Engenheira da Stock Car, Loh descreve maratona até chegar a Singapura para ser comissária da F1
Rachel Loh, engenheira da Ipiranga Racing, que compete na Stock Car Pro Series, será comissária no GP de Singapura
O GP de Singapura de Fórmula 1 terá uma brasileira na pista. A Engenheira Rachel Loh, da equipe Mattheis, um dos times do programa Toyota Gazoo Racing, que compete na Stock Car Pro Series, foi selecionada para uma iniciativa da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). O programa tem o intuito de promover e incentivar a participação feminina como oficiais de competição.
Para ser escolhida, a brasileira concorreu em um concurso com mais de 300 candidatas do mundo. Somente 20 foram selecionadas e o nome de Loh estava na lista. À reportagem, a engenheira comentou a sua animação para estrear trabalhando na maior categoria do automobilismo mundial.
“Eu estou bastante animada", disse Loh. "Primeiro, porque é uma oportunidade incrível de uma iniciativa que eu me identifico muito. Uma iniciativa da FIA que é para promover a integração da mulher no automobilismo. O aumento do engajamento da quantidade de mulheres trabalhando no automobilismo, que é uma coisa que eu já faço aqui no Brasil dentro das etapas de Stock Car. Então quando eu fiquei sabendo, fiquei muito empolgada. Pra mim, ter sido selecionada e poder participar desta ação, somado a um GP de F1 em Singapura, corrida noturna, é muita coisa que me deixa super animada. Eu não tenho palavras para descrever a felicidade e a ansiedade.” comentou.
No último final de semana, Loh estava trabalhando com sua equipe na etapa da Stock Car em Santa Cruz do Sul. E como a diferença de fuso horário é grande, a engenheira teve uma longa jornada até chegar na cidade-estado insular do sul da Malásia. A brasileira enfrenta o cansaço de sair de uma corrida para chegar em outra, em uma logística intensa que começou no Rio Grande do Sul e só terminou em Singapura.
“Normalmente um final de semana de corrida é bem cansativo, principalmente um que você faz trabalho técnico que o desgaste mental e físico é bem grande. Normalmente, na segunda-feira, após uma corrida, eu estou destruída. No entanto, domingo à noite eu já viajo para Porto Alegre, pego um voo às 6h para o Rio de Janeiro. Chegando ao Rio, eu só troco de mala e espero até de noite para embarcar para Singapura. Então vai ser uma jornada intensa, porque eu vou direto, e é uma diferença de fuso horário de 11 horas. E por ser corrida noturna, o desgaste é muito intenso. Você entra no circuito às 10 horas da manhã e só vai sair às 11 horas da noite", relatou Loh.
Stock Car - Rachel Loh
Photo by: Marcelo Machado de Melo
Loh descreveu que vai ter o auxílio de uma voluntária local, servindo como guia durante os dias da corrida.
“Bom, eles dividiram todas as voluntárias para trabalhar na função que eles chamam de track side, ou seja, é uma função de pista. E dentro da pista, você tem várias funções que pode exercer, desde bandeirinha, observador ou sinalizador. Eu já sei que vou estar na curva 1, eu já tenho a minha companheira, porque cada mulher selecionada foi encaminhada para outra mulher voluntária local que também vai orientar a gente. Eu já estou em contato com todas as pessoas, e sei que vou ficar na curva 1. Mas exatamente, qual vai ser a minha função, ainda não sei”, explicou.
A experiência em estar no GP de Singapura, também é uma novidade para Rachel Loh. A engenheira nunca esteve na Malásia e até o momento também não realizou essa atividade em outro GP da F1.
“Eu nunca fui para aquela parte do mundo, então, para mim, já vai ser incrível. Em termos de F1, o único GP que eu conheço de perto é o do Brasil em Interlagos, que é uma pista super conhecida. Fora isso, eu nunca tinha ido em nenhum GP de F1 fora do Brasil. Então vai ser um sonho.” revelou, Rachel.
Loh, acredita que a iniciativa da FIA vai muito além da participação feminina no automobilismo. Atualmente, a brasileira promove diversas iniciativas para convidar outras mulheres a conhecerem e estarem dentro do automobilismo. Na última sexta-feira, a engenheira ministrou o projeto Girls Like Racing, promovido pela Stock Car durante a etapa em Santa Cruz do Sul. Rachel, comenta que sua participação como comissária em um GP de F1 servirá de grande incentivo para a presença feminina no esporte.
“Com certeza, não só pelo propósito da iniciativa, que é inspirar, incentivar e engajar mais mulheres no automobilismo. Eu acho que a experiência de cada uma dessas 24 mulheres - o que a gente vai trazer de volta para contar nos nossos países- só a ação em si eu já acho que uma inspiração para todas as federações. Já foi uma chamada de despertar, para cada federação olhar pra dentro e falar assim: quantas mulheres eu tenho aqui trabalhando dentro da federação. E pra mim voltar e trazer essa experiência e compartilhar com o máximo de mulheres possível, vai ser fundamental para essa ação ter cumprido o seu propósito” diz Loh.
VÍDEO: Dê uma volta completa em Marina Bay, local do GP de Singapura
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