

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

A carreira de Alonso na Fórmula 1 continua a atingir novos patamares. Depois de dizer na quinta-feira que apenas uma corrida "caótica" daria chances de pódio para a Alpine, o espanhol quase conseguiu isso no seco e foi prejudicado pela troca tardia para intermediários, fazendo com que escorregasse de volta para o sexto lugar, posição de onde começou o GP.

Também fomos brindados com a velha astúcia do bicampeão na largada, quando ele fez a rota de fuga na Curva 2. Foi um movimento que praticou na volta de formação e que não resultou em nenhuma ação dos comissários. O diretor da FIA, Michael Masi, disse depois da prova que não havia nada de errado com o movimento, já que o espanhol não havia perdido nenhuma posição.

Foi uma jogada inteligente de Alonso, que não gostou do movimento de Ricciardo na primeira volta na Áustria. Não odeie o jogador, odeie o jogo!

9. Sochi forneceu um clássico - com ou sem chuva

Lando Norris, McLaren MCL35M, Lewis Hamilton, Mercedes W12

Lando Norris, McLaren MCL35M, Lewis Hamilton, Mercedes W12

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

É um sinal de uma temporada brilhante da F1 quando olhamos para as corridas na Espanha, França e Rússia como destaques (ou memoráveis). O Autódromo de Sochi não é muito apreciado na categoria desde que entrou no calendário em 2014 e sediará apenas mais uma prova antes da mudança do GP do país para São Petersburgo em 2023.

Podemos nos lembrar do último fim de semana pelo aguaceiro tardio que negou a vitória a Norris e deu a Hamilton sua 100ª. No entanto, mesmo sem a chuva, foi uma corrida brilhante cheia de estratégias diferentes e ultrapassagens.

O grid embolado graças à chuva na qualificação e as penalizações certamente ajudaram as coisas, mas foi fantástico ver tanta ação e tantos movimentos - mais uma vez, coisas pelas quais Sochi não é conhecida.

Diz mais sobre a temporada que presenciamos do que a qualidade do traçado em si, mas ainda assim foi um lembrete adequado de que mesmo os circuitos mais difamados podem ter seus grandes momentos.

10. O momento histórico de Hamilton

Lewis Hamilton, Mercedes, 1st position, is interviewed in Parc Ferme

Lewis Hamilton, Mercedes, 1st position, is interviewed in Parc Ferme

Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images

Quando Hamilton fez sua estreia na F1 em 2007, poucos teriam previsto que ele atingiria o nível atual, com o último momento marcante chegando na Rússia no domingo.

Ao anotar sua 100ª vitória, ele se tornou o primeiro piloto na história da F1 a alcançar os três dígitos. Foi um triunfo que demorou para chegar - Lewis estava preso na 99ª desde Silverstone - mas que deve ser apreciado de verdade. Temos a sorte de testemunhar um grande alcance e tais níveis surpreendentes de sucesso.

Hamilton disse que atingir o número foi "mágico", enquanto Wolff chamou de uma conquista "alucinante". O sucesso não é apenas raro na F1, mas em qualquer esporte. Que outros atletas passaram cerca de 15 anos no auge?

A contagem de Lewis será superada algum dia? Bem possível. Depende de quando ele se aposentará e de como será o futuro da F1. O tempo pode favorecer nomes como Verstappen, Leclerc, Russell e Norris, mas se a F1 acabar sendo mais competitiva e espalhar as vitórias de maneira mais tênue, chegar ao número pode ser mais difícil.

Um pensamento surpreendente é que, quando Hamilton estreou, a temporada de 2007 tinha 17 corridas. 100 vitórias só seriam possíveis ao vencer todas as corridas desse calendário por seis temporadas consecutivas. É perto de 10% de todas as provas da história da F1.

O debate sobre o melhor de todos os tempos pode ser subjetivo, mas estatisticamente, não há debate: o heptacampeão supera todos eles.

F1 AO VIVO: Hamilton VENCE 100º GP no CAOS da Rússia, Norris CHORA e corrida tem fim DRAMÁTICO; veja

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Luke Smith
Fórmula 1
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