Análise técnica: as atualizações de Mercedes, McLaren, AlphaTauri e Racing Point apresentadas no GP da Hungria de F1
Giorgio Piola e Matt Somerfield mostram as principais novidades que quatro das equipes do grid apresentaram para o terceiro GP de 2020
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
A contínua guerra de desenvolvimento da Fórmula 1 é um dos grandes atrativos da categoria ao longo de sua história. E ela esteve presente novamente no último final de semana, durante o GP da Hungria, terceira etapa de 2020.
A prova manteve o ritmo das etapas anteriores e trouxe uma grande quantidade de novidades, já que as equipes buscam buscam recuperar o tempo perdido durante a paralisação. Giorgio Piola e Matt Somerfield explicam as principais novidades apresentadas por Mercedes, McLaren, AlphaTauri e Racing Point.
Mercedes
Os problemas de confiabilidade enfrentados pela Mercedes no primeiro GP da temporada na Áustria, que foram causados por vibrações ao passar pelos kerbs, parecem uma memória distante após uma performance impecável na Hungria.
A equipe conseguiu reagir positivamente e fez alterações durante o GP da Estíria, que reduziram a possibilidade de falhas no futuro.
Os problemas que assolaram a equipe no primeiro final de semana da temporada foram uma consequência da nova geometria da suspensão traseira, com a parte dianteira do braço inferior sendo colocada em um lugar mais alto do que antes, e a parte traseira (seta vermelha, imagem principal acima), sendo colocado muito mais atrás do que o habitual.
Acredita-se que as cargas, vibrações e oscilações inseridas nesse novo arranjo tenham criado um "ruído" que interferiu nos sensores da caixa de câmbio. Para evitar uma repetição da situação, a equipe fez inúmeras alterações, incluindo a adição de uma blingagem, além da movimentação da fiação
McLaren
A McLaren chegou ao GP da Hungria com várias atualizações (veja acima no vídeo), buscando aumentar o downforce e melhorar o resfriamento. As peças, que já haviam sido testadas durante a pré-temporada e os treinos livres da Áustria, incluíam uma asa T de duas camadas e abas acima das saídas de resfriamento.
As asas T são conectadas umas às outras na extremidade externa por um suporte de metal, o que as impede de se movimentar independentemente umas das outras, o que poderia causar uma vibração aerodinâmica que seria prejudicial ao downforce e aos vórtices produzidos.
Já a aba acima da saída de resfriamento, localizada na parte traseira do carro, funciona como uma aba Gurney e, não apenas produzida downforce localizado, mas também ajuda na extração de calor da área de resfriamento na tampa do motor.
A equipe optou por não colocar em ação outra solução, testada no GP da Estíria. A aba, montada logo acima do assoalho e à frente do pneu traseiro é semelhante a uma solução que vimos na Ferrari nesta temporada, com ambas as equipes optando por montar a aba na lateral direita.
AlphaTauri
AlphaTauri AT01 t-wing
Photo by: Giorgio Piola
A AlphaTauri continua procurando por bolsos de melhora no desempenho, em vez de seguir o resto do grid. Com isso, na parte traseira do AT01, ela possui um único pilar de suporte à asa traseira e a asa T.
Além da Mercedes, que possui duas variantes na montagem da asa traseira, a AlphaTauri é a única equipe do grid a operar apenas com a configuração de pilar único. Esta é uma decisão que não apenas afeta o peso, como também o desempenho aerodinâmico. Isso também permitiu à equipe usar a opção de apenas uma aleta acima do escapamento.
Racing Point
Racing Point RP20 front brake drum
Photo by: Giorgio Piola
Mercedes AMG F1 W10, front brake
Photo by: Giorgio Piola
Com a F1 a caminho de Silverstone, o debate sobre o design da Racing Point de 2020 continua. Como já era esperado, a Renault protestou novamente contra a equipe após o GP da Hungria e, por isso, se a RP for considerada culpada de infringir os regulamentos técnicos e desportivos, perderá os pontos acumulados durante essas corridas.
O ponto-chave do protesto da Renault não é o carro inteiro, embora todos tenham tirados conclusões sobre como é semelhante à Mercedes do ano passado. O foco está nos dutos de freio da Racing Point (acima à esquerda), que são uma parte listada em 2020. O design de 2019 da Mercedes é mostrado acima à direita.
Novamente, a questão não se baseia apenas na semelhança dos recursos externos dos dois que, como você pode ver nas ilustrações, são extremamente semelhantes. É também sobre o quão estreitamente alinhada sua composição interna pode (ou não) ser.
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